Quatro

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Sophia

Dois anos depois

– FELIZ ANIVERSÁRIO, GOSTOSA - bianca grita e pula em meus braços, a seguro com muita dificuldade e ela me abraça apertado

– enfim, 19 - digo e ela começa a dar pulinhos comemorando

– você está uma delicia hoje, vamos pegar geral no SEU baile - diz observando a vista da beira do camarote, o baile estava lotado.

– ainda quero uma boa explicação de como você conseguiu convencer o arthur a liberar isso aqui - digo e a mesma da uma risada de canto de boca que entregou tudo – espera, o que? - pergunto incrédula

– Feliz seu dia, irmãzinha - sinto os braços fortes de kevin me envolverem por trás, me viro para o mesmo com um sorriso nos lábios e o abraço apertado

– obrigada, seu chato! - digo e o mesmo sorri largo dando um beijo no topo de minha cabeça.

– parabéns, pô. - arthur me tira dos braços de kevin me puxando para si em um abraço forte, ele sempre foi muito mais fechado e estressado do que o kevin, mas sei o quanto sou importante para ele...

– obrigada por isso e pela festa - digo sorrindo fraco, gastando com ele.

– você sabe que não é somente por você, mas curte ai - ele brinca bagunçando meus cabelos, dou um tapa no mesmo que se afasta rindo

– OS ALIADOS ESTÃO NA CASA - alguém grita no microfone, olhei em direção a entrada do baile vendo vários caras armados, sem camisa e cheios de tatuagens, aquilo não era nada incomum para mim, mas por algum motivo me intrigou.

– quem são? - bianca pergunta ao pé de meu ouvido e dou de ombros

– não faço a menor ideia. - respondo

{...}

– só mais um gole vai - resmungo enquanto kevin me puxa para longe das bebidas

– vamos sophia, caralho! - ele diz perdendo a paciência, sua mão firmou meu braço me fazendo soltar o copo que estava em minha mão e por fim parei de insistir

– achei que pelo menos hoje iriam me deixar curtir - resmungo

– achou errado. - ele responde seco

Kevin me guiou em direção ao camarote onde de longe consegui avistar meu pai, arthur, vários vapores e os caras que vimos chegar

– essa aqui é minha caçula, aniversariante do dia - meu pai diz com um sorriso nos lábios me apresentando, os caras logo começaram a me parabenizar e todos pareciam muitos simpáticos, exceto o que estava ao lado de arthur, ele chamou minha atenção com sua aparência fria, suas tatuagens que se destacavam tanto, mesmo com pouca luz sobre seu corpo...

– feliz vida. - ele diz levantando, segura em minha mão e me puxa devagar para perto de si, sua mão pousa em minhas costas me causando uma sensação estranha, ele me olha nos olhos e me assusto ao reconhecer aquele olhar...

Não é possível, não pode ser!

Aquele olhar frio e ameaçador era algo impossível de esquecer, eu o reconheceria a quilômetros de distância, um olhar que me assombrou durante anos, todas as noites... passei todo esse tempo achando que esse cara estava morto e ele está bem em minha frente agora, isso não pode estar acontecendo.

– esse é o carioca, dono do Vidigal. - meu pai diz me tirando de todas aquelas lembranças horríveis

– carioca? - digo em questionamento, não era rugal?

– satisfação - ele responde e sinto um arrepio gelado percorrer pelo meu corpo, todas as lembranças das agressões, todas as torturas que esse cara me causou há dois anos atrás me vieram na mente como um grande filme de terror e tudo o que queria era contar ao meu pai, mas com ele aqui é extremamente perigoso.

– vou voltar lá para baixo - digo para meu pai e logo saio dali, fiquei claramente incomodada e desconfortável perto desse monstro, com medo...

– caralho, amiga, quem é aquele gostoso? - bianca diz vindo em minha direção

– não sei e hoje nem quero saber, vamos dançar! - digo desconversando e a mesma ri dando de ombros

Esbarramos em algumas pessoas por conta do baile estar extremamente lotado, mas conseguimos chegar aonde a musica estava mais alta, comecei a dançar como se não houvesse amanhã, Bianca me acompanhava e dançava roçando em qualquer um que encostasse ao seu lado

– ami, vou ali - ela diz com sua cara de safada, já estava de rolinho com um dos vapores daqui, assenti e a mesma saiu de mãos dadas com o mesmo

Depois de mais alguns minutos comecei a sentir uk incomodo, sentia que alguém estava me observando e logo senti sua presença muito próxima, algumas pessoas encaravam, mas decidi ignorar seja la quem fosse.

Senti sua mão firme adentrar meus cabelos me fazendo parar de dançar no mesmo instante, sua mão deslizou para meu pescoço me colando em seu corpo

– qual foi, está toda gostosa e sozinha... - sussurra em meu ouvido e me afasto rapidamente quando ouço sua voz, cruzo os braços parando em sua frente e o mesmo passa a língua nos lábios me encarando

– você fica diferente sem a balaclava. - mando serinha tentando não demonstrar medo, mesmo que olhar para aquele homem me fizesse lembrar de cada momento de terror que ele me causou

– ta de marola? Não sei do que está falando. - ele diz sem demonstrar nenhuma expressão

– eu nunca esqueceria o que você me fez, carioca. Ou melhor, é rugal, não é? - digo com deboche e o mesmo sorri de canto

– acho que a erva que você usou estava boa mermo, colfoi. - ele insiste na mentira me fazendo bufar, me viro para sair dali e o mesmo segura em meu braço o apertando forte

– qual a sua, você sabe que eles vão fuder com você não sabe? - digo o encarando e o mesmo não desvia seu olhar por nenhum segundo sequer

– somos aliados e você vai ficar na sua, se ligou? Pro seu bem e da sua família. - ele se aproxima falando para que somente eu ouvisse, um arrepio percorre meu corpo, seu tom era extremamente ameaçador e eu sei do que esse desgraçado é capaz.

Fico em silêncio e o mesmo me solta, saio dali caminhando o mais rápido que posso e paro ao lado de Arthur que sorri sacana me encarando

– já esta de ideia com o carioca? - ele diz em tom de brincadeira

– o que? Você está maluco. - resmungo

– eu vi um fogo entre vocês dois, um bagui de cinema. - ele diz rindo, estava gastando com minha cara.

– enquanto cuidava da minha vida você conseguiu ver a bianca saindo com o pezin? - digo em tom de deboche e ele me olha incrédulo

– já foi dar? É uma filha da puta mermo! - diz com desdém

– você não assume, fica na sua. - mando serinha e o mesmo ri fraco

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Atração perigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora