Quarenta e dois

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Carioca

– maluca acha que sou homem pra brincadeirinhas sem graça, vou fuder com ela e nem vai ser no bom sentido. - digo batendo em minha mesa, sophia deu nem as caras pô, não botei fé que ela iria fazer uma dessas.

– vai deixar barato isso ai? Mó tiração da garota - magrelo diz bolando um baseado e me alcançando

– qual foi, já estou cheio de neurose. Não pesa na minha. - rosno

– estou as ordens - magrelo diz erguendo seus braços em rendição

– consegue uma casa fudida em algum fim de mundo, papo de filme de terror mermo... - digo rindo de canto e ele assente prestando atenção nos mínimos detalhes da visão que lhe passei

Levanto de minha mesa indo até o barraco que vic está ficando desde que trouxemos ela de volta, a porta estava aberta e me convidei para entrar, procurei pela mesma por todos os cantos da casa e não a encontrei, até ouvir a mesma esbravejando algo que não consegui identificar

– a brisa está boa mermo, falando sozinha... - brinco entrando no quarto e a mesma se assusta, mas logo ri

– estava resolvendo algumas coisas minhas, vou ter que meter o pé, minha família está passando por uma barra... - diz resmungando

– se essa barra não acabar com você em um quartinho de tortura novamente, você está liberada para ir em qualquer lugar - debocho e a mesma faz careta

– vou ficar bem, mas me diz... o que te trouxe aqui, na minha humilde residência - diz com deboche e a encaro erguendo a sobrancelha

– não, não vim te comer - mando serinho e ela gargalha

– nossa, me magoou - ela responde manhosa, mas logo gargalha

– antes de meter o pé, quero que você faça uma parada... - digo a encarando e a mesma assente

– você vai realmente falar estando de roupa? Acostumei a ser fodida enquanto conversamos - ela ri

– estou sem tempo, vic. Na moral mermo, vou te pedir pra não gastar com o que vou te perguntar. - digo e a mesma ri antes mesmo que eu fale

– olha lá o que você vai perguntar.

– por que caralho vocês tem mania de se fazer de difícil, bagui de cu doce mermo - resmungo e ela ergue a sobrancelha

– vocês quem? - diz sem entender

– mulher, porra.

– você tá nessa amargura toda por uma mulher? quem diria, até me negando foda

– porra nenhuma, nem sei porque vim aqui, fé - resmungo saindo de sua casa e a mesma ri me segurando pela mão

– tenta ser mais tranquilo, você não é alguém fácil de lidar e muito menos de compreender. - ela diz olhando em meus olhos e ergo a sobrancelha

– mec - faço um legal para a mesma e saio dali, na moral mermo não entendi porra nenhuma, ser mais tranquilo? Com a mandada me fazendo de otario?

Porra nenhuma

Subo até a laje de minha goma e fico observando a vista do meu morro, meu lar e meu ponto de paz mermo, ta ai um bagui que me deixa tranquilo, saber que pelo menos aqui... eu nunca errei

Meu celular toca e pego o mesmo vendo que chegou uma notificação de sophia, abro o chat com a mesma lendo sua mensagem

" se quer realmente me ver, me encontra na praia."

Agora acha que manda, essa mandada.

" mandei você colar no vidigal, morô?"
Digito encarando o celular e logo sua resposta aparece em minha tela

" você tem duas opções, carioca."

Atiro o celular pra longe bufando ao ler sua mensagem, essa mandada me tira totalmente do sério me desafiando dessa forma

Vou até a bancada fazendo uma carreira de pó e a cheirando de uma só vez, um copo de whisky em uma mão e na outra um baseado

Encaro o chão enquanto penso se realmente deveria ficar aqui e a ignorar, ou largar tudo e ir atrás da mesma

Sophia me causa um ódio que me faz querer a ter sob meu controle e ver que ela ainda é capaz de me desafiar mesmo sabendo o que sou capaz de fazer, me deixa louco

Odeio me sentir intimidado por alguém, seja uma mulher sem juízo algum ou o que for, sophia brinca demais com a sorte que tem.

Eu sempre fui louco, sou capaz de tudo para ter o que quero, mas ultimamente me sinto sem força alguma, sem capacidade de fazer as coisas serem como deviam ser

E vivo me questionando por qual motivo ainda não tirei essa garota do meu caminho, mas sinceramente acho que gosto disso, gosto da forma com que ela me enfrenta, mesmo tendo medo.

Dou uma ultima tragada em meu baseado e pego meu radinho, encaro o mesmo por alguns segundos e logo falo

– magrelo, ta na escuta?

– sempre - ele responde rapidamente

– cola na laje, quero te passar uma visão

Deu nem dois e o mesmo estava ali, chegou bolando um baseado e logo sentou ao meu lado

– descolei o barraco que você pediu, bagui de 400km daqui, mas é sem furo - ele diz

– esquece essa porra, não vou dar continuidade - digo encarando o chão

– qual foi, você não ia dar um jeito na mandada? - ele pergunta sem entender

– nada que eu faça vai tirar essa desgraçada da minha cabeça, estou igual a um merda, pode mandar teu papo - digo e o mesmo ri

– Ta gostando dela, faz tempo que notei isso. O problema disso tudo é nosso plano, tudo o que pensamos a anos vai ser jogado no lixo e viraremos um bando de frouxos - ele murmura

– não sou capaz de gostar de alguém, não consigo colocar ninguém acima do morro, ou acima de mim. - digo firme – não sei o que tá acontecendo comigo, faz um mês que não faço sexo. - mando serinho e ele gargalha

– então é isso, falta de buceta. Deixa o cara maluco mermo, brinca não - ele diz

– vou dar uma boa foda e colocar as ideias no lugar, é o melhor que faço - digo me levantando e pegando meu fuzil o colocando dentro do cofre, pego uma pistola a colocando por baixo da camisa e magrelo me encara rindo

– boa foda. - ele ri

Atração perigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora