Dezenove

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Carioca

Essa garota não faz ideia de onde está se metendo brincando comigo dessa forma, mas o pior de tudo é que ela está me fazendo sentir uma desgraça de tesão que nunca senti com ninguém, e olha que nem a comi ainda

– sabe o que é o meu medo? - ela diz me encarando – que você faça tudo o que é capaz e mesmo assim não seja suficiente - suas palavras foi o gatilho que eu precisava para a puxar com força dali e a levar para meu carro o mais rápido que pude, se realmente não vou ser suficiente ela vai descobrir agora.

– você é uma desgraçada. - digo entrando no carro e a puxando para meu colo com brutalidade, ela me olha com um olhar de desejo e não preciso de mais nada para atacar sua boca com vontade em um beijo cheio de fogo, envolvo minha mão em seus cabelos os apertando com força e a mesma grunhe contra minha boca, ela rebola em meu colo pedindo por ainda mais toques, deslizo minha mão por sua bunda a dando um aperto seguido por um tapa estalado

Nossas línguas brincavam uma com a outra, mordisco seu lábio e ela sorri assim que desço meus beijos para seu pescoço

– carioca... eu quero mais! - ela diz manhosa e continuo passando a língua por seu pescoço a vendo se contorcer de prazer, ela põe as mãos em meu rosto puxando-me novamente para um beijo agora muito mais rápido do que o primeiro

Paro o beijo a tirando de meu colo e fecho seu cinto, ela me encara sem entender

– pra você aprender a me respeitar - digo e ela me olha incrédula jogando a cabeça para traz no banco do carro

– você só pode estar de sacanagem - ela resmunga passando a mão por seu peito enrijecido

– que foi? - digo com deboche olhando para seus peitos e ela os cobre com a mão, logo suas bochechas coram e rio com a situação

Ficou maluca de tesão só com um beijo...

Mas pra ser sincero, também fiquei com gosto de quero mais, mas não hoje. Ela precisa aprender com quem está lidando e entender que as coisas acontecem quando eu quero.

– eu te odeio, carioca. - ela diz brava e a olho rapidamente sorrindo malicioso

– eu te odeio ainda mais, mandada. - resmungo em resposta

...

Depois de tudo o que aconteceu eu precisava por minhas ideias em ordem, não sou nenhum muleque pra me deixar levar por buceta e fuder sozinho com todos meus esquemas de anos planejados

Deixei a mandada na casa que estamos ficando e garanti que ela não fosse sair colocando dez vapores de extrema confiança minha para cuidar a mesma enquanto eu e magrelo estivermos fora.

Estávamos sentados em um bar, bebendo e abrindo a mente para acertar tudo que está fora de ordem...

– então você está sentindo atração por ela real mermo? - ele diz incrédulo

– sei lá, rum. - resmungo

– de qualquer forma faz tudo ficar ainda mais natural, vai aprofundar ainda mais o lance com ela e conseguir agilizar o plano. - ele diz e assinto

– meu plano foi completamente planejado tim tim por tim tim, anos e anos... não vou botar nada em jogo por essa mandada, ela vai andar na linha e fazer com que tudo caminhe conforme o que já era pra acontecer e de quebra ainda vou ter uma buceta pra fuder sempre que eu quiser. - digo e ele gargalha

– você é foda pra caralho, patrão. Só não inventa de se apaixonar e colocar a parada toda a perder pela garota. - ele diz ainda rindo

– eu sou bandido de nascença porra, sou sujeito homem e os caralho. Relaxa que vai dar tudo certin. - digo com confiança e ele assente

– sempre que precisar vou estar aqui, levo ela pra longe, dou um jeito nela... - ele da de ombros se referindo a se caso eu e ela estivéssemos passando dos limites

– relaxa, daqui alguns meses o complexo do alemão vai ser nosso. - afirmo dando o ultimo gole na cachaça que estava em meu copo e a deslizo em direção ao seu zé, retiro um bolo de dinheiro do bolso e bato com o mesmo em sua frente

– caralho, é tudo isso mermo, carioca? - ele diz com os olhos arregalados e com um sorriso enorme no rosto

– claro, a recepção sempre é do caralho, marcha. - digo e ele sorri largo, seu zé sempre fecha a casa quando chego aqui, para me garantir total sigilo e eu dou um valor do caralho pra isso, mané finge de surdo e mudo mermo.

Já teve época que estive tão cheio de neurose que cheguei a desconfiar dele, mandei menor meter maior pressão no mesmo, ameaçar matar e tudo por uma informação e ele se manteve no sigilo, boto fé demais nesse véio

– sabe que você é dos nossos, seu zé - magrelo diz dando uma moralzinha que sempre é bem vista, acaba dando uma segurança maior pra ele e consequentemente garantindo ainda mais sigilo sobre nós.

A moral de ser um bandido bom é saber manipular todo mundo a sua volta, me criei sendo bandido, desde pequeno aprendendo a viver nesse mundo e nunca confiar 100% em ninguém, mas manipular a todos para fazerem o que quero e quando eu não precisar mais deles, apenas me livro.

Hoje sou um gigante no Vidigal, invado a rocinha por ter aliados lá e me passo por alguém que nem sou, tenho em mente cada um de meus alvos e sei como agir com um por um, no fim é só descobrir o ponto fraco e atacar sem ser notado.

Eu sei que sou a porra de um filho da puta, mas me orgulho disso.

Se não fosse os contratempos com essa mandada do caralho, o alemão já estaria sobre meu comando e eles nem existiram mais pra contar história.

– e ai, tudo certo, l7? - pergunto assim que chego em frente a casa que estamos e ele assente

– sim, a garota nem desceu... deve ter dormido. - assinto e passo pelo mesmo subindo as escadas

Só me falta a porra dessa garota ter tido uma overdose.

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Atração perigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora