Dezoito

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Sophia

Carioca praticamente me forçou a voltar para o camarote com ele, segurou firme em meu braço me arrastando até o mesmo, esse cara nunca vai deixar de ser um merda

E pensar que por alguns segundos eu quase o implorei por um beijo ou por qualquer mínimo toque seu em meu corpo, eu o queria como nunca naquele momento... é isso que acontece quando bebo até passar do ponto

Agora estava sentada a sua frente observando as quatro mulheres que dançavam em seu colo, magrelo estava um pouco distante também com duas mulheres que dançavam roçando em seu corpo, tento desviar meu olhar virando o rosto para o outro lado e tentando me entreter com qualquer coisa que fosse

Mas era impossível não sentir o peso do olhar do carioca sobre mim, eu não precisava o olhar para saber que ele me observava como uma presa distante  e aquilo estava me intrigando demais

Continuo por alguns minutos mantendo meu foco em outras coisas até que não consigo resistir e olho em sua direção vendo que ele olhava fixamente para mim, mantenho meu olhar ao seu tentando de alguma forma entender o porque ele estava fazendo aquilo, mas seu olhar como sempre estava muito misterioso e sem expressão alguma

Até que uma das garotas beijou seu pescoço e ele a puxou com brutalidade sentando a mesma em seu colo e abrindo as pernas dela me dando a visão de sua calcinha vermelha, vejo sua mão deslizar pelo corpo da mesma do pescoço até a virilha de forma lenta e prazerosa, a mesma se contrai e observo a expressão em seu rosto mudar para a de um predador, engulo em seco vendo que ele mesmo assim não tirava seus olhos dos meus, vez ou outra passava a língua nos labios os umedecendo e me deixando cada vez mais intrigada com a situação

Carioca a acaricia por cima do tecido de sua calcinha e morde o lábio inferior me causando um arrepio gelado e cheio de outras intenções, sinto minha respiração pesar ao ver o mesmo colocar aquele pequeno tecido para o lado e falar sem emitir som a frase "quero te fazer sentir dessa forma"

Meus olhos pareciam estar presos em tudo aquilo que estava em minha frente, ver ele a tocar daquela forma que a fazia contorcer, ver seus olhos paralisados em mim o tempo todo, como se tudo aquilo fosse uma amostra do que ele faria comigo. Mordo o lábio inferior ao pensar nisso, mas logo me repreendo mentalmente

– caralho - ouço magrelo dizer sentando ao meu lado, mas nem com sua presença carioca parou com seu show, ao contrário disso... dou um longo suspiro antes de parar de o encarar e levar minha atenção para o magrelo

– que tipo de teatro é esse? - pergunto a magrelo que ri

– carioca quis te mostrar o que está perdendo, é a única explicação que tenho para esse espetáculo de como tocar um bom remix - ele diz fazendo gesto de dj e acabo rindo muito mais alto do que deveria

– qual motivo das risadas? - olho para o lado vendo carioca que agora estava em nossa frente com sua cara de bravo que o deixava ameaçador e extremamente gostoso ao mesmo tempo

– qual é a do teatro de como tocar buceta? - magrelo pergunta e o mesmo ri nasalmente

– posso te ensinar outra hora - ele diz sem o olhar e caminha em direção as bebidas pegando um copo e bebendo rapidamente

Fico em silêncio sem saber o que falar para ele e nem como agir, a tensão sexual que estava entre nós era óbvia e com certeza daria para senti-la a quilômetros de distância, com sua presença ali tão perto minha respiração continuava ofegante e não conseguia de maneira alguma a controlar, já carioca parecia completamente normal

– por que está tão calada? - ele diz colocando sua mão ao meio de minha coxa e acabo me arrepiando ao sentir seu toque em minha pele nua e vejo ele passar a língua nos lábios ao notar

– não tenho nada a falar, você fez um bom teatro... conseguiu prender minha atenção - digo sem o olhar e tiro sua mão de minha coxa

– eu sinto que devo fazer muito mais que aquilo com você, quero te ver gritando de prazer - ele sussurra em meu ouvido e acabo suspirando pesado e deixando ele entrar em minha mente

– e por que não faz? - digo agora encarando seus olhos. Estávamos tão próximos, mas não parecia o suficiente, eu ainda precisava de mais

– não me desafie. - ele sussurra em um tom ameaçador, mas já não queria mais nenhum limite, queria o ver chegar ao ápice de vontade, de raiva ou o que fosse

Mas queria o ter para mim, nem que fosse por uma noite...

– você iria me fuder aqui e agora? - digo tocando em sua barriga, mas ele segura em meu braço com força me parando

– se continuar com joguinhos vou fazer você sentir muito pior do que da ultima vez que te tive sob meu controle, mas vai chorar de tesão - sua referência sobre o passado e a tortura que me fez, me deixou assustada e me fez recuar e voltar a mim

O fato de ver que ele ainda pensa em tudo aquilo como algo que lhe cause prazer me causa um medo inexplicável, eu não faço ideia do que carioca é capaz, mas sinceramente não sei o que fazer

Mesmo com tudo isso é tão difícil não o querer, que droga de masoquista eu sou?

Me afasto do mesmo tirando meus olhos dele, mas sem tentar demonstrar meu desconforto com suas palavras, mesmo que ele tenha com toda certeza notado muito antes de eu me afastar

– o que foi, ficou com medinho? - ele diz em tom de deboche e sinceramente, eu nunca irei conseguir entender esse cara... olho novamente para ele tentando me manter o mais posturada possível e ele ri ao notar

– sabe o que é o meu medo? - digo o encarando – que você faça tudo o que é capaz e mesmo assim não seja suficiente. - sorrio de canto, mesmo que aquilo estivesse longe da realidade, não iria abaixar minha marra dessa forma

Atração perigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora