Trinta e sete

165 7 8
                                    

Carioca

– qual foi, quero o magrelo no comando dessa missão se ligou, quem ele apontar vai com ele, quero agilidade e muitas mortes naquela porra, se ligou? - digo em alto e bom som para todos os vapores que estavam ali

– valeu porra - magrelo diz agradecendo a oportunidade

– só quero ver à fuça de vocês aqui novamente quando estiverem com a vick, entenderam? - digo e todos assentem – confio em você, caralho.  - faço toque com magrelo

– bora, caralho. - magrelo diz e o observo apontar um a um dos que ele levaria com o mesmo e logo em seguida já entraram na van, indo em busca da victória que até agora ainda está na mão dos cara

– não é que eu sobrei mermo - ph diz indignado me fazendo rir

– magrelo só escolhe os mais competentes, mané - debocho do mesmo que fica puto, caminho em direção a biqueira e faço um baseado bem bolado já colocando a fumaça pra subir

Preferi mandar o magrelo como cabeça dessa missão porque estou cheio de neurose, muito bagui na cabeça e não quero colocar ninguém em risco sabendo que não estou na menor condição de querer fazer a frente, isso é o caminho pra dar merda mermo...

Puxo meu celular do bolso desbloqueando o mesmo e indo direto no chat da sophia, mandada sumiu desde que deixei dito que ela podia sair, mandou nem a merda, colfoi.

Já fazem três dias desde então, mas achei melhor dar espaço e sair de cima por um tempo, sei que estava deixando ela pilhada com toda essa pressão...

– e ai parcera, ta suave? - digo em um áudio e envio, mas em segundos me arrependo e decido apagar a mensagem, não sou homem de ficar implorando atenção, carai.

Jogo o celular pra longe mantendo minha atenção em meu baseado, não queria dar o braço a torcer, o que é meu pode girar girar e girar, mas sempre vai voltar pra minha mão.

– carioca, tem uma mandada querendo falar com você - menor diz entrando na biqueira

– to afim não, pode mandar vazar - resmungo sem o olhar e o mesmo sai, mas em seguida ouço alguns gritos

– carioca - ouço sua voz e sei no minuto exato de quem se tratava, levanto a cabeça devagar a encarando sem entender quem ela estava achando que é pra entrar sem minha autorização

– quem te deu a porra da autorização pra entrar aqui, bianca? - digo a fuzilando com os olhos

– nossa pra que toda essa raiva? Você não costumava me receber dessa maneira... - ela diz fazendo voz de manhosa e rio nasalmente

– você sempre chegou com algo a me oferecer, mas mesmo assim não valeu a pena. - digo e ela faz uma cara de ofendida

– hoje também trouxe algo, adivinha com quem estive ontem - ela diz sorrindo maliciosa

– odeio joguinhos, seja direta ou te chuto pra fora daqui. - digo serinho

– calma... estive com a sophia, você acredita que ela ainda está guardando rancor de mim. - ela diz caminhando até minha mesa, seu olhar não negava o deboche em suas palavras, como eu queria que sophia a visse dessa maneira

– você foi uma péssima amiga. - retribuo seu deboche e ela senta-se na cadeira rindo

– você também guarda rancor, carioca? - ela se debruça sobre a mesa me dando a visão de seus peitos saltados na blusa, sorrio encarando seus olhos e nego com a cabeça

– você não vale a pena. Foi bacana e até me distraiu por alguns dias, mas já perdeu a graça, valeu. - digo

– não consigo acreditar que você realmente gosta dela a esse ponto, é ridículo. - ela resmunga

– ridículo é você se humilhar pelo perdão da sua amiga e só porque não conseguiu vir novamente querer atingir ela dando a buceta pra mim. - ela revira os olhos – por você não vale a pena dar mancada com a sophia novamente.

Levanto indo em sua direção e seguro em seu braço a levando para fora da biqueira

– me solta, carioca! - ela esbraveja enquanto a arrasto até a barreira do morro daquela forma

– não quero mais te ver de ideia torta pra ninguém, se ligou? Vaza. - digo a jogando no chão e todos os vapores a encaravam, seus olhos estavam lacrimejados, mas era aceitável.

Esse é o custo de ser uma vagabunda, sentir o peso da vergonha sobre seus ombros ali caída no chão com vários olhares de julgamento a sua volta, mas é só assim que se aprende.

Infelizmente não vai ser a ultima humilhação que ela vai passar, ainda vai aprender muito com a vida e com os traumas que vai viver, a raiva vai tomar conta de seu corpo e tudo o que ela vai querer é vingança, nesse processo pode ser que consiga algo... outra humilhação.

Mas o importante é que no fim vai ver que tudo foi perca de tempo e por o juízo no lugar, talvez nessa hora seja tarde para se desculpar, tarde para recomeçar, mas sua lição foi aprendida.

Ela cobre o rosto com as mãos e vejo seu peito subindo e descendo, ela estava chorando e com razão, é nesse momento que a raiva toma ainda mais posse de seu corpo.

– ph, leva ela até em casa. - digo e o mesmo caminha até ela a levantando do chão e logo sobem em sua moto partindo pra sua casa

Volto para a biqueira pensando na situação que acabou de acontecer, principalmente em como minha cabeça se manteve firme sobre não vacilar com sophia a todo momento, nem mesmo os peitos me fizeram repensar, acho que isso é evolução mermo.

Mas pra ser sincero estou com a mente em sophia o tempo inteiro, tem nem tempo pra querer outra, mandada feiticeira do caralho, lembro do cheiro dela do nada e me causa maior onda fi, papo de viado virgem isso ai, colfoi.

Meu celular apita notificação e encaro o mesmo vendo que ela havia me mandado apenas um ponto de interrogação por conta de minha mensagem apagada, um ponto de interrogação? Caralho que miséria de atenção é essa, porra.

Depois leva pica e chora.

Atração perigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora