Carioca
Entro na biqueira o avistando, seu semblante era calmo e seu olhar transmite uma confiança sem igual, mesmo que estivesse de frente com o próprio capeta.
– confesso que sua rapidez me surpreendeu demais, carioca. - ele diz me encarando, sabia que realmente tinha o surpreendido pelo simples fato de ninguém estar esperando minha chegada, foi realmente muito mais fácil do que eu esperava, mesmo ainda não tendo ideia de como e onde estão meus vapores...
– não gosto que peguem o que é meu. - digo serinho
– não achei que a filha do dono do complexo do alemão fosse sua, para ser sincero não esperava te encontrar, carioca. Estava apenas tentando assustar o famoso cobra. - ele diz e vejo a mentira em seus olhos – mas é claro que você e o vidigal são muito atrativos também.
– e você vai acabar até sem a pedreira, mané - murmuro colocando a mão em minha arma e o mesmo ergue os braços em rendição
– você é do tipo que mata quem está desarmado? Que isso, carioca... você vai ter que concordar que ter a posse do complexo do alemão é muito atrativo para qualquer um, seja casando com a filha do cobra ou a sequestrando - ele diz com um sorriso malicioso em seus labios
– se não quer que eu estoure sua cabeça, cala a merda da sua boca. - rosno em sua direção – aonde ela está? - pergunto
– está ai - ele diz apontando com a cabeça para uma porta no canto direito de sua cadeira, ergo a sobrancelha e o mesmo sorri – quis a deixar pertinho de mim, pretendia a fazer uma visita especial, mas pelo visto você quis estragar isso. - ele diz e antes que possa continuar com suas gracinhas puxo meu fuzil o apontando para a cabeça do mesmo, engatilho deixando pronto para mandar esse desgraçado para o inferno
– eu não vou te matar, sei que é isso que você quer, não sou nenhum emocionado para cair na sua. - digo, sei que para ele seria muito melhor levar um tiro no meio da cabeça e morrer com pressa, já que não tem mais para onde fugir.
Mas eu iria fazer diferente.
– qual é, eu estou sendo puro com você... já que vai me matar de qualquer forma, deixa eu comer a vagabunda antes - ele diz e sua mão vai em direção a pistola em cima da mesa, mas antes que o mesmo a pegue atiro em seu ombro o fazendo gritar e se afastar da arma
– você achou mermo que isso iria dar certo? - digo caminhando em sua direção e tiro a arma da mesa
– acreditei que você seria alguém mais "competente", pardo. - debocho e o mesmo enruga a sobrancelha cuspindo ódio.– você é um otário de merda, carioca. - ele diz com raiva e desfiro um soco em sua cara vendo o mesmo cuspir sangue, depois daquilo perdi as contas de quantos socos dei em sua cara, mas só parei quando vi o mesmo desacordado.
Chutei a porta do quartinho fazendo a mesma cair no chão dando um barulho desgraçado, passo os olhos pelo mesmo vendo sophia com seu olhar assustado, a mesma estava sentada na pequena cama de solteiro com suas pernas encolhidas e cobertas por seus braços, quando seu olhar se encontrou ao meu a mesma correu em minha direção me abraçando apertado, suspirei aliviado por ter conseguido chegar a tempo de nada tão grave acontecer
– carioca... - ela diz com sua voz tremula que demonstrava tanto medo que nem consigo imaginar, fico imóvel e sem reação com seu abraço repentino, não sabia o que sentir... olhando em seus olhos a confusão tomava conta de meu corpo, um misto de sentimentos que nunca senti antes, o ódio por ela ter me contrariado e acabar acontecendo tudo isso, mas o alívio absurdo de a ter novamente em meus braços...
– desculpa ter demorado, foi mal mermo ter deixado isso acontecer, mas porra o que você queria fugindo igual uma maluca? - digo me alterando, mas seus olhos lacrimejados me encaram me fazendo ficar quieto no mesmo instante, foda-se toda essa merda...
Por mais que a raiva por ela ter fugido fosse enorme, nada se compara a como me senti um fudido por não ter a protegido quando devia
Com calma e nervosismo ao mesmo tempo, passo meus braços ao redor de seu corpo a envolvendo de forma que nossos corpos se colem e ela possa se aconchegar em meu peito, acaricio seus cabelos devagar, mesmo sem saber o porque caralhos estava fazendo toda essa melação.
– obrigada por vir, carioca. - ela sussurra se afastando de meu corpo, coloco minhas mãos em seu rosto nos aproximando até que nossas testas se encostem
– eu te dei a minha palavra de que ninguém iria ousar tocar em um fio do seu cabelo e eu vou cumprir isso, custe o que custar. - digo olhando em seus olhos
– achou a mandada? Ainda bem! - magrelo diz entrando na biqueira.
– está tudo limpo, carioca. Não restou nenhum deles... - ph diz e pousa seus olhos em sophia, me afasto da mesma ignorando as trocas de olhares entre eles dois, aquilo me causava ódio mermo, mané
– restou sim, esse aqui - digo segurando pardo pelo pescoço, eles abrem maior olhão e sorrio de canto – mas com ele, o tratamento vai ser daquele jeito. - magrelo sorri maliciosamente e amarra as mãos de pardo que ainda estava desacordado e com a cara toda fudida.
– levem esse verme pro Vidigal e tranquem no quartinho. - magrelo diz atirando pardo dentro da van, os vapores logo dão a arrancada na van saindo com pressa dali.
– quero que deixem ele sem comida e sem água, podem quebrar no soco, mas não matem. Eu é quem vou ter esse gostinho, vou fazer esse desgraçado sofrer tanto que ele vai esquecer o próprio nome. - digo serinho e magrelo assente
– e quanto aqui, quem vai ficar no comando? - diz se referindo a pedreira, que agora estava uma terra sem lei, mas por muito pouco tempo.
– estava pensando em deixar aos seus cuidados, se ligou? - digo e o mesmo sorri largo ficando animado com a ideia, desvio meu olhar para o canto do sala vendo sophia e ph que agora estavam abraçados, mas os ignoro voltando minha atenção para magrelo
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Atração perigosa
Romance"- - atração, sophia? - ela assentiu - você tem noção do quanto isso é uma atração perigosa? - por favor, mãe - ela revira os olhos virando-se para o freezer e pegando uma cerveja - acha que estou brincando? Onde que você acha que vai te levar a se...