Nove

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Sophia

– cheguei a tempo de fazer seu teatrinho - resmungo sem o olhar assim que meu pai sai na porta.

– quando eu mandar você fazer algo e meter marra novamente, vou te descer a porrada. - reviro os olhos

Sabe quando você faz algo e se arrepende no segundo seguinte? Foi o que aconteceu quando o vi se levantar e vir em minha direção

O mesmo segura em meu pescoço me encostando na parede, ele me encarava com uma cara estranha, um olhar diferente, mas não sabia decifrar.

– me solta - o empurro, mas ele ignora ainda deixando seu olhar sobre meu rosto

– sabe qual a real mermo dessa parada? - seu tom era mais calmo do que o normal, o que me assustava muito mais.

– atinge seu ego de bravão? - debocho mantendo meu olhar fixo ao dele, mesmo sentindo meu corpo tremer inteiro, não deixava transparecer

Estava exausta disso.

– sinto vontade de te fuder até seus olhos revirarem dessa mesma forma - sussurra em meu ouvido, me contorço sentindo um arrepio percorrer meu corpo inteiro, a sensação foi estranha, não imaginava ouvir algo assim vindo de carioca.

– eu vou pra casa... - tento passar ao seu lado, mas o mesmo me prende novamente contra a parede

– colfoi, cê faz de propósito, não faz? - passa o nariz em meu pescoço e me pergunto se ele esta bebado ou drogado.

Ao mesmo tempo que sentia medo por lembrar das coisas que carioca me fez passar, era INEVITÁVEL não sentir o tesão em sua voz, me causava arrepios e eu estava lutando contra meu corpo

Algo nele me puxa de uma forma inexplicável.

– não, carioca. - falo quase em um sussurro, já não fazia ideia do que fazer, falar ou sentir

Ele pousa seu olhar em meus lábios, passo a língua sobre os mesmo os umedecendo.

Ele nega abrindo um sorriso de canto, certeza que o morro todo estava sentindo o clima quente que estava entre nós

Seria uma boa razão para botar a culpa na cachaça de mais cedo.

– meu pai já foi, chega de teatro - toco em sua barriga para tentar o afastar, ele engole em seco se afastando de mim

– vai, ergue o cu daqui - ele diz voltando ao estado normal dele, ignorante e sem expressão

Isso é o que mais me intriga em carioca, do nada ele muda e eu fico sem saber o que pensar.
Nossa atração é algo nítido, não da para esconder

Por mais que eu insista em tentar.

Mas ele de todas as formas não deixa transparecer, nem demonstra muito.
mesmo que esteja me prendendo a ele com toda essa história.

– me leva até a barreira? - pergunto pegando meu celular, ouço sua risada e olho em sua direção, o mesmo estava no corrimão da escada, de braços cruzados e a cara fechada

– to com cara de moto taxi? - responde por fim subindo as escadas

Reviro os olhos e saio logo dali

Atração perigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora