Vinte e um

162 8 0
                                    

Carioca

Continuo batendo na porta tentando controlar toda a raiva que estava sentindo para não arrombar logo aquela merda e a quebrar inteira, porque se eu precisasse fazer isso não seria só a porta que eu iria quebrar inteira

– VAI EMBORA, eu não quero, não, não - ouço sophia gritar e em seguida sua voz ir reduzindo aos poucos, até ouvir um barulho alto e não ter mais nenhum som, um silêncio profundo e assustador

– sophia? - pergunto e não obtenho nenhuma resposta, então posiciono meu ombro sobre a porta a dando um empurrão e a mesma cai no chão em segundos me dando a visão de sophia também caida no chão, com o seu rosto vermelho e inchado de chorar e pelo tapa que lhe dei.

Chego perto da mesma vendo que ela havia desmaiado, então a pego em meus braços e a coloco na cama, pego um vidro de álcool colocando próximo ao seu nariz e respiro aliviado quando seus olhos se abrem, ela estava ofegante e assustada quando acordou

– qual foi, te peço desculpa na pura mermo, eu me deixei levar pelo seu afronte e viajei na sua - digo sem a olhar, ela fica em silêncio apenas respirando e inspirando

– você mais uma vez passou de todos os limites - ela diz baixo – eu não quero mais fazer parte disso, então se quer continuar com essa merda toda que tem feito, me mata e inventa algo pra minha família - ela puxa minha camisa me fazendo a olhar – se você não me matar, assim que chegarmos no complexo do alemão eu irei contar pra todo mundo tudo o que você já fez e você nem vai ter oportunidade pra sair de lá - ela diz com calma e seriedade, fico a observando em silêncio

Puxo minha arma da cintura a destravando e alcançando o cabo para ela

– se quer tanto que eu morra, me mata você - digo e ela vira o rosto pro lado sem pegar a arma – eu sou a porra de um desgraçado que fudeu com a sua vida e ainda tenho muito para fuder, por que não acaba logo com isso e me mata? - a desafio

– você sabe que eu não faria isso. - ela diz ainda sem me olhar – e é por isso que está me usando dessa forma, por que o medo que você me causa me faz ficar em silêncio, me faz achar que eu te quero, mas tudo isso não passa de medo e trauma do que fez comigo.

– eu sou capaz de tudo para ter o que quero, sophia. - digo a segurando pelo queixo e forçando a mesma a me olhar – não tente brincar comigo.

– desculpa interromper a dr do casal, mas a gente tem que ir agora antes que o cara fuja. - magrelo diz aparecendo em frente a porta do quarto, levanto colocando minha pistola na cintura e olho novamente para sophia

– bora, a gente ta sem tempo - ela não diz nada, apenas levanta olhando seu rosto no espelho e vendo a marca de meus dedos que ainda se encontravam em sua bochecha e logo caminha conosco para o carro

O percurso era rápido e ficamos em silêncio a maior parte do tempo, o restante era só o magrelo tentando de alguma forma mudar o clima que estava irreversível, quando chegamos na casa do arrombado nem quis chamar ou fazer alarme, meti o pé na porta e entramos com tudo

Ele estava sentado no sofá e ao seu lado havia uma mulher com uma criança de colo, um neném, quando nos viu seus olhos se arregalaram

– nem pensa em mover um pé dai - digo apontando meu fuzil em sua cabeça, enquanto magrelo apontava para a mulher

– caralho, por favor não façam nada com a minha família - ele diz suplicando pela vida deles, você realmente acreditou nisso? é lógico que não era essa a intenção desse arrombado, ele queria era nos fazer matar a família e deixar ele vivo

– sua família... o muleque é seu filho? - aponto o cano da arma para a criança fingindo entrar em seu joguinho, esses drogados do caralho não pensam em família, eles fazem os filhos e tem em mente que quem vai primeiro é as crias pra depois eles, esse é o intuito de quem é desgraçado nesse nível

– sim, ele tem apenas 3 meses... por favor - diz e rio com malicia, destravo a arma ainda apontada para a criança, mas a viro de pressa atirando no meio de sua coxa, ele cai de joelhos e começa a gritar como uma mocinha

– tira a mulher e a criança daqui, magrelo - mando e o mesmo pega a mulher pelo braço a arrastando para fora da sala, a mesma grita e tenta intervir, mas sem nenhuma chance

– o que você vai fazer, carioca? - sophia diz parando ao meu lado, a encaro sem entender... até 5 minutos atrás nem queria papo comigo

– cadê a porra do meu dinheiro, menor? - bufo o encarando, ele continuava gritando com dor e mal conseguia falar

– eu não tenho, eu juro que não tenho nada! Por favor, arranca alguma parte do meu corpo, mas não me mata! - ele pede e faço cara de pensativo

– infelizmente, mesmo que sua proposta seja tentadora demais, estou sem tempo hoje - digo dando um tiro bem no meio de sua testa, sophia grita com o susto que levou e logo o corpo dele cai aos meus pés jorrando sangue

– meu deus! - ela diz começando a chorar

– que isso, você ainda nem viu a melhor parte - digo a olhando com um sorriso malicioso – magrelo! - chamo e logo ele volta com a mulher e o bebezinho

– não, a gente não tem culpa de nada! Por favor! - a mulher pede suplicando, dava para ver sinceridade em seu olhar, mas acha que só isso vale pra bandido?

– carioca, não faz isso. - sophia diz segurando em meu braço, o tiro com brutalidade e viro minha arma em sua direção

– se você não quiser ser a próxima, fica calada e assiste. - rosno para a mesma e logo viro minha atenção novamente para a estrela do nosso espetáculo

Votem e comentem

Atração perigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora