Vinte e cinco

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Carioca

Desligo o celular na cara de Bianca, essa mandada está sendo muito eficiente mermo, papo reto.

Estava dando uma boa foda com ela quando sophia bateu na porta, eu mandei abrir mermo, mas ela ficou assustada e não quis abrir, ficou com medo de sophia brigar com ela. Colfoi, ia me amarrar em ver duas gostosas brigando por mim.

Pego meu baseado o tragando devagar enquanto observo o movimento em frente a biqueira, estava tudo calmo pra caralho, pessoal passando e me cumprimentando o tempo todo, até que avisto uma velha senhora que muitas vezes já pediu para conversar comigo, mas pra mandar a real mermo nunca dei ideia, mandava os menor resolver e nem me envolvia

A mesma caminha em minha direção com um sorriso grande nos lábios e os olhos marejados, assinto em forma de cumprimento para a mesma que para assim que chega em minha frente

– boa tarde, carioca - ela diz com sua voz rouca

– boa tarde, tudo tranquilo hoje? - pergunto já imaginando que ela deveria ter um motivo para ter vindo até aqui. ela sorri enquanto passa a mão por seus cabelos brancos

– hoje não preciso conversar com o ph? - ela pergunta e nego com a cabeça

– estou suave hoje, pode mandar seu papo - digo e caminho para dentro da biqueira, a mesma me acompanha sentando na cadeira em minha frente

– então, é novamente sobre a condição da minha casinha, meu filho foi mandado para uma missão tem muito tempo e me prometeu que iria me ajudar com as despesas quando voltasse, mas até então ele não voltou e tenho ficado cada vez mais preocupada e sem saída, estou sem o que comer a dias... - ela diz dando algumas pausas, tento me recordar de algum vapor que esteja a muito tempo sem retornar de alguma missão, mas não me vem ninguém a cabeça.

– quem que é esse seu filho? - pergunto tragando meu baseado e vejo a lágrima descer por seu rosto

– o vulgo como vocês dizem, é portuga. Ele me disse que ganhou esse vulgo mais como um apelido por conta do sotaque português que temos desde que viemos de portugal. - ela diz me fazendo ficar surpreso e sem saber o que dizer, o portuga foi morto a anos...

– colfoi, quanto tempo faz que o seu filho está em missão? - digo e ela parece confusa enquanto tenta se lembrar

– talvez uns 4 meses no máximo - ela diz me encarando e então percebo do que se trata, ela tem alguma doença que a faz esquecer das coisas e provavelmente esqueceu que o filho foi morto a muito tempo.

– qual foi, que onda do caralho - murmuro e ela me olha sem entender, mas logo desvia o olhar do meu começando a encarar suas mãos

– as vezes me pergunto o porque estou cada vez mais velha, mesmo sem nem ter tanta idade assim... nem consigo acreditar que algum dia ainda irei ver meu filho antes de minha morte. - ela diz e as lágrimas inundam seu rosto, me causando uma parada esquisita.

– eu vou mandar alguns de meus vapores atrás do portuga - minto, eu não faço ideia de como contar a verdade a ela... – e também quero saber o que você está precisando em casa, vou providenciar tudo para a senhora, morô?

– muito obrigada, carioca... eu sabia que você iria me ajudar, é um homem de muito caráter e humildade. - ela diz com um sorriso radiante em seu rosto

— eu vivo para isso, vivo por vocês aqui do Vidigal. - digo com orgulho – a senhora pode ir para a sua casa descansar despreocupada, mais tarde vou mandar algumas coisas e algum vapor de confiança para conversar com a senhora e podermos fazer ainda mais para lhe ajudar. - ela assente e caminha até mim

– eu posso te dar um abraço? - engulo em seco um pouco sem reação, mas logo me dou por vencido abrindo os braços para a mesma, seu abraço era verdadeiro e puro, algo que nunca senti antes.

Um abraço acolhedor e carinhoso, algo de outro mundo mermo...

...

Fico em silêncio assistindo todo aquele pessoal que entrava no meu baile, todos alegres e empolgados, se amarram demais em uma musica alta e bebidas. Trago meu baseado enquanto ouço ph e magrelo falarem na minha orelha, mas nem rendo.

– tanta mulher gostosa hoje, vou levar duas pra minha goma - ph diz animado, parecendo um catador de buceta

– colfoi, eu levo umas três ou quatro - magrelo diz gargalhando

– na moral mermo, vocês dois tão malucos pra esquecer as mulheres e irem fazer a festinha particular sozinhos - gasto com os dois que resmungam algo, mas nem ouço por já estar me retirando dali, caminho até a barra do camarote ainda procurando por algo, mas até então não havia nada.

Até que encaro a porta por alguns segundos e logo meu olhar se cruza com o dela, estava de vestido vermelho colado, um salto alto nos pés e um olhar tão provocante que me causava raiva, raiva por não a tê-la por mais de alguns minutos.

Mesmo sabendo que eu poderia a levar a força para um quarto e garantir horas de tesão acumulado, com ela não sinto vontade de fazer absolutamente nada que não seja de ambas partes a vontade, isso é muito mais sobre mim do que sobre ela.

Sua boca estava tão chamativa com aquele batom vermelho, a cada segundo mais sentia vontade de ir em sua direção e a beijar com força. Ao seu lado estava bianca, que me olhava com seus olhos cheios de esperança.

Por mais que ela seja alguém que está me ajudando ainda mais em meu plano mesmo sem saber, ela não passa disso e de um entretenimento quando eu sentir vontade de comer algo diferente.

Continuo encarando sophia que em momento algum desvia seu olhar do meu, até a mesma balançar sua mão aberta em minha direção e sumir no meio da multidão de pessoas que estavam ali, mas deu nem dois e eu estava descendo do camarote, colfoi?

As pessoas abrem caminho conforme vou passando e logo a avisto no bar com um copo em sua mão, caminho até a mesma colocando a mão em meio aos seus cabelos e a fazendo inclinar a cabeça para cima, me encarando nos olhos. Até de cabeça pra baixo a desgraçada consegue me provocar

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Atração perigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora