Sete

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Júlia

Tentei tanto ensinar sophia a escolher um homem que não tivesse essa vida, para evitar sofrimento.

Só eu sei tudo o que passei com o Henrique, desde agressões, a medo de o perder, se tivesse uma opção com certeza queria ter me privado de tudo isso, mas não escolhi por quem me apaixonar

E não me arrependo de nada de nossa história, tivemos altos e baixos, mas nosso amor prevaleceu e foi mais forte do que tudo.

Agora ver sophia no colo de um dono de morro é como se tivesse um deja vu de tudo o que passei, não quero isso pra minha filha, e sinto que esse cara não é de confiança

Vê-los apoiando essa situação por conta de uma aliança para o alemão me causa vontade de os bater, sophia não é uma moeda de troca.

– sophia! - digo enquanto caminho atrás dela que estava indo pegar outra cerveja para o carioca

Ela me olha e para em frente ao freezer

– fala, mãe. - seus olhos estavam perdidos e soube na mesma hora que havia algo errado nessa história

– o que está acontecendo entre você e o carioca? - pergunto e ela desvia o olhar, sophia é péssima para mentir ou esconder coisas

– a gente se atraiu, passamos a noite juntos, só. - respondeu em seco, nem ela mesma conseguia acreditar no que falava

– atração, sophia?  - ela assentiu – você tem noção do quanto isso pode ser uma atração perigosa?

– por favor, mãe - ela revira os olhos virando-se para o freezer e pegando uma cerveja

– acha que estou brincando? O que que te levou a sentir atração por um bandido?

– por que não me diz você? aliás, você está casada com um. - responde passando por mim

Aonde foi que eu errei?

Ensinei tanto para sophia, tentei tantas vezes a aconselhar e vejo que está sendo tudo em vão.

Volto para a mesa onde estavam todos reunidos, sento ao lado de Henrique que me olha sorrindo

– parece que vejo nós em um espelho - diz e o repreendo com o olhar

– lembre que nossa história é toda conturbada, não quero sophia repetindo isso. - falo e vejo o olhar de carioca pousar em meu rosto, esse homem com certeza não é quem diz ser, o olhar dele exala ruindade

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Arthur

Conseguia sentir de longe o quão desconfortável sophia estava com tudo aquilo, mamãe e ela com certeza haviam discutido, as duas voltaram de cara fechada, duas marrentas.

Pego meu celular mandando mensagem a Bianca, marcando de nos encontrarmos no quartinho da 19 as 03h da manhã

Essa garota é maluca e eu confesso que to gostando de enlouquecer com ela, mas não sou alguém para ela se relacionar.

Primeiro que não sou de ninguém, sou de todas, mulherengo nato, tem essas de ficar com uma só, jamais.

Segundo que bianca é do asfalto, ela não trocaria a vida perfeita que tem la para viver comigo em perigo todos os dias, e eu não vou abandonar minha vida também.

Terceiro que o que a gente tem é bacana, mas não existe sentimento.

{...}

Dou uma passada rápida por todas as mensagens, respondendo apenas as mais importantes.

Kevin pousa o braço em meu ombro

– você ama isso, não ama? - diz e o encaro

– o que?

– se sentir no topo, mas saiba que quem manda ainda é aquele ali - aponta com a cabeça para nosso pai, assinto

– achei que nessa idade ele nem iria se envolver mais, a mãe insiste tanto - ele nega rindo

– ela tem medo, ainda mais com a gente se envolvendo ainda mais do que ele, mas sempre vai ser assim, somos crias do alemão - diz rindo

– a gente deixando ela e sophia seguras, está mec. - digo e ele assente

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Maratona 3/3

Atração perigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora