Quarenta e seis

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Sophia

– o que aconteceu? você tá tão estranho - digo encarando carioca, ele estava calado a mais de dez minutos encarando suas mãos enquanto apertava as mesmas, seu semblante era confuso e de raiva ao mesmo tempo

ele me olhou rapidamente e negou com a cabeça desviando o olhar novamente

– me deixa na minha, moro? - ele rosna como um cachorro pronto pra atacar, dava pra notar que ele estava desconfortável com alguma coisa, com algo que aconteceu...

Quando algo o surpreende negativamente ele sempre reage dessa forma, ficando agressivo e na defensiva, dificilmente vai adiantar tentar conversar com ele

– você quer que eu vá embora? - pergunto em um tom mais baixo e ele me encara franzindo a sobrancelha

– não, eu não quero. - ele responde depois de alguns minutos em silêncio – só estou cheio de neurose, mas fica suave.

– é porque eu estive com o v2 hoje? Não aconteceu nada.. - tento explicar e ele me corta

– estou pouco me fudendo pro v2, antes fosse isso que tem me atormentado. - ele diz serinho – minha mãe esta aqui. - sua voz sai baixa como se ele estivesse se forçando a falar aquilo

– sua mãe? por que você tá incomodado com isso? - pergunto sem entender nada, nem sabia que carioca tinha família

– nem da pra chamar de mãe uma desgraça daquela, ela forjou a própria morte, me abandonou quando eu era uma criança. - ele diz e sua voz começa a ficar mais tensa – é só uma desgraçada que não vale a pena

Fico em silêncio por algum tempo tentando entender o que carioca estava falando, foi tanta informação pra minha cabeça que fiquei tonta

– talvez ela tenha tido motivos... - foi a única coisa que consegui falar, mesmo sabendo que isso é errado de qualquer forma

– pra você é fácil acreditar que exista algum motivo, você sempre teve seus pais lambendo o chão que você pisa - ele diz com deboche – você vai dizer o que? Que ela me abandonou porque eu sou um merda? - ele diz com raiva encarando meus olhos

– não por você, mas deve ter algum motivo

– o motivo é que ela foi uma vagabunda e agora vai arcar com as consequências, vai ter o que merece. - ele diz parando de me olhar, seus olhos fixam em seus punhos novamente

– você vai machucar ela? - pergunto mesmo sabendo a resposta

– pra caralho.

...

Fiquei um tempo mais com carioca, mas ele estava sem clima nenhum, cheio de neurose e no fim acabou pedindo pra eu vir embora e foi o que fiz

– sophia, quero trocar uma ideia com você. - arthur diz se levantando do lado de kevin que estava no sofá

assinto e o mesmo vem até mim, fomos ao meu quarto e ele sentou em minha cama antes de começar a falar

– você já soube aonde a bianca está? - ele pergunta e nego com a cabeça

– a gente não se fala desde... enfim - reviro os olhos – onde ela está?

– mandei um vapor atrás dela, ficar de olho e tentar descobrir como ela está... - ele conta – hoje chegou em meu ouvido que ela está se vendendo por dinheiro, sendo abusada e maltratada por qualquer um que pagar por isso - ele diz travando seu maxilar

– meu deus... eu não fazia ideia - digo

– eu sei que não devia nem tar me importando com isso, ta ligado? Mas não é como se eu conseguisse esquecer e ignorar.

– eu vou tentar falar com ela, também não vou me sentir bem de saber disso e continuar sem fazer nada. - digo firme e ele assente

– se conversar não resolver, vou buscar ela e trancar no quartinho. - ele diz me fazendo rir, sei que bem la no fundo, Arthur sempre gostou de bianca

Ele fica em silêncio por alguns minutos e logo levanta se retirando de meu quarto, tranco a porta e pego meu celular procurando o número de bianca

Todas as vezes que tentei ligar caíram direto na caixa de mensagens, então resolvi mandar uma mensagem pedindo para que ela me encontrasse, mas não tive nenhuma resposta dentro dos 45 minutos que fiquei esperando

Logo a tela de meu celular brilhou com o nome "carioca" e o peguei atendendo com pressa

– e ai, parcera - ele diz com sua voz rouca e visivelmente embriagada

– já deu saudade? - digo rindo e o mesmo ri baixo

– deu mermo - ele murmurou

– se me quer, vai ter que vir me buscar - digo em um tom provocador e o mesmo ri com deboche antes de falar

– eu estou na frente da sua casa. - fui em direção a janela e encarei o mesmo que estava encostado em seu carro, seus olhos vieram de encontro aos meus e um sorriso ladino surgiu em seus lábios

– você é maluco - digo rindo

Tomei um banho rápido e coloquei um vestido antes de finalmente descer para ver o que carioca pretendia, o mesmo me puxou para si cheirando meu pescoço, me causando um arrepio gelado

– se você estiver de short por baixo do vestido, vou bater tanto na sua bunda que você vai chorar - ele diz contra minha boca segurando em meu maxilar, sorrio fraco e digo:

– você vai ter que arriscar pra saber - ele encarou meus lábios e sorriu com a ideia, em um movimento rápido sua mão tocou minha pele nua, ele mordeu o lábio e movimentou seu dedo em meu clítoris, me fazendo ficar com a perna bamba

– sem calcinha... você é uma putinha mermo - sua voz sai rouca e cheia de tesão, me afasto do mesmo sorrindo convencida

...

– caralho, sophia... - carioca diz enquanto mantém seus olhos na estrada e uma de suas mãos em meu cabelo me forçando a abocanhar seu pau cada vez mais, coloco as mãos fazendo movimento de parafuso enquanto passo a língua por cada centímetro sentindo o mesmo pulsar em minha boca

Carioca respirava pesado e soltava alguns gemidos roucos que me estimulavam a continuar o chupando com vontade

Quando o sinal fechou, carioca forçou minha cabeça com rapidez me fazendo engasgar, ele segurou por alguns segundos me deixando sem ar, olhei em seus olhos encarando seu rosto cheio de tesão

Atração perigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora