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Spa, Bélgica

Isla

Assim que cheguei no paddock, percebi os olhares de todos sobre mim. Não fazia ideia do que estava acontecendo, mas algo me dizia que não era nada bom. A cada passo, eu me sentia mais incomodada.

Ao chegar na garagem da DAMS, Arthur caminhou em minha direção igual a um furacão e antes que eu pudesse perguntar o que estava acontecendo, ele segurou minha mão e me puxou para andar com ele.

- Hey! Eu posso andar sozinha. - resmunguei tentando me soltar. - O que eu deu em todo mundo hoje?

Paramos ao chegar no motorhome, onde estávamos sozinhos. Ele fechou a porta e me encarou de uma forma que eu não conseguia explicar.

- Arthur?

- Você tá saindo com o Mason?

A pergunta me pegou de surpresa, meu corpo ficou tenso e minha mente entrou em looping eterno. Abri a boca algumas vezes, mas não tinha uma resposta inteligente que pudesse me tirar daquela situação.

- O-o quê? Por quê você acha isso?

- Está por toda a Internet. - ele explicou e senti minha respiração falhar. - Tem fotos de vocês no estádio, na boate e saindo de uma pousada juntos.

Ah. Meu. Deus.

- Não estamos saindo. - disse rapidamente.

- Então, vocês nunca ficaram?

- Eu fiquei com ele algumas vezes, mas não foi nada sério. Eu juro. - garanti, até porque essa é a verdade. - Você acha que todo mundo já viu essas fotos?

Eu queria dizer que não, queria poder não me importar com quem viu as fotos e no que pensam ou deixam de pensar de mim, mas eu não conseguia. Já era difícil ser mulher nesse esporte, e agora com essa fofoca seria dez vezes pior.

- Provavelmente.

Eu suspirei, passando as mãos pelos cabelos e respirando bem fundo. Foi exatamente por isso que minha intuição me mandou ficar longe de Mason, mas como um boa pessoa teimosa, eu ignorei aquele aviso.

Isso só pode ser um pesadelo.

- Olha só, - Arthur segurou meu ombro e me fez encará-lo - você não deve explicação pra ninguém então seja a Isla forte e destemida que eu conheço e que eu amo. Não deixe esse urubus intimidarem você.

Eu assenti, afinal, ele tem razão. Eu já estava acostumada com os comentários sexistas e maldosos, além dos olhares julgadores. Meu pai me ensinou a nunca abaixar a cabeça pra ninguém e não vai ser agora que eu irei.

- Não vou. - garanti

- Ótimo. Agora vou deixar você descansar um pouco.

- Obrigada, Art. Você é o melhor.

- Disponha, Amber.

Ele deixou um beijo na minha testa antes de sair e então eu fiquei sozinha. Me joguei no sofá e passei as mãos pelos cabelos, os puxando para trás e soltando um suspiro frustrado. Por quê isso tá acontecendo?

Respira, Isla. Vai ficar tudo bem.

Fechei meus olhos por um instante, tentando acalmar minha ansiedade quando meu telefone começou a tocar. O nome que surgiu na tela fez meu estômago revirar.

- Não é uma boa hora, Mount.

Deslizei o ícone vermelho para o lado, ignorando a ligação e desliguei o aparelho. Sem mais dores de cabeça por hoje.

🌟

Acho que a pior parte desse esporte, além das críticas, é ter que lidar com repórteres inconvenientes atrás de uma fofoca para uma matéria sensacionalista. Mas eles não iam conseguir, não mesmo.

- As fotos que saíram essa manhã suas com o jogador inglês, Mason Mount, querem dizer que você seguiu em frente após o término com o piloto, Lando Norris?

Eu respirei bem fundo e contei até dez antes de responder, ou eu ia acabar estrangulando a mulher bem a minha frente e isso, sim, ia destruir a minha carreira.

- Não que isso seja da conta de ninguém, mas para os que não sabem, Mason e eu somos amigos a muito tempo. Ele me convidou para ir assistir um de seus jogos e eu fui, apenas isso.

- Então, não há nenhum envolvimento de cunho amoroso? - insistiu e eu estava a um fio de perder toda minha paciência.

- Por quê não falamos sobre a classificação de amanhã, hum? - tentei mudar de assunto.

- Está fugindo da pergunta?

- Olha, eu sinto muito que a sua vida seja tão tediosa pra você se importar com a dos outros. Eu já respondi a pergunta então se é só isso o que você queria saber, nós acabamos por aqui. Tenha um bom dia.

Sem esperar uma resposta, eu apenas dei às costas para aquele ser desprezível e caminhei longe dali. Durante o percurso, América se juntou a mim e me acompanhou até a garagem.

- Uau. Você lidou muito bem com a situação. Eu teria arremessado um tijolo na cabeça daquela vaca.

Eu me segurei para não rir.

- É uma coisa que você faria.

- Com certeza, é. E como se sente? - perguntou com cautela.

- Tô tentando não surtar e não bater em ninguém agora. - confessei.

- Admiro seu autocontrole, de verdade. Aliás, será que você pode, por favor, falar com aquele inglês muito gato e muito carente? Ele não para de me ligar.

- Bloqueia. - mandei. - Eu não quero ver ele nem pintado de ouro.

- Isla, a culpa não é dele.

- Tem razão, é minha. Não acredito que deixei as coisas chegarem a esse ponto.

- A culpa não é de nenhum dos dois. - ela segurou meu braço e me obrigou a parar. - Você não pode controlar tudo e todos ao seu redor.

- Eu queria poder. Tudo seria bem fácil.

- Fala com ele. - a inglesa pediu.

- Não.

Tentei voltar a andar, mas parei quando vi os pais de Lando andando pelo paddock.

- Só pode ser brincadeira. - me virei de costas e comecei a andar na direção oposta. - Vamos dar a volta.

- O quê? Por quê?

- Só anda e não faz pergunta. - mandei em um tom autoritário. Ela obedeceu.

Tudo o que eu menos queria agora era ter mais um problema na minha lista, mesmo que isso signifique passar o fim de semana todo fugindo dos meus ex sogros e das minhas ex cunhadas também.

E quanto a Mason, bem, eu lidaria com ele em outro momento.

E quanto a Mason, bem, eu lidaria com ele em outro momento

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E vamos de caos porque é disso que o povo gosta. E aposto que alguém vai ficar paranoico com esse gelo😄

DAYLIGHT || Mason MountOnde histórias criam vida. Descubra agora