DAYLIGHT || Mason Mount

011

Isla

Eu estava suanda frio enquanto eu dirigia até a casa de Mason e nem mesmo o ar frio que saia pelo compressor do carro estava conseguindo me deixar mais tranquila.

Minha vontade era dar meia volta e pegar o primeiro voo que me levasse para longe de toda essa loucura, mas eu tinha que resolver isso. Tinha que falar com ele, ou acabaria ficando louca.

- Fica calma, Isla. Fica calma. - murmurei a mim mesma quando estacionei em frente a casa dele.

Respirei fundo uma, duas, três vezes, para finalmente sair do carro e caminhar em direção a entrada. Toquei a companhia e esperei pelo que pareceu horas, até o jogador abrir a porta.

Ele conseguia ultrapassar o limite da beleza mesmo vestindo roupas tão despojadas e seu cabelo está levemente bagunçado. Que droga, por quê tão lindo?

- Você veio mesmo. - Mason murmurou, seus olhos estavam brilhando.

- É claro que eu vim. Você já devia saber que eu sou uma pessoa de palavra.

- Vêm, entra. - ele me deu espaço para passar e assim eu fiz. - Me dá seu casaco.

Coloquei minha bolsa em cima da mesa ao lado da porta e Mason me ajudou a retirar o sobretudo que cobria meu corpo. Seus dedos tocaram minha pele e meus pelos se arrepiaram.

Seguimos em silêncio até a sala de estar, que tinha uma decoração rústica que refletia muito bem a sua personalidade cheia de energia e características.

No lado esquerdo havia uma prateleira cheia de troféus, medalhas e fotos de Mason garoto, além de outras que continha seus pais, seus irmãos e seus sobrinhos.

Peguei uma em específica, onde o inglês tinha Summer em seus ombros no meio do estádio Old Trafford. Foi inevitável não sorrir e não achar extremamente fofo.

- Eu ainda não tinha conhecido esse lado do charmoso Mason Mount. - comentei colocando a foto no lugar.

Me virei e o encontrei escorado na parede com braços cruzados e seus olhos fixos em mim.

- Surpresa?

- Diferente, seria a palavra. - corrigi me aproximando de onde ele estava, mas ainda mantendo uma certa distância.

- Não acha que eu posso ser um cara romântico?

- Até agora eu só conheci o seu lado atrevido, pervertido, indecente e engraçadinho.

- Mas você gosta desse meu lado.

- Sim, eu gosto. - concordei e fiquei tão surpresa quanto ele ao admitir isso. - Mas eu confesso que tô confusa, Mason. Muito confusa.

- Foi por isso que me ignorou durante todo esse tempo?

Eu suspirei.

- Sim, foi por isso. E me desculpa, me desculpa mesmo. Tudo aconteceu de repente, eu não sabia o que fazer e não queria descontar minha frustração em você.

- Você podia ter mandado um mensagem, uma carta, sinal de fumaça, podia até mesmo ter pedido pra América me falar, qualquer coisa.

- Eu sei, eu sei.

- Depois daquelas fotos eu também fiquei confuso. Eu tô sentindo coisas que eu não consigo explicar e eu tô... tô com medo disso, Isla.

A melancolia em sua voz me trouxe uma leve nostalgia. Eu me senti exatamente do mesmo jeito a muito tempo quando eu me apaixonei pela primeira vez.

- Ter medo é normal, Mason. A gente costume temer o que não entende.

- E como faz pra parar?

- Não faz. Isso não passa, o que nos resta é sentir e ver até onde isso nos leva. Alguns tem a sorte de ser feliz, mas outros acabam se perdendo no caminho.

- Você se perdeu? - ele perguntou com curiosidade.

- Acho que sim. Eu não me arrependo dos últimos seis anos, não mesmo. Mas as coisas poderiam ter acabado de outra forma se eu tivesse me esforçado mais ou se ele não tivesse desistido.

Respirei fundo e balancei a cabeça para afastar aqueles pensamentos que insistiam em me rodear. Eu não tenho mais nada com o Lando e não pretendia ter algo com ninguém tão cedo.

Mas infelizmente, a gente não manda no nosso coração.

- Também tô com medo do que estou sentindo e de como esse sentimento sempre me trás pra você. Eu disse que não queria isso de novo pra mim, mas olha só onde eu vim parar.

- Onde você tá querendo chegar?

- Nós dois estamos confusos e acho que não devíamos forçar nada agora.

- É, eu também acho. Só que eu não quero te ter longe, Amber, isso é castigo.

Eu não queria isso tanto quanto ele, mas eu precisava proteger meu coração de uma nova decepção então vou ser mais paciente dessa vez.

- Eu vou sair de férias com a minha família, então nós dois não vamos nos ver por um tempo, talvez meses. Então, minha proposta é que quando nos encontrarmos e, se ainda sentirmos isso que estamos sentindo, nós vamos nos dar um chance.

Mason nunca foi o tipo de cara que tinha relacionamentos duradouros. Particularmente, eu não lembro dele em nenhum desde que nos conhecemos. Isso me fazia temer sua resposta.

- O que você acha? - perguntei relutante.

- Eu acho justo. Um acordo a longo prazo. - murmurou e um sorriso de alívio surgiu em meu rosto.

- Isso, a longo prazo. Então, temos um acordo?

- Temos um acordo. - ele concordou me mostrando aquele sorriso que fazia qualquer uma se derreter, incluindo eu.

Mason deu um passo a frente e chegou mais perto. Sua respiração batia contra meu rosto e meu coração batucava sem parar. Por mais que eu quisesse me negar, eu não podia.

Cada parte do meu corpo correspondia a cada toque, gesto do jogador. Foi assim quando sua mão tocou meu rosto e acariciou minha bochecha, fazendo meus olhos se fecharem.

- Devíamos selar esse acordo.

Abri meus olhos novamente e me deparei com suas íris castanhas fixas sobre mim.

- E o que você sugere? - indaguei quase como um sussurro.

Seu olhar desceu pelo meu rosto até chegar aos meus lábios. Eu fiz o mesmo, desejando sentir o gosto do seu beijo uma última vez antes de me forçar a ir embora.

Ele não respondeu, não com palavras. Em questão de milésimos nossas bocas já estavam coladas uma na outra, usufruindo de cada detalhe que eu com certeza guardaria.

Diferente de todas as outras vezes, o beijo era calmo, singelo e carinhoso. Os toques de Mason eram suaves, assim como o movimento de seus lábios que me levavam ao céu.

Eu queria poder beijá-lo assim pra sempre.

- Ótima maneira de selar o acordo. - brinquei e ele riu encostando sua testa na minha. - Eu tenho que ir agora.

- Eu sei.

Quando me afastei dele, meu corpo clamou para que ficasse exatamente onde estava, mas eu não podia fazer isso. Eu tinha que ir embora, ou acabaria mudando de ideia.

- A gente se vê por aí, jogador.

- Até um dia, señorita.

Um capítulo sem muitas emoções, mas muito necessário.