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03- Decisão "certa".

— Você é extremamente rude. — Se JJ pudesse dizer qual foi sua maior mentira do dia, ele teria cem porcento de certeza que era essa. Ele mal sentia as mãos da garota em seu pescoço.

Iris passava um algodão molhado com algo que JJ não reparou o que era, nos dois arranhões que estavam no lado esquerdo de seu pescoço.

— Posso ser mais delicada, se você quiser. — Ela apertou o algodão no pescoço com mais força, fazendo o loiro se arrepiar pela dor incômoda.

— Prefiro que você continue sendo rude. — Ele disse com um sorriso forçado. Iris mostrou-se satisfeita.

Assim que eles saíram do desastre do cinema, Kiara havia os levado até o Château, onde inclusive, John B não estava, o que preocupou todos os amigos. Agora Pope tinha levado Kiara para fora da casa a fim de explicar o acontecimento do barco.

Iris terminou de limpar o ferimento do pescoço do garoto, passou uma pomada e agora separava outro algodão para limpar o corte que estava em sua boca, similar ao seu.

— Você já cuidou do corte da sua boca? — JJ perguntou, levando a mão até o arranhão que estava no pescoço do mesmo. Iris puxou sua mão, antes que ela chegasse ao destino.

— Não toque aí, acabei de passar a pomada. — Disse mal-humorada, mas não rude. — Não tive tempo pra isso, você está bem mais estragado do que eu. — Ela se refere a pergunta anterior.

Assim que ela termina de passar soro fisiológico no algodão, ela segura o queixo do loiro e encosta o algodão levemente em sua boca.

— Onde você aprendeu essas coisas de cuidar de machucado? — A voz de Maybank sai estranha e abafada, por ele não poder mexer o lábio inferior.

— É literalmente o básico. Agora eu agradeceria se você ficasse quieto para eu terminar isso aqui mais rápido. — Iris diz, focando-se na tarefa que realizava.

JJ obedeceu e apenas esperou que ela terminasse seja lá o que ela fazia.

— Acho que não vai infeccionar, mas vou passar uma pomada mesmo assim. — Ela tira o algodão e passa um pouco de pomada no dedo, espalhando pelo lábio.

— Valeu. — O agradecimento é curto, mas significativo.

Iris começa a guardar as coisas em sua bolsa. JJ sobe uma sombrancelha em dúvida. — Você não vai cuidar disso aí? — Ele pergunta novamente, apontando para o lábio cortado e agora roxo de Davis.

— Não tenho saco pra isso. — Ela fecha sua bolsa.

— Isso não faz sentido. Você se dispõe para cuidar dos meus machucados, mas não vai cuidar dos seus? — Ele tira a bolsa das mãos de Iris, que suspira indignada.

Ele abre a mochila e a chacoalha em cima do sofá, derrubando tudo que estava dentro da bolsa nele.

— Maybank! — Ela repreende com raiva, vendo até mesmo seu bloco de notas que não via a séculos cair de lá.

— Assim é mais fácil. — Ele pega o saquinho de algodão e o frasco de soro fisiológico que ele tinha visto ela usar.

— Soro filósofo? — Ele tenta ler a embalagem, Iris ri levemente. — Isso serve pra limpar feridas ou dar aulas extremamente chatas?

— É fisiológico e sim, serve pra limpar feridas. — Ela diz. JJ abre a tampa e derruba um pouco do soro no algodão.

— Agora eu agradeceria se você ficasse quieta 'pra eu poder limpar isso. — JJ segura o queixo de Iris e ela revira os olhos.

𝘾𝙊𝙐𝙇𝘿'𝙑𝙀 ❘ JJ Maybank Onde histórias criam vida. Descubra agora