A casa que estou olhando agora certamente já foi bonita antes, mas hoje está em óbvia deterioração. As tábuas de madeira que compõem a estrutura parecem desgastadas e algumas estão visivelmente apodrecidas. A varanda da frente está em ruínas, com tábuas soltas e uma estrutura que parece instável. A pintura da fachada está desbotada e descascada, revelando as marcas do tempo e dos elementos. O gramado, que um dia deve ter sido bem cuidado, agora está tomado por ervas daninhas e tem grandes áreas com grama morta.
Cerrando os dentes, tento imaginar como foi para Dean crescer aqui. Eu me orgulho de ter tido um bom lar e pais que me mantiveram seguro em uma casa boa. Obviamente não foi o mesmo que a mãe do Dean fez.
Descendo de Bessie, trago minha pasta comigo enquanto passo pelo jardim que já viu dias melhores e pelas escadas com tábuas não muito confiáveis.
Toco a campainha e depois confiro o relógio em meu pulso. Oito e trinta e seis. Achei que seria uma horário apropriado, mas pela demora de abrirem a porta, posso ter julgado errado.
Bem, que se foda, não estou indo embora sem fazer o que vim fazer aqui.
Dou várias batidas na porta. Paro apenas porque sinto que posso derrubar a porta se continuar batendo, mas também porque ouço passos vindo de dentro da casa.
Quando a porta é aberta, deparo-me com uma mulher negra, de olhos vermelhos e cansados. Ela é muito magra para o seu hobby, e parece mais velha do que os seus trinta e nove anos. Conheço essa aparência. Eu já estive lá.
Talvez seja por isso que a raiva que nutri por essa mulher não me atinge de imediato. Até alguns meses atrás, eu não era muito diferente dela, mergulhado no álcool e nas drogas.
— Bateu na porta errada. — Renée Barnes – ela ainda usa o nome do marido falecido –, tenta fechar a porta de volta, mas a impeço com as minhas palavras.
— Sou amigo do seu filho.
Ela para, mantendo a porta entreaberta enquanto me encara pela fresta.
— O que você sabe sobre o meu filho?
— Ele está na casa dos meus pais.
Renée abre de vez a porta novamente, seu olhar desconfiado me perfurando.
— Por quê? O que está fazendo com meu filho? Você é da assistência social?
— Sim, ele está bem. Não. Não, sou da assistência social. Mas vim falar sobre o futuro do seu filho. Posso entrar?
A mulher ainda está hesitante, mas concede um espaço para que eu passe.
Ao entrar na casa, sou recebido por paredes manchadas de umidade e descascados de tinta, revelando a deterioração subjacente. O chão de madeira range a cada passo que dou até a sala, mostrando os sinais de desgaste. As duas janelas estão quebradas e cobertas de sujeira, permitindo apenas uma fraca filtragem de luz. A pouca mobília presente está em um estado de considerável desgaste, com estofados desbotados e rasgados. Há uma escada para o andar de cima e não posso ver muito da cozinha, além de embalagens de comida e paredes com o mesmo problema que as da sala.
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𝘿𝙚𝙨𝙚𝙟𝙤 𝙄𝙣𝙨𝙖𝙘𝙞𝙖́𝙫𝙚𝙡 ༆Tʀɪʟᴏɢɪᴀ Iʀᴍᴀ̃ᴏs ʙʟᴀᴄᴋʙᴜʀɴ༆ʟɪᴠʀᴏ²
RomanceO desejo faz você cometer loucuras para que ele seja saciado. Até mesmo ceder ao seu lado mais obscuro e se entregar a escuridão em forma de homem que te cerca há anos. Kathryn "Kate" Yamamoto adora a sua vida de solteira e a liberdade que isso lhe...