Ver Nova York passar do desabrochar da primavera para dar espaço ao verão trazendo uma nova fase de energia e eletricidade foi interessante. O que antes era um mar de flores coloridas nos parques agora dá lugar a uma explosão de verdura exuberante, com árvores cobertas de folhas verdes vibrantes e gramados repletos de vida.
À medida que as temperaturas aumentam, a cidade se prepara para os meses quentes que estão por vir. As ruas estão repletas de pessoas aproveitando o sol, seja relaxando nos parques, fazendo piqueniques à beira do rio Hudson ou explorando as inúmeras atrações ao ar livre que Nova York tem a oferecer. Os bairros ganham vida com festivais de rua, mercados de alimentos frescos e uma infinidade de eventos culturais ao ar livre. Os terraços dos bares e restaurantes se tornam pontos de encontro populares para desfrutar de uma bebida gelada enquanto se aprecia a vista da cidade iluminada pelo sol poente.
Eu fui um mero espectador na mudança de estação. Já me sinto parte desse parque, desse banco no qual me sento todos os dias à sua espera.
Mais alguns dias, é o que fico dizendo. Kathryn ainda pode aparecer. Talvez ela esteja ocupada às 15h todo dia, por isso fico aqui o dia inteiro, do amanhecer ao anoitecer. Ela vai aparecer. Ela tem que aparecer. Não é como se ela não soubesse que eu estou aqui.
— Bom dia — cumprimento Frank ao sentar ao seu lado em um banco na Shakespeare Garden. São 6h da manhã.
Coloco entre nós o café de Frank e suas rosquinhas.
— Eu sempre acho que você não vai voltar — ele diz, me olhando de cima a baixo.
— Ela disse alguma coisa? — pergunto então, aquele fio de esperança, de alguma forma, ainda vivo dentro de mim. Depois de três meses desde a última vez que a vi, não sei como ainda consigo me manter esperançoso.
Frank balança a cabeça e pega seu café da manhã. Já esperava essa resposta, mas ainda me causa uma dor no peito.
Três semanas depois desde que Kathryn e eu fomos presos, e eu comecei a vir aqui todos os dias, Frank me abordou. Ele disse que era culpa minha que Kathryn agora não vinha mais aqui e que eles precisavam se encontrar em outro lugar. Quando perguntei onde, ele levou como um insulto a sua lealdade a ela.
No dia seguinte, eu trouxe café e rosquinhas para me desculpar. E para pedir um favor.
— Dei-me isso — Frank pede ao terminar de comer, apontando para o buquê de rosas vermelhas nas minhas mãos. Eu o entrego e depois tiro a carta do bolso, dando a ele também.
— Obrigado — murmuro. Frank concordou em entregar para Kathryn o buquê de flores e a carta que eu trouxe no dia seguinte àquele. Fez o mesmo com todos os outros buquês e cartas que eu tenho trazido desde então. Todos os dias. Às vezes me ocorre que ele pode estar jogando ambos fora e apenas fingindo entregá-los para que continue lhe trazendo café e rosquinhas, mas sempre descarto essa ideia. Posso não conhecer Frank há muito tempo, mas ele parece ser um homem de caráter. Além disso, Kathryn gosta dele. Ele é confiável.
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𝘿𝙚𝙨𝙚𝙟𝙤 𝙄𝙣𝙨𝙖𝙘𝙞𝙖́𝙫𝙚𝙡 ༆Tʀɪʟᴏɢɪᴀ Iʀᴍᴀ̃ᴏs ʙʟᴀᴄᴋʙᴜʀɴ༆ʟɪᴠʀᴏ²
RomantizmO desejo faz você cometer loucuras para que ele seja saciado. Até mesmo ceder ao seu lado mais obscuro e se entregar a escuridão em forma de homem que te cerca há anos. Kathryn "Kate" Yamamoto adora a sua vida de solteira e a liberdade que isso lhe...