Capítulo 11 - Um Adeus

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Henry

As minhas pernas balançavam constantemente por conta do nervosismo que eu sentia. O meu corpo estava jogado na poltrona branca daquela sala, enquanto o relógio parecia andar milésimos ao invés de segundos. Eu esperava qualquer sinal de Alex, mas nem sinal dele naquele ambiente. Eu já lhe esperava a quase 20 minutos que pareciam uma eternidade.

Eu havia tido outro pesadelo naquela noite. Não foi tão ruim quanto o que eu tive quando dormi na sua casa, mas tinha me deixado um tanto quanto intrigado. Eu fui até para a faculdade e tentei prestar atenção em algumas aulas, mas saí antes da última acabar e vim correndo para o hospital com propósito de tirar aquela história a limpo, a história que tinha relação com o sonho que tive nesta noite.

Eu entendia o porquê de ter sonhado com a mulher do Alex, mesmo sem conhecê-la e sem saber onde estava. Eu pensava muito nela. Em alguns momentos do meu dia, eu me pagava imaginando o que tinha acontecido e o porquê de Alex nunca ter mencionado a mesma.

Assim que o relógio marcou meio dia, eu senti o meu coração palpitar ainda mais forte. Alex estaria saindo de uma daquelas salas onde ele trabalhava e como a recepcionista daquela ala disse, ele passaria em alguns minutos naquela sala onde eu estava e eu poderia chamá-lo para conversar. E foi exatamente isso que aconteceu.

Meus olhos correram por aquele homem que estava parado na porta, também me olhando. O seu jaleco impecavelmente limpo e branco, seu rosto demonstrando uma certa confusão, tentando entender o motivo que me fez estar ali, provavelmente. Suas sobrancelhas estavam franzidas, fazendo algumas marquinhas na testa e os seus lábios estavam meio separados.

Levantei-me da cadeira e arrumei a jaqueta jeans que eu vestia, ajeitando a minha mochila que ainda estava com os materiais levados para a faculdade, atravessando meu peitoral.

- Você está bem? - Ele perguntou e eu revirei os olhos, rindo fraco.

- Estou. - Respondi e Alex pareceu relaxar os ombros. - Você achava que eu tinha passado mal?

- Sim. - Ele respondeu.

- Não. - Disse, abrindo um pequeno sorriso e depois fechando ao lembrar o motivo de estar ali. - Eu só quero... conversar.

- Tudo bem. - Ele sorriu. - Você já almoçou?

- Não.

- Vamos almoçar no restaurante do hospital. - Ele disse e eu franzi a testa. - Lá é bom, juro!

Assenti e me aproximei dele. Alex continuou na mesma posição enquanto me fitava, comigo dando passos até parar na sua frente, sentindo sua respiração próxima. Abaixei um pouco o pescoço, já que parecia que tínhamos uma mínima diferença de altura, mais para mim, vendo Alex endireitar a postura para ficarmos alinhados sabendo o que eu faria. Selei meus lábios calmamente nos seus, sentindo as mãos dele nas minhas costas.

Arrepios. Esse foi o resultado que o meu corpo chegou ao sentir suas mãos grandes mesmo que por cima da roupa. Arrepios.

Me senti mais confiante também, percebendo que para ele não era um problema fazer aquilo ali, em um local público. Ele era mesmo resolvido com sua sexualidade. Eu ri fraco me distanciando do seu rosto e ele tinha um sorriso nos lábios também, tocando nas minhas costas novamente para que virássemos e pudéssemos sair da sala, comigo lhe acompanhando.

O caminho até o elevador foi silencioso, Alex cumprimentava todos os médicos ou enfermeiros que passavam por nós, parecia conhecer todo mundo, me dando a certeza de que já trabalhava ali a um bom tempo. Talvez tenha feito residência ali também.

Flatline (Versão Alex e Henry)Onde histórias criam vida. Descubra agora