Morro do Santé, Novembro.
MANU
Hoje é aniversário da Sophia, minha princesa tá completando 4 aninhos de vida. 4 anos de muita saúde, alegria e inteligência.
Midas quer fazer a mesma coisa do ano passado, levar ela no shopping para escolher um presente, esse ano vamos acompanhados dos gêmeos. Os gêmeos são pequenos ainda, com 4 meses de vida.
Midas - Tá pronta, linda?
A minha lua de mel com o Midas foi perfeita, tão perfeita que voltamos e, 3 semanas depois, eu descobri que estava grávida. Nem preciso dizer que o Midas ficou feliz pra caralho, e eu fiquei assustada, porém realizada. Sabendo que vou ter ele sempre do meu lado me ajudando em tudo, eu fico mais tranquila.
Manu - Só vou pegar minha bolsa, grandão. - Olhei para ele pelo reflexo do espelho, todo lindo com a cara fechada.
Midas - Vou arrumar os gêmeos nas cadeirinhas do carro. - Avisou, mandou beijo no ar e saiu do nosso quarto.
Quando descobrirmos o sexo do bebê, vamos mudar de casa, já que essa não tem espaço para mais um quarto, vamos precisar de uma casa maior.
[...]
Sophia - Quero uma casa de boneca, pai. - Abraçou a perna do Ryan.
Ele me olhou e eu aceitei com a cabeça, dando permissão para o pedido dela. Ryan entrou na loja com ela, enquanto eu fiquei ao lado de fora com os gêmeos. Ela se decidiu rápido, já tinha um tempo que ela estava comentando sobre uma casa de boneca que a amiguinha tinha ganhado de presente, lógico que ela quis uma igual.
Depois de me certificar que os gêmeos estão bem, olhei para os lados e paralisei quando vi o Dado vindo na minha direção. Destravei as rodas do carrinho de dois lugares e fiz menção de entrar na loja, mas ele foi mais rápido e agarrou o meu braço. Antes de conseguir gritar, ele tapou a minha boca, me olhando torto.
Dado - Se gritar, te mato aqui mesmo, entendeu? - Aceitei com a cabeça, não sendo louca de desafiar ele. O mesmo tirou a mão da minha boca devagar e soltou o meu braço, me deixando pouca coisa mais tranquila. - Tô sabendo que o teu macho matou o meu irmão, mas não vim me vingar, tá ligada? Pardal perdeu a noção há anos, em seguida que te conheceu. - Coçou a nuca, parecendo envergonhado. - Ele jurava que vocês tinham que ficar juntos, colocou na cabeça que vocês jamais se separariam se ele te engravidasse.
Abri a boca em um perfeito o, sem saber o que falar.
Manu - Não acredito. - Minha voz saiu arrastada. - Eu sabia que tinha alguma coisa errada, eu tomava anticoncepcional perfeitamente. - Neguei com a cabeça, totalmente desacreditada.
Dado - Ele trocou os teus remédios por outra coisa que não faria mal ingerir todos os dias, endoidou de vez. Ele me contou só depois que fez, não pude tirar a ideia da cabeça dele. E nós dois conhecemos muito bem o Pardal, né? Quando ele colocava uma coisa na cabeça oca, ninguém tirava. - Olhou ao redor rapidamente antes de voltar a olhar pra mim. - Eu vim pedir desculpa, Manuella. Eu sabia todas as coisas que o Pardal tava aprontando e não fui forte o suficiente pra deter ele. Eu deveria ter ajudado ele, deveria ter mantido ele longe de ti e da Sophia.
Manu - A culpa não é tua, Dado. Como tu disse, Pardal perdeu a noção há anos. Eu só quero paz, agora. Quero ficar em paz com a minha família. - Acariciei minha barriga, força do hábito.
Ele olhou para a minha barriga e sorriu.
Dado - Desejo que cê seja feliz, beleza? De verdade. Eu nunca concordei com nada que o Pardal tava planejando, apenas apoiei porque ele não tinha mais ninguém. Quando tentei fazer ele abrir os olhos e entender que estava errado, ele tentou me peitar, então achei melhor largar ele de mão. Nunca achei certo tudo que ele fez contigo, pô, tu não merecia nada disso.
Manu - Não precisa se culpar, a culpa não é tua. Tá tudo bem agora, eu tô livre dele. Infelizmente ele teve que morrer para me deixar em paz, deveria ter sido mais inteligente. Estamos em paz?
Dado - Sim, fica mec. Até logo, Manuella, se cuida. - Acenou com a cabeça e se afastou.
Respirei fundo e olhei mais uma vez os gêmeos, notando que eles ainda estão dormindo. Quando olhei para dentro da loja, vi o Midas e a Sophia vindo na minha direção com uma caixa enorme nas mãos do meu marido.
Midas - Ela não se contentou com a casa, quis comprar os moradores também. - Tive que rir.
Manu - Bora largar isso no carro, depois vamos comer alguma coisa.
Os dois aceitaram e começamos a andar. Midas deixou eu, os gêmeos e a Sophia na praça de alimentação e foi guardar a caixa no carro, logo voltando para comer com nós. Fizemos nossos pedidos e esperamos chegar em silêncio. Sophia jogando no tablet, os gêmeos dormindo e o Midas acariciando minha barriga inexistente.
Olhei para ele e ele me olhou também, então aproveitei a oportunidade para contar sobre a visita surpresa do Dado. Contei tudo que ele falou, deixando o Ryan surpreso.
Midas - Que bom que ele não quer guerra, tô cansado de lutar. - Beijou o dorso da minha mão. - Mas luto pela minha família quantas vezes for preciso, não preciso pensar duas vezes.
Manu - Eu te amo, grandão.
Midas - Eu te amo, loirinha.
Nosso pedido chegou e eu separei o pedido de cada um, ajudando a Sophia a comer antes de comer o meu. Depois que ela comeu o lanche e tomou um pouco de refri, pediu para comer as batatas sozinha. Eu e o Midas começamos a comer os nossos lanches e nossas batatas, que ficaram um pouco frias, mas não tem problema.
Depois de comer e pagar a conta, fomos para o estacionamento e arrumamos as crianças no carro antes de dar partida para a casa da Brenda e do Queiróz. Hoje é sexta, vamos voltar para o morro do Santé domingo de manhã.
Tô doida de saudade do meu primo, da minha melhor amiga e da minha afilhada.
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Chegamos ao fim de mais uma história, pessoal!
Muito obrigada por todos que leram até aqui, foi um prazer ler cada comentário e responder também. Com toda certeza, foi um prazer conversar com algumas leitoras no grupo do Whatsapp e mandar spoilers quentinhos.
Não fiquem tristes, logo terá livro novo na área.
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Meu Recomeço - Finalizado
JugendliteraturLIVRO DO MIDAS, o queridinho de vocês 🥰 Depois de ser cruelmente iludido pela mulher que amava, que só estava usando ele para ficar com os chefões, Midas se muda para o Morro do Santé. Longe da família de coração e dos amigos, tenta arduamente reco...