BÔNUS 03

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Morro da Juventude, Dezembro.

JÚLIA

Desde o momento que colei no baile com a minha melhor amiga, fixei meus olhos no Dado, que tá um tremendo gostoso todo trajado.

Sei que ele é 20 anos mais velho do que eu, mas eu realmente não ligo nadinha pra isso. Não me importo mesmo.

Eu sabia que a Soph ia querer ir pra casa no momento que eu ficasse bêbada, então fingi estar e dei um pouco de trabalho, fazendo o Dado e o Terror se aproximarem.

Me perdoa, amiga.

Terror - Já tá bêbada, Júlia? - Cruzou os braços, todo posturado perto da paixonite dele.

Júlia - E daí? - Revirei os olhos. - É tão bom beber, tens que concordar. - Provoquei.

Vi que o Dado olhou pra minha amiga e acenou com a cabeça, ganhando um sorriso amarelo como resposta.

O clima é tenso entre esses dois...

Sophia - Bora pra casa, doidinha? - Segurou o meu braço, enquanto eu ria de algo idiota que o Terror falou, mas eu não prestei muita atenção.

Dado - Eu levo ela pra casa. - Soph olhou pra ele na mesma hora, toda séria.

Deixa ele me levar, amiga, por favor.

Sophia - A gente veio juntas e vamos voltar juntas, é regra. - Falou, mais grossa do que precisava. - Bora, Júlia.

Tô me sentindo uma boneca de pano, puxa pra lá, puxa pra cá.

Júlia - Tá tão boa a festa, vamos ficar mais um pouco. - Fiz bico, e ela negou com a cabeça. Revirei os olhos, tentando pensar rápido em um jeito de fazer ela ficar mais um pouco ou, pelo menos, me deixar ir embora com o Dado. - Esqueci que cê é a mãe do rolê. - Beijei sua bochecha. - Deixa o Dado me levar, fica aí curtindo mais um pouco.

Antes que ela tivesse chance de negar, Terror tomou a frente.

Terror - A Sophia vai subir pra área VIP comigo, quero mostrar uma coisa pra ela.

Eu sei a coisa que ele quer mostrar.

Minha amiga se deu por vencida, me olhando com certo desespero. Me despedi dos dois e segui, com muita alegria, o Dado para o lado de fora da quadra. Ele abriu a porta do carro pra mim, recebendo um sorriso enorme como agradecimento, depois deu a volta pela frente do carro e entrou também.

Dado - Pode parar com o fingimento, mocinha. - Ligou o motor e o ar-condicionado, deixando no gelado. - Até que foi engraçado nós dois ao mesmo tempo ajudando os dois a ficarem sozinhos.

Pisquei várias vezes, confusa.

Júlia - Não fiz aquilo para os dois ficarem sozinhos, Dado. - Coloquei minha mão na sua coxa, fazendo ele tremer na base. - Eu também queria ficar sozinha contigo. - Ele me olhou, tão desesperado quanto a Sophia, e negou com a cabeça.

Dado - Nem ferrando! - Jogou minha mão pro lado, me deixando de boca aberta. - Tenho idade pra ser teu pai, garota. Se toca!

Ai, doeu!

Fiquei quieta, pensando no meu próximo passo.

Quando ele estacionou o carro na frente da minha casa, tive uma ideia.

Dado - Chegamos. - Baixou o vidro do carro e acendeu a verdinha pra fumar.

Júlia - Esqueci de avisar que minha mãe tá na casa de uma amiga fora do Morro, e eu tô sem a chave de casa. - Ele me olhou com desconfiança. - Eu ia dormir na casa da Soph lá no Santé. - Dei de ombros.

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⏰ Última atualização: May 13, 2024 ⏰

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