1910
Janeiro
Albus On
Era um dia histórico em Hogwarts, estávamos na Final da Copa de Quadribol da escola, um grande evento, Grifinória x Sonserina. Os diretores do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos estavam lá, junto com os treinadores do time de Quadribol reconhecido por todo o mundo e que jogaria na Copa do Mundo em 2 anos.
Era a grande oportunidade dos alunos do sexto e sétimo ano, a possibilidade de definir uma carreira como jogador profissional de Quadribol era cobiçada por muitos, mas apenas os quatro melhores jogadores em campo seriam selecionados, um apanhador, um goleiro, um artilheiro e um batedor.Neste momento eu me encontro na tenda da Grifinória, longe de todos os holofotes que aguardavam lá fora, observando minha aluna Minerva caminhar de um lado pro outro nervosa, esfregando suas mãos nas vestes e com uma tensão nos ombros.
— Eu suponho que agora não é a melhor hora para uma piada de hipogrifos. - Comentei adentrando na sala onde ela estava. — Como você está?
— É sério? Não consegue ler minha mente e descobrir? - Ela respondeu sarcástica e se sentou num dos bancos encostados na parede. — E se eu não pegar o Pomo de Ouro? Essa é… A chance da minha vida, nunca mais vai aparecer uma oportunidade dessas, é minha única chance.
— Minerva, você tem levado a Taça de Quadribol para a Grifinória desde o terceiro ano, você já pegou esse pomo mais de 50 vezes, você vai pegar ele hoje.
— Eu estou com medo professor… Dessa vez o jogo vale mais que uma taça.
Ela cruzou os braços ao redor de si mesma, se apertando e abaixando a cabeça, a ansiedade dela estava neblinando todos os meus pensamentos e o conflito dentro de sua mente era quase audível. Resolvi me sentar ao lado da mais nova e tirei o meu próprio Pomo de Ouro do bolso, vendo ele abrir as asas dele, mas permaneceu imóvel na minha mão.
— Meu irmão foi apanhador. - Comentei com um sorriso vendo Minerva se virar curiosa. — É sério. Ele entrou no segundo ano, mas sabe por que?
— Obviamente não.
— Porque ele se sentia mal por tudo que eu fazia na escola, não estou falando isso para me achar superior, mas na época eu era um péssimo irmão. Aberforth sempre se sentiu na minha sombra, então ele resolveu se destacar em coisas que eu não fazia, como duelos, quadribol, trato das criaturas mágicas e culinária com os elfos.
— Seu irmão cozinhou com os elfos?
— Ele era o melhor amigo dos elfos, dos animais também, e ele é um grande duelista… Mas acima de tudo, foi um grande apanhador, eu não conseguiria ser tão rápido.
— O que aconteceu?
— Eu assisti todos os jogos dele, não perdi nenhum. Em todos eu estava lá no fundo da tenda da Grifinória assistindo ele jogar, sempre torcendo por ele… E também cuidando dele.
— Ele ainda se ressente por ter ficado na sua sombra, professor?
— Aí é que está, teve um momento que ele parou de fazer o que fazia de melhor por si mesmo, e começou a fazer por alguém, uma pessoa especial. E quando ele começou a dedicar suas vitórias e seus feitos para algo, para alguém, foi então que ele começou a brilhar na escola, e ele nunca mais foi apenas o "irmão mais novo do Albus", e sim Aberforth Dumbledore, o líder do clube de duelos em Hogwarts, o líder do clube do Hipogrifo, o melhor aluno em Trato das Criaturas Mágicas, e conseguiu a Taça de Quadribol para a Grifinória depois de estarmos perdendo sempre para a Corvinal. Acho que quando você tentar ser melhor por alguém, as chances de ter sucesso sempre serão maiores. E mesmo que não tenha uma vitória garantida, pelo menos a nobreza você conquistou… A virtude é a verdadeira nobreza. E ele me deu esse Pomo de Ouro no meu último ano em Hogwarts, foi o último momento que ele confiou totalmente em mim, meu irmão é a única pessoa que realmente importa pra mim hoje, Minerva, é por ele que eu tento ser uma pessoa melhor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Gift and My Curse - Parte 2 - Grindeldore
FanfictionEnquanto Gellert Grindelwald caminha para se tornar o maior Bruxo das Trevas do século, Albus Dumbledore tenta seguir sua vida dentro de uma escola, sendo atormentado pelas sombras do seu passado e buscando uma paz que ele sabe não merecer.