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POV: Jennie Kim
Rio de Janeiro|12/01/2024

— Por que você disse aquilo? — perguntei

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— Por que você disse aquilo? — perguntei. Lisa não olha na minha cara desde que tivemos a nossa discussão.

— Eu disse aquilo porque era o Kai. Lembra? Aquele seu namorado mafioso e perfeitinho — ela estava se arrumando para deitar.

— Eu nunca disse que é perfeito. Você poderia tentar entender o meu lado?

— Que lado, Jennie?

— Eu só quero o seu bem, Lili. Se Kai descobrir que a gente se beijou, ele vai te matar — uma lágrima escorreu pelo meu rosto, indo direto ao chão. - Eu não suportaria perder a pessoa que eu mais amo na vida...

— Não chore — ela se aproximou. Sua expressão já tinha mudado, agora ela estava preocupada. — Jennie, não chore, por favor. Você sabe que eu odeio ver você chorando. Eu sei que você não pode ficar comigo, mas pare de me iludir, por favor. Já pensou no quanto isso me machuca?

— Desculpa... Eu prometo não fazer nada que te comprometa. Eu prometo que não irei mais te beijar e nem nada — limpei algumas lágrimas antes de secarem em minhas bochechas. — Só, por favor, não se afaste de mim... Você é a única pessoa que eu confio. A única pessoa quer é capaz de me fazer feliz, Lili...

— Eu não irei te abandonar, Jennie. Fique tranquila. Querendo ou não, eu ainda gosto de você. Eu não seria capaz de abandonar você.

— Você é a melhor pessoa do mundo, sabia? - puxei ela para um abraço apertado, cheio de carinho e amor. Eu nunca quis machucar ela. Quando eu a chamei de monstro, meu coração se partiu em um trilhão de pedacinhos.

— Eu vou ir dormir no sofá, tá bom? — assenti. Por mais que eu queria dormir agarradinha com ela, eu não posso. — Deite-se! — obedeci o que ela mandou eu fazer. Me surpreendi quando ela me enrolou e me entregou um ursinho. — Não é o Kuma, mas acho que ele pode servir enquanto não voltamos pra casa — sorri assim que recebi um beijo demorado em minha testa. Lisa é tão preciosa, tão carinhosa comigo. Eu não tenho como agradecê-la por isso. — Durma bem, Mandu...

A luz foi apagada por ela e só restou a iluminação que vinha da sala. Antes de ela ser apagada, eu disse:

— Lili — ela me olhou —, eu te amo...

Um sorriso surgiu em seus lábios. Por mais que ela estivesse contra a luz, pude perceber o quanto seus olhos brilhavam.

— Eu também, Nini — dito isso, a porta foi fechada. Junto com ela, a minha cara alegre e feliz. Meus olhos começaram a lacrimejar.

Abracei o ursinho que ela tinha conseguido.

"Eu também, Nini?!"

Ah, qual é?

Se fosse para ela responder isso, era melhor nem responder, só fechar a porta.

Eu acho que acabei machucando a pessoa que eu mais amo. Eu amo tanto ela que chega dói. Eu não vejo a hora de chegar em casa, conversar com o Kai e terminar com ele. Eu sei que vai ser difícil, mas, se eu estiver mesmo grávida da Lisa, eu quero viver com ela, e não com um cara que é chefe da máfia. Não vai ser bom para o meu filho.

***

Eu acabei caindo no sono. Meus olhos estavam doendo um pouco, senti lágrimas secas em minhas bochechas. Acho que eu chorei muito antes de dormir.

Levantei-me e fui fazer minha higiene matinal. Tomei um banho, me vestí e fui fazer café.

Assim que saí do quarto, vi Lisa dormindo no sofá. Só aí fui ver o relógio de parede, ainda era 06:00 da manhã.

Passei um tempo olhando ela de longe, até que decidi me aproximar. Agachei-me ao seu lado e vi que ela também tinha lágrimas secas em seu rosto. Ambas choramos a noite passada, pelo visto.

Está sendo difícil para nós duas. Creio que mais para ela do que para mim.

Coloquei uma mecha de seu cabelo para trás, já que ela estava me impedindo de ver seu rosto lindo de perto. Comecei a fazer carinho e cabelos, alisando um pouco de sua pele, de vez em quando.

— Me desculpa por te fazer chorar, meu amor... — as lágrimas vieram com tudo agora. — Eu juro que vou terminar com o Kai, e assim, poderemos viver nossas vidas em paz. Se precisar, eu aprendo tailandês e nós vamos morar na Tailândia. Eu prometo que vou fazer o meu máximo para que possamos criar esse bebê juntas. E... você não tem ideia do quanto eu quero ter um filho seu, Lisa. Se eu estiver mesmo grávida, eu vou fazer questão de ser a melhor mãe do mundo... junto com você, eu espero - deixei um selinho demorado no canto de sua boca.

Levantei-me e fui até a cozinha. Pude desabar de chorar lá, sem medo de acorda-la, sem medo de que ela pudesse ter escutado. Eu só quero viver uma vida normal. Tá acontecendo tanta coisa nesse ano. O ano passado era tudo tão melhor.

— Por que isso tá acontecendo comigo, Deus? Por quê? — joguei meu peso para o meu braço que estava apoiado na pia.

— Porque ele tem um propósito — me assustei ao ouvir a voz do Jungkook. — Eu tive a mesma sensação que você sentiu agora quando você apareceu aqui do nada, às quatro da manhã — ri baixo e ele se aproximou.

— O Kai veio aqui. Por sorte, ele não saiu do barco dele.

— Eu fiquei sabendo que eles estavam a caminho. Eu e Jimin fugimos. Mas, olha só, eu e ele voltamos para pegar nossas coisas e deixarmos uma surpresa pra vocês.

— Que surpresa?

— Olha pela janela — fiz o que ele mandou e avistei um barco.

— É só vocês irem embora agora. Mas, primeiro, você terão que esperar até eu e Jimin sairmos do Brasil. Bom, vai passar um avião aqui. Quando ele passar, significa que já estamos indo embora, ou seja, vocês também poderão ir embora.

Abracei-o com força.

— Obrigada, Kookie. Você é o melhor, eu juro.

— Só estou fazendo isso porque não concordo em ir embora e deixar vocês aqui. Eu posso ser um filho da puta, mas não sou uma má pessoa.

— Obrigada de novo.

— Avisa a Lisa quando ela acordar. Eu já vou indo. Tchau, JenJen — eu abracei ele de novo. — Se cuida, ouviu?

— Pode deixar. Iremos sentir falta de vocês. Cadê o Jimin?

— Ele não pôde vir. O jumento quebrou o braço — eu ri.

— É bem a cara dele mesmo. Bom, boa sorte pra vocês. Espero que consigam fugir.

— Pra vocês também. Lembre-se: nunca fale que nos conheceu. Nem pra Rosé. Pra ela, na verdade, o Jimin morreu. Para as nossas famílias, estamos mortos.

— Ok. Eu sei guardar segredo. Tchau, Kookiecu.

— Não gosto desse apelido — eu ri da cara que ele fez. — Tchau!

E lá se foi ele...

The Ocean And Us • Jenlisa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora