Aziraphale olhava com calma o jovem alfa ajoelhado dentro da cela.
Seu olhar era de horror quando se deparou com os olhos azuis de Aziraphale. Certamente não esperava que Aziraphale tivesse sobrevivido e mesmo que tivesse, é impressionante vê-lo de pé, perfeitamente bem.
- Olá - Aziraphale fala em inglês olhando para ele.
Seus cabelos eram negros e seus olhos verdes. Ele rosnou como um animal ferido.
- Hn... - Aziraphale se aproxima da cela.
- Querido?
- Oh, desculpe. - Ele para de se aproximar e olha para seu esposo. O cheiro de medo do prisioneiro era quase de pavor. Ele estava com tanto medo assim? - Hn, Sabe quem eu sou? - Aziraphale insistiu em falar em inglês.
Nenhuma reação além de rosnado.
-...{Eu sou quem envenenou} - Azriraphale fala em outro tom olhando nos olhos do prisioneiro.
O prisioneiro recua em reflexo mostrando reação e entendimento ao que Aziraphale falou.
- Pelo visto é verdade. - Aziraphale fala pensativo. - Ele fala mesmo árabe.
Ele virá para o marido e a cunhada e eles falam em inglês.
- Eu falei. - Bellz fala cruzando os braços.
- O que acha querido? Reconhece os traços dele?
- Hn...Ele não é muito bronzeado, mesmo que fale minha língua, duvido que viva no meu país.
- Certo, a pele dele é bem pálida. - Aziraphale suspira. - E eu também estou sentindo muito cheiro de medo nele.
- Não é normal? Sentir medo quando se é pego. - Bellz bufa.
- Não... quem fez isso, já queria que ele fosse capturado. E esse jovem provavelmente já sabia disso. - Ele olha de canto de olho para o Alfa encolhido e acorrentado na cela.
- Talvez seja um escravo. - Crowley fala fazendo Aziraphale o olhar. - Na guerra, muitas pessoas do meu reino... não... não só o meu reino, como todo o continente asiatico... - Ele suspirou colocando as mãos na cintura. - Foram capturados e se tornaram escravos da europa.
- Certo... é verdade... - Aziraphale lembra triste e pensativo.
- Vai sentir pena dele agora, cunhado? - Bellz o encara.
- Eu não sou tão bonzinho assim...Só estou pensando na melhor opção.
Ele virá de novo para o servo.
- {Qual o seu nome?}
O servo fica mais arisco.
- Por que simplesmente não usa logo seus feromônios para fazer ele responder?
Aziraphale nunca faria algo do tipo, pelo menos não assim.
-{....Sua família}
O servo abre mais os olhos que estavam semicerrados e presta atenção.
- {Tem alguém com sua família... Estou certo?}
O servo olha de um lado para outro como se não soubesse como esconder isso. Aziraphale sabia, só existia uma forma de um homem se deixar morrer sem questionar.
- {Me diga o nome da pessoa, sim?}
O servo rosna novamente.
- Oh céus...
- Docinho, me deixe tentar.
- Hn? - Crowley começa a destrancar a cela. - Querido! - Aziraphale segura o seu braço. - O que está fazendo? Pode ser perigoso.
- Está tudo bem. - Crowley olha para o seu marido. - Por acaso acha que seu marido é fraco?
Aziraphale solta o braço dele.
- [O que merda está fazendo?] - Bellz rosna para o cunhado. - Não importa se ele é um sangue puro ou não, ele ainda é um ômega. É seu dever proteger ele. Esse servo é um alfa! Seu marido desnaturado!
Beelz começa a andar até a cela para deter Crowley, mas Aziraphale segura o seu braço.
- Desculpe, cunhada... - Ele apenas ficava olhando para Crowley entrando na cela. - Mas eu não deixaria ninguém deter o meu marido de fazer o que ele quisesse.
Bellz furiosa apenas olha para Crowley entrando na cela.
O alfa tentava soltar seus feromônios em toda sua volta tentando atacar o príncipe Crowley, mas nada parecia fazer efeito.
- {O pior de toda essa maldita situação} - Crowley rosnou olhando para o alfa ajoelhado e acorrentado no chão. - {É que eu não estou com minhas luvas}
Crowley segura o cabelo do alfa fazendo o seu rosto ser jogado com força para trás.
- [O que ele disse?] - Bellz perguntou. Aziraphale fica mais perto dela e traduz com calma.
Seus olhos azuis brilhantes estavam no marido o tempo todo enquanto falava baixo em inglês para Bellz.
- {Acha que tenho pena de você, escravo?} {Não me importa quem é o seu mestre} - A mão se aperta mais forte fazendo o jovem alfa fechar os olhos de dor. - {Foi você que envenenou o meu marido e foi você quem tentou incriminar minha família.} - {Quer mexer com minha família?} - Crowley sussurra com um sorriso diabólico nos lábios. - {Eu posso jogar esse jogo}
Os olhos verdes do escravo se abrem e olham para o olhar assustador e afiado de Crowley.
- {Eu posso achar sua família, assim como foi fácil achar você e como foi fácil saber de sua armadilha.} - Ele sorria enquanto suas unhas cravaram no couro cabeludo do escravo. - {Posso tortura-los antes de mata-los.... Posso envenená-los com o pior tipo de veneno. Assim como fez com o meu marido.} - Língua venenosa do príncipe não parava, fazendo lágrimas cair dos olhos verdes apavorados. - {Acha que suas lágrimas valem algo para mim?} - Ele rosna essa última parte.
Ele não queria admitir, mas estava furioso, estava faminto por sangue, desde que viu o seu marido quase morrer.
Ele pega algo do bolso da calça e pisa com força no pé do escravo fazendo ele gritar.
Ele mostra um frasco cheio de pó vermelho e abre a tampa com a boca.
Ele despeja todo o pó na boca do escravo que desviou o rosto no mesmo instante.
Ele solta o cabelo do escravo e deixa ele inclinar o tronco para baixo.
Ele fica tossindo e tossindo apavorado enquanto chorava.
- {Queima} - O escravo finalmente fala enquanto chorava. - {Tudo queima}
- {Ele fala, que ótimo.} - Crowley não deixava de sorrir nem por um minuto. Como se divertir com a dor do escravo. - {Não tem volta para você, amigo. Mas para sua família, já é outra história.} - Crowley fala entre o choro e gritos de socorro do escravo. - {Se me falar o nome do desgraçado que te enviou, meu ódio não vai ser mais para sua família.} - Crowley pisa na perna do escravo com força fazendo ele gritar e chorar mais. - {Responda! Já viveu como escravo, vai morrer como um escravo também?}
O escravo abre os olhos e no meio da dor e desespero ele olha para o Alfa dominante na sua frente. O príncipe Aziraphale. Imponente fora da cela.
Seu olhar era como o de uma criança que ele ainda não deixou de ser, ele pedia e implorava proteção com o olhar.
Mas só recebeu um olhar azul e frio em resposta.
Ele fecha os olhos enquanto chorava mais.
Ele não queria morrer, ele não queria que sua família morresse. Sua garganta estava queimando e seus olhos pareciam que iam ser saltados fora. Era como se um fogo ardente estivesse dentro do seu corpo.
- {Me ajude.} -Ele insiste.
Crowley para de sorrir quando viu o olhar do escravo indo para o seu gentil marido.
Ele queria mesmo matar aquele escravo apenas pela audácia.
- {Acha mesmo que meu marido moveria um dedo para te ajudar?} - Crowley se agacha e vê o escravo se contorcendo de dor no chão. - {Sabe quem vai decidir se vive ou morre?}
Crowley pega o braço acorrentado do escravo o obrigando a olhar seu rosto. Os olhos amarelos e afiados de Crowley eram de raiva.
- {Eu!} {Agora eu sou seu mestre} {Tudo que tem que falar é sim senhor e não senhor.} - Ele aperta o braço do escravo com as unhas - {Sua resposta?}
- {S-Sim senhor.}
- {Bom menino... Agora me diga o que quero saber, se falar vou te dar seu antídoto.}
O escravo olha para o príncipe Crowley com outros olhos.
- {Então...}
- {Sim, se me falar o nome de uma vez, não te deixarei morrer.}
Lágrimas não paravam de cair dos olhos do escravo.
- {Minha família...}
Crowley volta a apertar o braço fazendo o escravo desistir e fechar os olhos.
Ele não aguentava mais. Ele tinha que se agarrar na única esperança que tinha.
Como um escravo, ele só tentou agarrar a sobrevivência.
- Du....Duque Hastur.
Mesmo falando com sotaque todos da sala entenderam assim que ele falou.
Crowley não o conhecia.
Mas olhando para o rosto de seu marido parecia que ele ouviu o nome de um fantasma.
- Eu sabia que esse merda um dia ia aprontar. - Bellz fala. - Mas tentar recomeçar uma guerra? Esse cara é insano! Não tem mais como esconder! Meu marido e a rainha precisam saber disso.
Ela anda, mas Aziraphale a segura de novo.
Ela olha para o cunhado.
Aziraphale coloca a mão no rosto se sentindo cansado.
- Podemos... conversar com calma sobre isso? - Ele suspirou sentindo dor de cabeça e de estômago. - O problema é interno, mas não temos provas... apenas a palavra de um escravo... isso não é nada para a côrte.
- E qual o seu plano?
- Não falar nada por enquanto... Esse é o plano... - Aziraphale ficou pensando. Quando Duque descobrir que o príncipe do reino não sofreu nada ele vai sentir falta do escravo.
Aziraphale olha para o escravo chorando no chão.
E quando ver que o escravo "desapareceu" vai ficar alerta.
- Querido. - Aziraphale o chama.
- Hn? - O humor de Crowley muda assim que escuta a voz de Aziraphale.
- O querido. - Aziraphale quase esqueceu. - Você foi incrível. Eu não sabia que tinha esse tipo de habilidade.
- Oh! Eu sou bom, não sou? - Crowley sai da cela e abraça o braço do marido. - O que faria sem mim?
- Vocês me dão nojo... e pensar que estava começando a gostar de você, mas como pensei. Vocês são só uns melosos.
- Querido... o antídoto?
- Oh? Isso? - Ele aponta com a unha afiada para o escravo chorão. - Isso não é veneno. Nem perto. - Ele sorri mostrando os caninos. - Isso é pó de pimenta malagueta, misturado com um pouco de boldo para tirar o gosto... - Ele olha para o escravo. - Um pouco de leite já ajudaria.
- Pimenta... - Aziraphale pensa olhando para cima. - Lembro de ter comido algo assim no café...Eu realmente gostei... - Aziraphale não entendia por que o escravo estava chorando de dor. - Será que o medo está fazendo a dor ser maior?
- Não querido. - Ele ronronava - Aquilo era pimenta de cheir- Ah, eu tenho mesmo que te mostrar todos os temperos?
- Oh, eu adoraria na verdade....Eu estou bem curioso para saber que tipo de coisas ainda não experimentei. - Aziraphale fala corando se esquecendo de todo o resto, até mesmo da dor. - Mas não será um problema? Posso acabar comendo demais por ser muito bom.
- Hmm eu na verdade adoro te ver comendo, docinho. - Crowley abraça mais o braço fofo do marido. - E eu fico bem mais interessado quando é uma comida do meu reino. {Podemos comer na cama quando voltarmos.}
- {hm Querido...Isso seri-
- Podem parar com essa merda? Eu estou com nojo só de olhar vocês.
- Oh céus. - Aziraphale se envergonha voltando ao normal
Crowley estala a língua quando o cheiro floral do seu marido volta para o cheiro de ervas tímidas como sempre.
Aziraphale se ajoelha olhando para o escravo.
- {Você vai viver...Mas eu tenho um plano também de salvar sua família...Não só da morte, como das garras do duque...} - O escravo abre os olhos. Por alguma razão ele confiava naquele olhar azul. - {Gostaria de me ouvir?}
Quando tudo acabou, Crowley e Aziraphale estavam na carruagem indo de volta para casa.
- Docinho? - Crowley tirou Aziraphale dos pensamentos. - Ainda está sentindo dor?
- Hn... um pouco. - Ele suspira admitindo.
- Oh anjo... - Ele se levanta e senta no seu colo. - Tudo bem mesmo em soltar o escravo?
- Hn, melhor ele livre, deixe que o duque veja que ele ainda estava andando livremente pelo castelo principal. Mesmo que ele acabe nos traindo... não faria diferença. - Aziraphale coloca a mão na cintura de Crowley. - Eu... acho que, se o servo apenas sumisse, o duque já saberia que sabemos sobre ele... então... realmente não importa, eu acho.
- Meu marido é tão esperto, mas é tão ingênuo. - Crowley beija o pescoço do seu marido o fazendo gemer. - Mas não se preocupe, eu vou te proteger.
- Oh querido...
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Good Omens - Omegaverse
RomantikUm casamento entre dois reinos não era um compromisso, era um laço, uma promessa, um tratado eterno que não juntaria duas pessoas, mas duas nações. A paz reinou e com ela o destino de Aziraphale um príncipe Alfa se ligou com Crowley um exotico prínc...