Capítulo 48

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Jisoo

Se eu for morrer ou ser torturada, pelo menos vou estar bela.

É o que digo para mim mesma enquanto me encaro no espelho do banheiro do aeroporto. Estou em um mix de calmaria e nervosismo que não sei como vou agir quando ver Jennie, mas estou optando por agir normalmente, como se nada demais estivesse acontecendo mesmo que eu esteja surtando por dentro.

Fecho os olhos e respiro fundo, contando até 10 mentalmente. Eu vou conhecer Jennie Kim. O amor da minha vida.

Vou andando devagar em direção ao portal de desembarque e franzo as sobrancelhas ao ver tantas pessoas esperando por seus familiares e amigos, mas não vejo Jennie. Pego meu celular para ver se ela mandou algo.

Será que cai num catfish?

Me dou conta que não quando a vejo sentada em uma das cadeiras e mexendo no celular. Como se fosse algum tipo de conexão maluca, Jennie ergue o olhar e abre um breve sorriso ao acenar para mim, mas continua sentada.

Essa pilantra não vai me dar um abraço?

Não acredito que sai de tão longe e percorri 3 mil quilômetros para essa safada não me dar um mísero abraço. Talvez eu devesse dar meia volta e ir embora.

Assim que paro de frente a ela, fico a encarando e Jennie continua sentada. Dou um chute bem leve no pé dela.

- Você vai me abraçar ou não? – tento soar o mais divertida possível para não demonstrar minha irritação. Se ela não me queria aqui, para que disse para eu vir?

- Vou, você que está com muita pressa. – Jennie balança a cabeça em negação, mas está com um sorriso lindo no rosto ao se levantar e jogar os braços em minha volta.

Envolvo os braços em torno dela a apertando contra mim.

FINALMENTE ESTOU ABRAÇANDO ESSA MULHER!

Nossa, ela é mais cheirosa do que parecia por foto. Como isso é possível?

Acho que acabei de cheirar ela com tanta força igual um viciado em cocaína cheira sua carreirinha.

Eu sou totalmente apaixonada por Jennie, mas ainda estou com medo dela me matar.

- Vamos? – ela diz ao se afastar.

- Sim. – fico parada segurando minha mochila e minha mala enquanto Jennie começa a andar na minha frente – Você não vai me ajudar com minhas coisas? – fico olhando dela para minha bagagem quando a morena para alguns passos na frente e se vira para mim.

- Não. – ela dá de ombros e volta a andar.

Reviro os olhos e respiro fundo enquanto começo a andar, a seguindo sei lá para onde. Evito ficar encarando a bunda realmente bonita que ela tem porque isso vai fazer minha raiva passar e eu vou jogar essa mala na cabeça dela assim que possível.

O estacionamento do aeroporto é meio macabro. Será que é agora que ela vai me dar uma facada e me jogar no porta-malas? Ela tem força suficiente para segurar meu corpo e me jogar dentro do carro sem que ninguém veja?

Olho para os lados tentando ver se há algum ser vivo capaz de me ajudar caso eu consiga gritar, mas as pouquíssimas pessoas que estão aqui parecem estar muito ocupadas em seus próprios mundos para me ajudarem da morte ou tortura iminente.

Acho que não posso reclamar, foi eu que quis vir afinal.

Ouço o barulho de um carro sendo destravado e olho para a morena com corpo escultural e linda de morrer (ou de matar). Jennie abre o porta-malas e estende a mão para mim.

Predestinada - JENSOOOnde histórias criam vida. Descubra agora