Epílogo

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Jennie

Depois de muitos meses de espera e tortura, Jisoo finalmente conseguiu um emprego e agora está organizando a mudança para nosso lar. Como ela vai enfrentar uma viagem de 10 horas de carro, resolvi tirar uma semana de folga para vir ajuda-la e ir para casa com ela. 

Mal consigo acreditar que finalmente vamos realizar nosso sonho de morarmos juntas e compartilhar nosso dia a dia, os momentos bons e ruins. 

Apesar que ainda restam algumas inseguranças, por exemplo, e se Jisoo enjoar de mim? Ou ela se cansar? Há momentos em que eu penso nisso e fico amedrontada, ao mesmo tempo que tento trabalhar essas questões porque Jisoo não me dá motivos para acreditar que isso acontece.

1 ano e alguns meses depois e ela continua agindo como sempre agiu: romântica e apaixonada, sem medo de falar e demonstrar o que sente. 

- Amor, acho que a gente precisa conversar sobre algumas coisas antes de oficializar essa mudança. - digo ao acariciar a nuca de Jisoo enquanto ela dirige. Estamos indo em algum lugar comprar caixas organizadoras. 

- Que coisas? - ela me olha rapidamente com uma desconfiança no olhar - Não tem como me chutar mais, eu já pedi demissão, já arrumei outro emprego, nem venha me falar em arrependimento, Jendeukie, lide com isso na terapia. - começo a rir da pequena explosão de Jisoo e ela balança a cabeça em negação. 

- Eu acho que deveríamos conversar sobre expectativas para o nosso futuro porque se forem diferentes, precisamos pensar em um meio de lidar e trabalhar com elas, entendeu?

- Ah, sim, se for assim, tudo bem por mim. - ela dá de ombros e continuo rindo. - Sobre o que?

- Primeiro de tudo, você quer ter filhos? 

- Você quer? - a ruiva me responde e eu reviro os olhos. 

- Eu perguntei primeiro. 

- Olha, eu sou pobre, meu dinheiro mal dá pra mim, eu não quero ter uma criança pra gastar o dinheiro que não tenho. Quero usar meu dinheiro para gastar com você. - ela diz com certa incerteza e apenas balanço a cabeça concordando - É sua vez de dizer o que pensa. 

- Não, não quero. - começo a pensar no tema - Eu não tenho esse espírito maternal e eu concordo com você, quero gastar o dinheiro com a gente, viajando, conhecendo lugares, restaurantes. 

- Ai que alívio, já pensou se você quisesse? 

- Amor, eu já te disse que não me dou muito bem com crianças. 

- Você é médica.

- Sim e eu não gosto da área de pediatria exatamente por não ter paciência e jeito de lidar com elas, é muita irresponsabilidade ter uma criança só para brincar de casinha e não cuidar como se deve. - digo com seriedade. 

- Eu concordo com você. - Jisoo acena com a cabeça - Como vai ser a divisão de contas a pagar? 

- Podemos fazer proporcional ao pegar uma porcentagem x da renda de cada uma para destinar as contas, o que acha? 

- Vamos colocar no papel para não ficar injusto para ninguém. 

- Eu não me importo de pagar mais, Chu, eu sei da minha condição e é injusto da minha parte exigir que você pague o mesmo que eu. 

- Obrigada, fico feliz que você saiba que está indo morar com uma pobre. - ela dá um sorriso convencido e eu reviro os olhos. 

- Quer tirar um dia da semana para fazermos algo só para nós? Só eu e você?

- Sim, por mim poderiam ser mais dias, mas só um já é um começo. - o sorriso convencido dela se torna malicioso e eu começo a rir. 

- Idiota. - dou um tapa leve na nuca dela - Divisão das tarefas da casa?

- Eu gosto de separar as roupas para lavar. 

- Você coloca as roupas para lavar, eu as estendo e recolho, posso lavar louça também porque sei que você não gosta. 

- Tudo bem por mim, os outros detalhes nós vamos ajustando de acordo com a nossa rotina. - o tom de Jisoo é empolgado e solto um suspiro ao vê-la tão animada por fazermos planos - Quantas vezes por ano vamos viajar? Viagem nacional ou internacional?

- Acho que podemos viajar 2 ou 3 vezes por ano, sendo uma delas internacional. - volto a fazer cafuné em Jisoo que parece até amolecer um pouco ao sentir o carinho. 

- Sim, senhorita. 

- Falta muita coisa para empacotar? - digo em um bocejo. 

- Não, poucas coisas. - por alguma razão, ela fica olhando fixamente para um dos prédios - Olha, um cartório. 

- O que tem? 

- Você sempre disse que queria se casar só quando já estivéssemos morando juntas, certo? - ela para o carro para alguns pedestres atravessarem na faixa e fica me observando. 

- Sim, por que eu me casaria com você se estivéssemos em cidades diferentes? - reviro os olhos. 

- Vamos nos casar? 

- Agora? - olho para ela com total surpresa por essa ideia que nem parece tão absurda assim. 

- Sim, nós vamos morar juntas, por que não nos casarmos? - Jisoo dá a volta e entra com o carro no estacionamento do cartório - E se fizermos isso aqui, Chaelisa podem ser as madrinhas, você sabe que sempre quis que elas fossem nossas madrinhas. - ela faz beicinho. 

- Você tem certeza? - a encaro enquanto ela termina de estacionar o carro e Jisoo se vira para mim - Nem temos alianças de casamento. 

- Podemos resolver isso depois, o que me interessa mesmo é saber se você quer se casar comigo. - ela diz com convicção e aquele brilho apaixonado iluminando seus olhos. 

- Você esqueceu quem pediu quem? - ergo uma das sobrancelhas a desafiando. 

- Não, por isso estou dizendo agora: você quer se casar comigo? Agora é a hora. - Jisoo diz sem desviar o olhar. 

- Sim. - digo sem hesitar e ela continua me encarando. 

- Vou ligar para Chaelisa. - aquele sorriso enorme está em seu rosto, me fazendo sorrir também.

- Elas estão livres? - tento conferir as horas em meu relógio. 

- É hora do almoço, além do mais, elas também já concordaram de serem as madrinhas, elas não têm para onde fugir. - Jisoo ri baixinho - É o preço que vão pagar por serem minhas amigas. 

- Nós somos loucas, não somos? De nos casar assim? 

- Podemos fazer uma festa depois, convidar os amigos e familiares se você quiser, mas eu acho que esse tipo de loucura combina bem com a gente. 

- Por que? - ela volta a me encarar ao me ouvir. 

- Malucas, apaixonadas e românticas incuráveis. - Jisoo sorri largamente - Essa vai ser nossa vida a partir de agora, minha Jendeukie. 


Predestinada - JENSOOOnde histórias criam vida. Descubra agora