Capítulo quatro: Time, mystical time, cutting me open

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CAPÍTULO QUATRO

A manhã começou barulhenta. Encontrei mamãe Abigail próxima a lareira da sala de estar.

— Então? — ela perguntou, curiosa.

— Olhei debaixo de todas as camas e William está no telhado — balancei a cabeça — Nada.

— Vamos nos acalmar, — disse minha mãe Emma uma vez que ela adentrou a sala de estar com um avental de cozinheira — não é a primeira vez que Lord Byron decide passear um pouco.

— Mas ele nunca sumiu por tanto tempo — disse mamãe. — Aliás, estou calmíssima.

— E nem tão longe — complementei. — Os hóspedes disseram algo?

— Ninguém viu, perguntei para todos — explicou mamãe. — Ah, Bailey ficará desolada quando souber que perdemos o Lord Byron. Pelo menos teremos menos trabalho para limpar o carpete.

— Mamãe!

— Abby — repreendeu mãe Emma — A Srta. Swift ainda está dormindo. Vamos aguardar. Talvez Lord Byron tenha se esgueirado por sua janela pela madrugada. Ela dorme com a janela entreaberta.

— Garota esquisita — resmungou mamãe.

Abby — repreendeu mãe Emma. Mamãe ergueu as mãos em rendição e murmurou algo sobre o café da manhã e depois comentou como não teria mais que limpar cacos de copos atirados no chão por patinhas felinas.

Nós todas retornamos para a cozinha. A brisa diurna balançou as cortinas com uma força que só podia indicar chuva no fim da tarde, embora o sol estivesse quente demais para o começo de outubro. Eu estava me sentindo preguiçosa; terça-feira era o meu dia de folga e não havia muito que eu pudesse fazer por aí além de esperar a prefeita Martha aparecer para me pedir um favor — "já que estou sem fazer nada", como ela sempre dizia nas minhas folgas.

Em especial, quando o festival de Samhuinn se aproximava. Não que eu me importasse. Eu gostava de ser útil para a cidade e Martha fazia com que ser útil para ela fosse algo realmente especial.

Enquanto minha mãe servia o café da manhã no jardim com uma variedade de leites, chás e pães, William desceu do telhado para avisar que não havia rastro algum de Lord Byron por lá. Mamãe celebrou em silêncio, mas durou pouco tempo.

Foi nesse instante que Taylor — com marcas do travesseiro nas bochechas — desceu as escadas com um moletom cinza todo amarrotado, os cachinhos emaranhados de um lado para o outro e Lord Byron abraçado contra o seu peito como se ele fosse o gato mais carinhoso do mundo. Ele nos encarou com seus grandes olhos redondos como se risse de nós.

— Esse gatinho é de vocês?

— Lord Byron — disse mamãe à contragosto.

— Lord Byron! — falei com alívio. Dei meia volta na ilha para pegá-lo no colo e, por um instante, Taylor fez uma expressão de quem não queria soltá-lo, então disfarcei e apenas acariciei sua cabecinha felpuda. Ela pareceu mais feliz com isso e o aninhou mais em seus braços. — Ele é o gato da minha irmã. Não atrapalhou você?

— Nós dormimos agarradinhos — disse Taylor com a voz sonolenta — Eu amo gatos. Eu tenho... — ela se interrompeu — tinha dois. Olivia e Meredith.

— Aí está ele — celebrou minha mãe quando retornou do jardim. Ela soou calma, como se soubesse onde o gato estava o tempo todo. Queria ter herdado um pouco da sua paciência. — Bom dia, querida. Está com fome? O café da manhã está servido. A maior parte dos hóspedes já saiu, mas você pode se sentar conosco. Preparei um chá de cúrcuma... — ela encarou Taylor nos olhos — É bom para dores musculares. William também está convidado.

WOODVALE • tswiftOnde histórias criam vida. Descubra agora