Capítulo dezessete: this pain wouldn't be for evemore

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Eu levei a mão de Taylor, aquela que segurava, perto dos meus lábios e a beijei. Continuamos caminhando em direção aos outros animais, em um campo amplo que logo percebi ser o mesmo fiorde que Taylor e eu tínhamos visitado alguns dias atrás, mas agora estávamos no lado oposto.

Conforme nos aproximávamos dessa parte da fazenda, o horizonte se revelava para nós em um espetáculo aberto de nuvens douradas com um fino traço de luz solar se intrometendo bem no meio, iluminando o que eu imaginava ser o oceano, embora ainda estivéssemos muito longe para vê-lo.

Dodie parecia estar se divertindo muito com seu novo amigo, James, e também com Fergus. Ela continuava correndo de volta para Taylor para contar algo sobre James que acabara de descobrir, e o ciúmes bobo de Taylor deu lugar a um certo alívio ao perceber que Dodie estava conversando com alguém da idade dela.

— A Sra. Endicott disse que ela não tem amigos na escola, — sussurrou Taylor — porque as crianças lá são um pouco maldosas. Ela não deu muitos detalhes e, Dodie nunca falou sobre isso conosco, mas isso me deixou preocupada ontem. Quero dizer, eu sou a mãe dela, mas tipo... ela é uma criança divertida. Olhe para ela. Ela é muito querida. Essas crianças ricas estúpidas têm seus narizes muito empinados para perceber isso, no entanto.

— Bem, tenho certeza de que ela vai falar sobre isso com você em breve; ela parece querer te contar tudo o tempo todo. Isso é bom. Eu era assim com a minha mãe Abby, e ela costumava dizer que era muito útil, em especial quando você é muito criança e pode estar passando por situações ou sentimentos que ainda não consegue entender por completo.

— Talvez eu comece a pedir conselhos para suas mães — disse Taylor — nunca tive alguém a quem pudesse pedir ajuda para... qualquer coisa, se eu for honesta. Não é como se eu pudesse ligar para minha mãe quando estava prestes a dar à luz ou quando Dodie era um bebê que não parava de chorar, e eu não tinha ideia do que fazer, e a Lori de repente estava ocupada demais no trabalho. Você vê, ela pegava turnos extras no hospital se Dodie estivesse doente ou chorando demais ou apenas... fazendo o que os bebês fazem.

— Essa é outra maneira educada de dizer que ela era uma vadia desgraçada.

Taylor deu uma risada abafada.

Eu mordi meu lábio e engoli em seco.

— Tay... Dodie disse algumas coisas ontem — Taylor assentiu, toda a sua atenção em mim — Eu não sei. Eu não queria perguntar, não quero fazer você sentir que tem que me responder só porque perguntei, mas isso me fez pensar... bem, primeiro ela parece não... gostar? Eu não sei se essa é a palavra certa, uh...

— O que você quer perguntar, Maude?

— Você disse que ela sabe que a Lori foi embora. Ela sabe o que isso significa? Por quê? O que ela sabe sobre a Lori, é isso que eu tenho me perguntado.

— Acho que nunca falei sobre isso com ninguém além de você — respondeu Taylor honestamente, apertando minha mão — Pode ser que eu tenha mencionado para algum terapeuta lá atrás... bem, alguns meses atrás, quando eu estava... na reabilitação. Mas, uh, de qualquer forma, você vê, Maude, a Lori não esteve presente na vida da Dodie na maior parte do tempo.

— Acho que você pode ter dito isso.

Taylor assentiu.

— Toda vez que as coisas ficavam difíceis, ela precisava trabalhar mais, viajar, fazer os turnos da noite — ela riu sem humor — Eu também não entendo essa parte da minha vida. Não tenho certeza do que aconteceu. E então, à medida que Dodie ficava mais velha, eu já era alcoólatra e tentava muito não deixar Dodie ver nada, às vezes eu esperava ela dormir para eu poder ficar bêbada sozinha, às vezes até saía de casa, mas quando eu voltava, cambaleando e quebrando coisas pelo caminho, a Lori trancava nosso quarto e eu dormia... uh, do lado de fora da porta dela. Sabe. No chão. Isso é bastante humilhante. Dodie me viu algumas vezes.

WOODVALE • tswiftOnde histórias criam vida. Descubra agora