Capítulo vinte e três: there is happiness, past the blood and bruise

712 97 200
                                    

Samhuinn finalmente havia chegado e eu acordei com um grito.

— É HALLOWEEN! — vociferou Dodie antes de se jogar em cima de Taylor e de mim. — Acorda, mamãe, é o terceiro melhor dia do ano e há TANTO para fazer e TÃO POUCO tempo, não acho que vou sobreviver até meia-noite!

Dodie se sentou no colo de Taylor enquanto ela, parecendo carrancuda, abria lentamente os olhos.

— Estou acordada — disse Taylor entre bocejos, os olhos se fechando novamente. Sua voz estava grave e rouca.

— Não está, não — resmungou Dodie, que escorregou do colo para o meio da minha cama, sentando-se entre nós duas, mais acordada do que o normal. Percebi que ela tinha um momento de fazer manha ao acordar, mas hoje esse não era o caso. A chupeta estava pendurada de qualquer jeito ao redor do seu pescoço e o cabelo cacheado parecia mais espalhafatoso do que o normal. — Por quê vocês dormiram aqui em cima e não no sofá? E por que as duas só estão de camiseta e meias? Está TERRIVELMENTE frio lá fora, cadê suas calças?

Isso fez Taylor abrir os olhos outra vez.

— Boa pergunta — disse, e então arqueou as sobrancelhas para mim, como se eu fosse a única responsável pela nossa falta de roupas.

Dei de ombros.

— Você quem começou.

— Eu só perguntei se ainda estava menstruada.

— De um jeito bem sugestivo.

— Minha falta de sono é culpa sua, nós dormimos por duas horas apenas!

— Desculpe, quem é que... — desviei o olhar para Dodie — carrega um monte de coisas dentro da própria bolsa?

Taylor deu de ombros.

— Sou preparada, mas isso não tem nada a ver.

— Mamãe, — suspirou Dodie com impaciência — vamos! Preciso tomar café, tomar banho, colocar a minha fantasia, participar da competição de abóboras esculpidas, assistir a apresentação de dança, provar um pouquinho de TODOS os pratos típicos de Woodvale e Stonehaven e dizer que os melhores são daqui mesmo que isso não seja verdade porque, afinal de contas, essa é a cidade da Moo-Moo e nós estamos do lado dela mesmo que a comida seja ruim. E não estou dizendo que é, Moo-Moo, mas se for, está tudo bem e você não precisa ficar chateada com isso porque a mamãe sempre diz que o importante é participar... mas ela também é bem competitiva e uma péssima perdedora.

Taylor virou de lado e encaixou o rosto na curva do meu pescoço enquanto puxou Dodie para deitar-se entre nós.

— Ser uma péssima perdedora significa que eu ganho mais do que perco.

— Claro que significa isso, linda — murmurei.

— Também preciso participar do caça-tesouro do labirinto — lembrou Dodie, que por algum motivo deitou-se com as pernas para cima. — E, à noite, teremos a fogueira e a mamãe vai contar duas estórias horripilantes.

— São muitas palavras grandes para uma menininha tão pequena — murmurou Taylor em tom de brincadeira — E tão cedo assim.

— Eu penso coisas grandes, — retrucou Dodie, gesticulando excessivamente — então preciso de palavras grandes também. Podemos levantar agora? Ah, vocês duas são muito preguiçosas. Acho que vou descer lá na cozinha sozinha e correr o risco de ser sequestrada por uma fada ou ver algum espírito ruim que está circulando por aí...

— Maude é uma fada — disse Taylor — E ela já nos sequestrou.

— É verdade — concordei, e deixei um beijo na sua testa.

WOODVALE • tswiftOnde histórias criam vida. Descubra agora