Capítulo cinco: You wouldn't be the first renegade to need somebody

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N/A: resolvi postar dois capítulos hoje pra vocês pensarem que eu sou boazinha. <3

CAPÍTULO CINCO

Precisei alertar Taylor que havia uma grande chance da prefeita Martha me encontrar. Ela era uma boa pessoa, mas com uma forte personalidade e um tanto enfadonha. Não que eu — ou qualquer morador da cidade — não estivesse acostumada. Afinal, eu e tantos outros votamos na Martha, mas estava um pouco apreensiva caso Martha decidisse fazer muitas perguntas à Taylor. Essa última parte eu decidi não mencionar.

Mesmo após a nossa conversa, Taylor não parecia estar em um bom dia.

A fachada principal do arquivo público era feita de pedra maciça, com janelas altas e arqueadas. A porta era grande e cheia de detalhes incrustados de antigos clãs escoceses. Um caminho ladeado por flores de álisso e alfazema perfumavam a entrada com um aroma que lembrava a uma mistura de mel com baunilha, além de decorar a construção antiga com tons de lilás e branco.

Alguns bancos de ferro estavam colocados debaixo da sombra de árvores frondosas, contudo, devido ao outono, estavam cheios de folhas caídas. Ao meu lado, Taylor empurrou um amontoado de folhas secas e se sentou. Ela apoiou a bolsa ao seu lado e me encarou.

— Só um momento — Taylor segurou o cós do moletom para removê-lo e eu, com cuidado, olhei para outra direção. Seria um pouco estranho encará-la. Contudo, ouvi um grunhido de dor acompanhado por uma sequência de palavrões e me virei. — Merda.

— Está tudo bem?

— Só... — ela tentou puxar o moletom para cima outra vez, mas quando seus braços se ergueram um pouco, Taylor soltou mais um grunhido.

— Vou ajudá-la — murmurei, e com cuidado tirei uma manga do seu braço e depois fiz o mesmo com a outra sem que ela precisasse se mover muito. Um perfume de margarida e o shampoo de casca de limão de Lady Odette inundou minhas narinas. Sem o moletom, pude ver o problema: um pouco abaixo dos ombros, de ambos os lados hematomas roxo-esverdeados manchavam sua pele pálida. — Taylor... isso também é do acidente?

— Hã?

— O acidente — repeti, confusa — Que você bateu o queixo.

— Não, não — Taylor resmungou com os olhos apertados. — Eu caí noutro dia no banheiro.

— E não pensou em chamar ninguém? — perguntei, afastando o seu cabelo um pouco para ver quão grande era um dos hematomas. Aquilo parecia horrível. — Taylor, precisa ver um médico. Não acho que uma pomada de arnica vai resolver isso.

— Eu tô bem — ela insistiu.

Revirei os olhos.

— Não estamos nos Estados Unidos, — pontuei — O Serviço Nacional de Saúde oferece atendimento de emergência gratuito.

— Não vou ao médico por isso, — Taylor ajeitou o cabelo nas costas para cobrir as manchas. — estava doendo muito hoje de manhã, mas aquele chá de cúrcuma da sua mãe realmente faz milagre. Vou pedir para ela fazer mais um pouco para mim hoje à noite e amanhã estarei melhor.

— Taylor, você veio sozinha para cá, certo?

Ela revirou os olhos, impaciente.

— Não estou apanhando de alguma amante louca se é isso que quer saber. Eu caí na escada, foi só isso. Sou uma pessoa desastrada.

— Engraçado, — eu disse em tom irônico — dois minutos atrás você falou que caiu no banheiro. — suspirei, exausta de tanto mistério e também do sol quente e me sentei ao seu lado. Taylor segurou o moletom em seu colo e o abraçou. — Taylor... você precisa de algum tipo de ajuda? Sei que não quer expôr a sua vida, mas isso parece sério.

WOODVALE • tswiftOnde histórias criam vida. Descubra agora