Capítulo onze: putting roots in my dreamland

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Quando acordei, Taylor estava sentada ao meu lado com uma bandeja de café da manhã e um pequeno papel dobrado. Havia salsichas, ovos mexidos, cogumelos cozidos e haggis — uma iguaria escocesa onde miúdos de carneiro eram temperados com aveia, cebola e outras especiarias, além de duas xícaras fumegantes de café.

— Bom dia — disse ela com um sorriso sonolento, seus olhos ainda inchados de sono. No entanto, Taylor parecia bem, de um jeito que eu ainda não havia visto desde que ela chegou à cidade. — Eu fui buscar café para nós duas na pousada... e te escrevi um poema pequenininho.

Me sentei de imediato.

— Eu ganhei um poema?! — estendi o braço, mas antes que pudesse tocar no papel dobrado, Taylor afastou minha mão com um tapa fraco. — Ei!

— Isso é para depois — explicou Taylor, como se fosse óbvio. — Você vai ler o poema quando eu não estiver por perto, oras. Agora nós vamos tomar café da manhã... Aliás, eu não sei qual é o superpoder da sua mãe Emma, mas ela me abordou a pouco com um saquinho de amido de milho e disse que era bom para a irritação na minha coxa que foi causada por você sabe o quê... e ela também sabe? Foi a situação mais embaraçosa de toda a minha vida! — com uma expressão pensativa, Taylor adicionou: — Certo, foi a situação mais embaraçosa da minha vida sóbria.

Soltei um riso anasalado antes de dar um gole no café e encará-la por cima da xícara.

— Minha mãe é uma pessoa sagaz — observei — Mas ela também tem dois olhos com uma visão boa o suficiente para enxergar esse seu pescoço cheio de roxos. E você devia estar andando de um jeito estranho. — apoiei a xícara com sua fumaça dançante no meu colo e estendi o meu braço para afastar o cabelo de Taylor, que estava tão encaracolado que parecia uma grande juba de leão. Toquei seu pescoço com ternura, acima de uma manchinha mais escura. — Parece até que eu te bati. A sua pele é realmente muito clara e sensível, Tay.

Taylor mordiscou um cogumelo.

— Acho que não vou voltar para lá tão cedo — disse, e eu sabia que ela se referia à pousada e à minha mãe, como brincadeira. No entanto, isso despertou uma ideia em minha mente.

— Você não precisa voltar — falei em tom desinteressado, como se fosse apenas um comentário sobre o tempero do cogumelo ou o ponto das salsichas, embora meu coração martelasse com força, preocupada com a sua reação. — Ainda temos duas semanas até o seu retorno à Londres e a minha cama tem um espaço mais do que suficiente para duas pessoas. Cabem até três. Você poderia fechar a sua conta, ganhar uma estadia gratuita... e outros benefícios que uma pousada não pode te oferecer.

Taylor arregalou os olhos.

— Quer que eu fique aqui?

— É apenas uma ideia.

— Você gostou tanto de mim assim?

Revirei os olhos, incrédula que Taylor ainda sentia a necessidade de me fazer esse tipo de pergunta e afastei a bandeja e nossas xícaras de café, colocando-as sobre a mesinha de cabeceira. Sem dizer nada, eu me aproximei de Taylor e me sentei no seu colo, empurrando-a para se deitar no colchão, então me inclinei sobre o seu rosto com uma mão em seu queixo e a outra acariciando a sua bochecha.

Ela abriu um sorriso surpreso, mas satisfeito.

— Gostei muito de você, loirinha — murmurei em tom de conspiração, como se isso fosse um grande segredo, e então beijei a ponta do seu nariz. — Gostei quando você não passava de uma turista atraente e rude na mesma exata e frustrante proporção — beijei sua testa — Gostei quando você se abriu comigo apenas um pouquinho naquele dia em que estávamos no arquivo público — beijei seu queixo — Gostei quando você confiou a mim uma parte "censurada" da sua história e me falou sobre a Dodie — dei uma série de beijinhos estalados na sua boca até ela começar a rir — E gostei muito de tudo que fizemos e falamos ontem. Mas hoje, — eu me abaixei e beijei o seu pescoço com delicadeza, sem malícia — gosto de você um pouquinho mais do que todos os outros dias. E eu não me importo de passar as próximas duas semanas repetindo essas palavras para convencer essa sua cabecinha dura.

WOODVALE • tswiftOnde histórias criam vida. Descubra agora