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sábado

Estávamos a chegar ao estádio da Luz.

A quantidade de pessoas era ridícula naquelas estradas guardadas pela polícia. O braço de Filipa estava entrelaçado ao meu, enquanto íamos atrás da Inês e da Francesca pelo túnel.

O entusiasmo era imenso, principalmente da minha parte por ver o João ao vivo. Esperava que o resultado fosse favorável, que fossem apoiados, que ganhassem confiança para continuar. Era um jogo importante para o campeonato.

O meu coração palpitava ao subir as escadas. As colunas anunciavam a entrada dos jogadores. Era altura de começar o treino. Apressei-me a olhar e a procurá-lo entre tantos atletas. Rapidamente os meus olhos encontraram-no a trocar a bola com o colega de equipa, Rafa.

Sentadas no piso três-inferior, mesmo junto à vedação, apoiei-me nesta a olhei em redor. A Inês apontou indiscreta para o oitenta e sete, fazendo-me bater-lhe na mão. Ela riu-se apenas.

- Ele sabe em que lugar estás?

- Sim, disse-lhe ontem por mensagem. - Disse-lhe, sentando-me por fim na cadeira. - Estou uma pilha de nervos já. E eu não ficava assim!

- Agora tens um bom motivo para ficar. - Encarei Francesca sentada ao meu lado.

- Voltaste a estar com ele?

- Não Pipa, desde que jantamos que não voltei a estar com ele. Ou a falar muito. - Confessei. Fazia três dias que não estávamos juntos ou falávamos, pois os treinos eram intensos.

Acreditava que ele andava extremamente cansado, porém, estranhava a falta de mensagens por estar tão habituada nos últimos dias. Não lhe dizia também, dando-lhe o espaço que precisava, sendo compreensiva com ele.

O facto de António me ter dito o que João sentia, fez-me ser bastante ponderada.

Todo o espetáculo de luzes e o que era dito em simultâneo prenderam-me. Fiquei atenta. Depois levantamos-nos para cantar o hino.

No final, a equipa encontrava-se em campo com o equipamento branco, deixando-o mais atraente aos meus olhos. O calção por cima da camisola, a atitude e a expressão focada. Era impossível tirar os olhos daquele ser humano.

Ele era absolutamente incrível.

Ainda assim, o jogo estava a ser difícil. Finalizar cada jogada era impossível. Alguns maus passes à frente da área, alguma hesitação e a frustração da equipa era nítida. No entanto, para levar todas as pessoas ao rubro, o marcador foi inaugurado pelo João Mário, antes do intervalo.

Foi incrível a sensação a invadir as minhas veias, os saltos das cadeiras e os gritos de festejo. Fiquei bastante animada com o resultado ao intervalo. E queria acreditar que iria melhorar.

- Bem, nunca vi a Amanda a vibrar tanto com um jogo de futebol. - Comentou Francesca.

- É diferente agora. - Respondi sem pensar duas vezes, vendo os olhares entre elas. Sorri-lhes. - O que querem que vos diga?

- Nada amiga, não te preocupes. Não precisas de dizer o que é óbvio. - A Filipa encolheu os ombros sorridente. - Vais mandar-lhe mensagem? Afinal, está a correr bem para eles.

JUST YOU  ➛ JOÃO NEVESOnde histórias criam vida. Descubra agora