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sábado

- O que é que o João está a fazer? - Apontei para o rapaz enquanto gargalhava. - Juro que ele é um bebé fora do campo. - Comentei com Carolina, ao vê-lo brincar com rebuçados ou lá o que comia. A rapariga também estava a vê-lo.

Passamos algum tempo a passear por Arouca, tiramos algumas fotografias e acabamos por ir ao estádio assistir ao treino. Começava a encher. No nosso lado não havia cadeiras vagas.

Era a minha primeira vez a ver um jogo fora. As bancadas estavam extremamente animadas. Uma boa meia hora sentadas até ao início do jogo. Iam cantando diferentes cânticos a puxar pela equipa, que fazia uma boa exibição.

Logo após treze minutos de jogo, o João sofreu uma falta para cartão amarelo, queixando-se pelo pisão que levou. Fiquei alarmada. Manteve-se em jogo, conseguindo correr normalmente. Saltamos da cadeira quando Rafa encostou a bola à redes e, de imediato, o árbitro anulou o golo. O meu amor colocou a bola no João Mário que assistiu Rafa. A importância do oitenta e sete era surreal.

À terceira entrada de bola na baliza, o golo foi validado e a equipa celebrou. O Rafa contava com três golos, embora dois anulados. Podíamos estar a começar uma goleada bonita.

Porém, o intervalo chegou com apenas um golo.

- Eles estão a jogar bem. - Comentou a Carolina e eu concordei. - O António está concentradíssimo, não tirou os olhos da bola.

- Tem uma função muito importante.

Passamos os quinze minutos seguintes a falar. A Carolina era uma pessoa fácil de conhecer, calma e bastante simples. Dois minutos após o início da segunda parte, Kokçu marcou o segundo golo. Os adeptos saltaram novamente.

Tal como nós. Foi um golo brilhante com uma ótima leitura de Rafa. No decorrer dos quarenta e cinco minutos, mais um golo anulado a Rafa. Mas também anularam um golo do Arouca.

Nos minutos finais do jogo, Musa abanou as redes com um golaço que nos surpreendeu a nós, adeptos e aos seus colegas e treinadores. E assim, num êxtase gigante nas bancadas, conseguimos o objetivo principal: três pontos. Não podiam errar mais, pois o Sporting não errava.

Por outro lado, não consegui parar de elogiar o João e o bonito jogo que fez. Outra vez. Como era habitual para ele. Esperava que o trancassem por longos anos no Benfica.

Abandonamos as bancadas. Percorremos os corredores até ao balneário. Usávamos uma fita a mencionar que éramos convidadas, essas que iam permitir-nos acesso aos corredores. Falamos com os rapazes que iam saindo do balneado, até que o António e o João também saíram.

Estavam na brincadeira um com o outro, felizes e realizados com mais uma vitória.

O atleta aproximou-se de mim e levantou-me nos braços para me rodar. Sorri envergonhada, pois a sua equipa estava a testemunhar tal gesto, porém gostava imenso de me sentir importante ao ponto de não esconder o que temos.

Pousou-me no chão e beijocou rápido os meus lábios, voltando para a equipa. O treinador estava a testemunhar tudo. Intimidante.

Voltavam ainda hoje para Lisboa.

Alguns instantes mais tarde, estávamos no carro a caminho do apartamento alugado. Decidimos ir descansar para casa e encomendar jantar. Dentro do quarto, despi o casaco e deitei-me na cama. Os braços do João puxaram-me para si, que também se deitou na cama. Deixei-me ir.

JUST YOU  ➛ JOÃO NEVESOnde histórias criam vida. Descubra agora