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dez e quarenta e oito

- João?! - Adentrei abruptamente no quarto do rapaz, após ouvir o portão da sua casa a abrir. Ele com uma camisola nas mãos, somente com calças de pijama vestidas, ficou a olhar para mim. - Ups, desculpa. - Virei-me de costas.

E fechei a porta de imediato.

Ouvi-o a gargalhar. Naqueles meros segundos não consegui apreciá-lo sem a camisola vestida, o que lamentava interiormente. Foi repentino. Nos segundos seguintes, abriu a porta.

Guiou a sua mão ao meu queixo, deixando-me três beijos seguidos nos lábios, antes de me dar a mão e levar-me pelas escadas.

- O António chegou. - Informou-me apenas, largando a minha mão no centro da cozinha. - Há algum problema? - Neguei. Havia muitos. - Ele já sabe que estás aqui comigo.

- Já?!

- Sim, ligou-me quando foste trocar de roupa.

- Boa noite! - Saudou-nos com uma expressão amigável, nada provocadora. Gostava de António, da amizade que ambos tinham.

- Olá António. E desculpa a invasão. - Sorri-lhe. A sua expressão tornou-se divertida.

- A casa não é só minha, Amanda.

- Mano, amanhã só vamos ter com a equipa por volta das cinco e tal, não é? - Assentiu ao amigo e tirou uma garrafa de água do frigorífico.

- Tenham uma boa noite, crianças. - Acenou-nos, fazendo o caminho para o quarto.

Após colocar uma tigela no lava-loiça, aproximou-se de mim lentamente. Observei João a baixar o tronco. Abraçou-me pela barriga e logo me levantou sem que tivesse à espera. Acabei por gritar com o susto, ouvindo-o gargalhar alto. Não deixei de espernear.

Levou-me pelas escadas, até me soltar na sua cama confortável e espaçosa, fechando a porta do quarto. Sentei-me com as pernas à chinês a olhar para o atleta, que se deitou ao meu lado.

Um sorriso desenhou-se pelo meu rosto.

Invadida pela coragem dos últimos dias, virei-me na cama, apoiei-me no cotovelo, inclinei-me para o de dezanove anos e encostei os nossos lábios. O João entrelaçou as mãos nos meus cabelos, com o intuito de intensificar o beijo.

E assim aconteceu. Espalmou a boca contra a minha. Deitei-me na cama, à medida que elevava o tronco e aprofundava o beijo. Descansou a mão vaga na minha barriga desnuda, pelo facto de ter a camisola subida, o que me arrepiou. Separei os nossos lábios por breves instantes para recuperar o fôlego e olhar nos olhos dele.

Os seus dedos deslizavam de um lado para o outro, acariciando toda a minha barriga, até à cintura, voltando para cima. Arrepiava-me de um canto ao outro do meu corpo.

Enquanto me focava nas sensações que me transmitia, obrigava-me a manter a concentração do beijo. Perdia-me com e para ele. Desceu a sua boca pelo meu queixo, até à pele sensível do meu pescoço, beijando-o levemente.

Era um toque tão suave. Até a sua respiração era capaz de me trazer novos sentimentos. Nunca me tinham tocado daquela forma. Ou de alguma. E a verdade é que não queria parar.

JUST YOU  ➛ JOÃO NEVESOnde histórias criam vida. Descubra agora