08》🇰🇷 ▪︎ 🇰🇵

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Termino de colocar Ye Sol para dormir depois dessa pequena criatura ter comido mais milho do que era capaz. Dessa vez ela caiu rapidamente no sono e eu aproveitei para pegar a carta de Minho, teria que descobrir do que se trata essa localização.

Saio do quarto e vou até Hyunjin que estava sentado no sofá, dizendo:

— Vamos, tenente? - ele franze o cenho sem entender. — Quer aprender como se descobre uma localização?

— Com certeza. 

Levantando rapidamente ele me segue saindo de casa pelos fundos e entrando na adega de kimchi, indo mais para o fundo puxo dois potes grandes e tiro uma madeira do chão que ficava com muitas palhas em cima, dando visão para um buraco com uma escada.

Puxo a corda do abajur que era minha única fonte de luz — quando não temos blackout —, vendo novamente as paredes cobertas por madeiras empoeiradas em meu "escritório". Meus três computadores ficavam em cima de uma mesa retangular e uma única cadeira se encontrava ali.

— Proteção, é bom ter mesmo. - ele diz se referindo à arma escondida.

— Só em caso de emergência. - me sento na cadeira colocando a carta na mesa. — Isso pode demorar algum tempo.

— Sem problemas, não tenho nada pra fazer mesmo. - Hyunjin ri soprado e fica atrás de mim. — Onde eu posso sentar?

— No chão.

— Isso não é nada amigável.

— Mas não é pra ser mesmo.

Escuto-o bufando e sorrio de lado mexendo no computador do meio, alternando entre as telas já que seria mais rápido trabalhar assim. Digito os códigos e tento me concentrar, mas a respiração de Hyunjin batia em meu pescoço.

— Aish, dá pra chegar mais pra trás? - murmuro irritada. — Sua respiração tá me dando calafrios.

— Tá arrepiada, é? - ele provoca e reviro os olhos.

— Sim, é como se um fantasma estivesse me agourando.

— Você sempre tem uma resposta. - por fim Hwang se afasta um pouco.

— E você sempre tem uma provocação. - falo ao abrir algumas abas com mais códigos que teria que decifrar. — Não se acha muito imaturo pra ser um tenente?

— Eu convivo com muitos homens no exército e posso afirmar que a maioria é imaturo.

— Então seu país está em boas mãos. - ironizo.

— Por que meu país? - agora ele senta na ponta da mesa se apoiando. — Não tem patriotismo?

— Nenhum pouco. 

— Achei que tivesse uma boa vida lá e que trabalhava na inteligência pra proteger nossa nação e nosso povo. - consigo notar seu foco em mim pela visão periférica, mas nem ouso tirar minha atenção do computador.

— Isso é discurso de militar hipócrita. - clico no 'enter' esperando a barra que apareceu carregar e por fim o olho. — Vocês realmente estão no exército por serem nacionalistas e não pelo dinheiro e benefício que recebem?

— Receber dinheiro e benefícios me faz menos patriota? - vejo-o balançar a cabeça negativamente. — Devemos trabalhar de graça só porque servimos ao nosso país? Todos os sul coreanos trabalham em prol de somente uma coisa, Yoomi: nosso país… parece que tem muitos traumas de vida e coloca a culpa no sistema.

— O sistema é falho. - respondo me concentrando novamente no computador ao ver que a barra havia completado. — Esse país que tanto ama me mandou pra cá sem me dar a opção de recusar, eu posso não ter amor pelo Sul, mas não estava nos meus planos vir em uma missão suicida.

Between Red and Blue | Hwang Hyunjin |Onde histórias criam vida. Descubra agora