Between Red and Blue | Hwang Hyunjin |

12》🇰🇷 ▪︎ 🇰🇵

O endereço que apareceu no dia em que descobri a localização das coordenadas ainda estava em minha mente, eu sabia onde era, mas não sabia o que tinha lá. É engraçado o quanto Do Yoo Jung falou o caminho inteiro, imaginei que ela fosse uma pessoa rígida, mas percebi que apesar de ser faladeira, é muito tímida.

Também notei que Yoo Jung não tem nenhuma confiança em si mesma e parece sempre se importar com o que as outras pessoas pensam dela, sua maquiagem impecável e sua roupa sem nenhum amassado mostrava aquilo que eu imaginava ser vaidade, mas percebi que estava completamente enganada ao ouvir sua explicação quando questionada.

"Meu marido não quer sua mulher mal arrumada"

— Então o meu pai quis que eu me casasse com ele porque achou que já estava na hora de ter um militar em nossa família…

Jung agora me contava como conheceu o marido enquanto arrumava o cobertor que trouxe em nossas pernas, e a cada palavra que saía de sua boca, mais eu lamentava pela vida que levou, mesmo que eu não soubesse nem um porcento da história de sua vida.

— É claro que a família dele foi a favor do casamento, afinal, quem não quer casar com a única herdeira de uma grande fortuna? - ela suspira encostando sua cabeça em meu ombro, me tratava como se fosse sua amiga de anos. — Estavam com tanta pressa que nos casamos sem quase nos conhecermos direito.

— Você falou aos seus pais como se sentia com tudo isso?

— Oh, sim, com certeza falei… mas meu pai não aceita muito bem minhas opiniões, e quando falo, só entristeço minha mãe porque isso tudo estressa meu pai.

— Então nós duas sabemos como é ter um pai ruim. - murmuro.

— O que disse? - ela pergunta sem ter entendido.

— Nada não… vamos dormir? Vai demorar muito pra chegar.

— Boa ideia. 

Escuto-a bocejar e rio baixo tentando relaxar meu corpo, me recuso a dormir e tento colocar meus pensamentos em ordem durante esse tempo.

[...]

— Camarada Yoomi! Vamos juntas até o trabalho do meu marido? 

Bocejo depois de sairmos do trem, finalmente chegamos na capital. Eu procurava um local apenas com a referência de ser próximo ao centro e pela elevação do mapa, parecia ser num lugar mais alto. Eu poderia reconhecer o terreno quando vi pelas coordenadas em que foi mostrada no GPS, mas como Minho mesmo avisou, só saberia o que tem lá chegando perto.

— Preciso ir para o centro, senhora Jung. - explico e ela sorri abertamente.

— Também estou indo para lá, o que acha de irmos juntas? - Jung se agarra ao meu braço e antes que eu possa dizer algo, ela me arrasta. — Meu motorista vem me buscar, será mais rápido. Ah, vou te pagar um almoço delicioso, camarada Yoomi!

Resolvo concordar, afinal, seria como matar dois coelhos numa cajadada só… conhecer seu marido e depois ir procurar o local. 

Ela realmente deve ser muito rica, o carro em que estamos é usado apenas por pessoas muito importantes — nesse caso, quem dirigia era seu motorista —, mas as ruas vazias nos fazem chegar bem mais rápido do que seria ir andando.

— Não vai se importar do meu marido almoçar com a gente, né Yoomi?

— De jeito nenhum.

É claro que eu me importava e muito, apenas ao ouvi-la falar sobre ele me dava ânsia. Parecia não ser uma pessoa boa. O caminho não foi nada silencioso, Jung parecia não ter filtros e me dizia absolutamente tudo sobre sua infância e em como gostava de cuidar de plantas. Parece que para ela, as flores são delicadas e bonitas, mas ao mesmo tempo indefesas, então gosta de cuidar e proteger elas.