— Sério, Jeongin. Pra onde tá me levando?
Pergunto pela milésima vez enquanto o sigo pelas ruas de Seul, confusa com a tal "surpresa" que ele diz ter para mim. Encaro meu relógio de pulso mais uma vez, checando as horas apenas por mania e paro bruscamente percebendo que o mesmo havia parado de andar.
— Chegamos. - Jeongin fala encarando uma cafeteria. — É aqui que você fica.
— Eu fico? Vai me deixar aqui sozinha? Essa é a surpresa?
— Aigoo, vê se relaxa. - seu sotaque sul coreano melhorava a cada dia, às vezes ele realmente parecia ter nascido aqui. — Sua surpresa tá aí dentro, no andar de cima te esperando. Então, já vou indo! Me agradeça depois!
Yang sai sorrindo, me deixando sozinha sem entender nada. Chacoalho a cabeça tentando tirar a expressão idiota que se formava e suspiro, adentrando a cafeteria. No térreo tinha muitas pessoas, passo dando a volta pelas mesas e indo diretamente até a escada, subindo por ela.
Aqui em cima tinha apenas um casal que presumo não ser minha tal surpresa, caminhando mais para dentro, percebo uma única pessoa sentada sozinha de costas para mim; me aproximo mais notando ser uma mulher e digo sem acreditar ao reparar quem era:
— Do Yoo Jung?!
Observo a mulher que se levanta, eu estava estática pensando ser coisa da minha cabeça. A viúva de Do Kyung Soo e a amiga que tive por algum tempo na Coréia do Norte estava bem na minha frente, como uma miragem; antes que eu tivesse qualquer reação, ela me abraça enquanto murmura:
— Senti sua falta, camarada Yoomi.
— Eu também. - respondo após alguns segundos, saindo do meu estado de choque e retribuindo o abraço. — Eu… não sei nem o que dizer, como…?
Me separo e ela ri, achando graça em minha confusão.
— Vamos sentar primeiro. - Yoo o faz e eu me sento à sua frente. — Que tal um chá? - ela pega o cardápio folheando-o. — Ou prefere café? Aqui com certeza tem milhares de opções… me recomenda algum?
Peço dois cafés expressos e enquanto aguardamos o pedido, resolvo perguntar:
— Como você tá? Sinto muito ter ido embora sem me despedir. - eu sequer podia citar seu marido, o que a mulher acharia ao saber que matamos ele e a deixamos sozinha? — Foi muito repentino.
— Eu tô bem, na verdade, melhor do que jamais estive. - sua resposta me surpreende, ela realmente parecia feliz. Tinha um brilho no olhar e um sorriso em seu rosto, não havia mais nenhum sinal de que já havia sido violentada, todos os roxos se foram. — Depois que tudo aquilo aconteceu, voltei para a casa dos meus pais na capital.
— Aquilo o quê? - engulo seco, deixando transparente meu nervosismo.
— Não precisa ficar assim, Yoomi. - seu sorriso fechado me mostrava que realmente estava tudo bem, mas mesmo assim, o que fizemos nunca vai sair da minha mente. — Jeongin me contou tudo. Na verdade, já estou aqui há três semanas… ele me contatou daqui do sul quando eu estava no norte e eu viajei pra cá a pedido dele, depois disso conversamos e soube da verdade. Do Kyung Soo sempre foi uma pessoa ruim, infelizmente já não tinha mais volta pra ele… fico feliz que vocês tenham voltado em segurança.
— Mesmo assim, sinto muito. - suspiro de cabeça baixa. — Nós fizemos aquilo com ele e você ficou sozinha.
— Como eu disse, voltei pra casa dos meus pais e foi ótimo… é claro, estaria mentindo se dissesse que foi fácil passar pelo luto, afinal, ele era meu marido e nós tínhamos um pequeno vínculo, porém, tive ajuda da minha família… ah, fique tranquila, ninguém sabe sobre vocês.
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Between Red and Blue | Hwang Hyunjin |
FanfictionSer mandada para o pior inimigo de sua nação estava longe de ser o que Lee Yoomi queria. A melhor hacker da Inteligência sul coreana se vê diante de uma missão ultra secreta que a levaria para o lado oposto da onde ela nasceu. A missão designada a Y...