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O almoço foi tranquilo.  Ana terminou de comer e foi com as crianças brincar no mini parquinho do restaurante, deixando Juliette e Rodolffo sentados à conversa.

Rodolffo estava encantado com o que Juliette contava sobre a sua estada em Portugal.  Ele quis saber porque tinha partido tão repentinamente pois nem as amigas dela sabiam de nada.
Ela deu a volta à conversa e conseguiu esquivar-se do assunto.

Juliette quis saber dos outros e apesar da mágoa que tinha, pois acredita que o que lhe aconteceu no passado foi obra das amigas, ficou triste com a morte da Eva e o estado do Luís.

Rodolffo também admitiu que após aquele dia se afastou dos amigos.

R - Eu vivia uma vida sem regras.  As minhas noitadas tornavam-se más demais para contar.

Desde esse dia levo uma vida mais pacata.  Saio de vez em quando,  tomo um copo com algum amigo e regresso a casa.

J - E que aconteceu nesse dia?  Pelos vistos esse dia marcou muita gente.

R - Acredito que sim mas,  deixemos o passado.  E o pai dos gémeos?  Ele não veio?

J - Os gémeos são só meus.  Não há pai.

R - Mais um assunto para ficar no passado?-  perguntou Rodolffo.

J - Se possível.   A minha vida resume-se aos gémeos e à Ana, uma mãe que me acolheu sem nunca questionar nada.  Foi um anjo que encontrei lá em Portugal.
E tu, namorada, esposa?

R - Nem uma nem outra.  Leve, livre e solto. Apenas a minha mãe que está com problemas de saúde.

J - É.  Isso sim são problemas verdadeiros.  Também perdi a minha há anos para uma doença terrível.  Era o meu suporte.

R - Mas tu pareces ser uma mulher forte.  Criar sózinha dois filhos não é para todas.

J - Sim.  Tem sido difícil.   E mais agora que regressei.  Preciso de arrumar um emprego urgentemente.
Se souberes de algo diz-me.  Também vou tentar acabar de tirar Gestão.   Comecei já faz 2 anos lá em Portugal.   Não sei se aqui conseguirei porque lá tinha um horário muito bom e saía às 16 horas.

R - Vai aparecer concerteza.  Vou saber por aí e digo qualquer coisa.

J - Grava aí o teu número de celular.
Está na hora de ir desfazer as malas.
Há muito que arrumar e a partir de segunda é bater perna para procurar emprego.

R - Então vamos.  Deixa eu pagar a conta.

J - Obrigada pela gentileza.   Um dia depois de instalada, faço questão de retribuir.

Fomos ter com as crianças para se despedirem.

J - Vá meninos!  Digam tchau ao Rodolffo e agradeçam o almoço.

Madalena veio a correr, Rodolffo baixou-se e ela passou os braços pelo seu pescoço.   Ele deu-lhe um beijo na bochecha e recebeu outro.  Obrigada.

Gabriel era mais contido.  Aproximou-se e foi Rodolffo que fez questão do abraço.
Obrigado.

Adeus Ana, Adeus Juliette,  adeus meninos, disse Rodolffo antes de entrar no carro e partir.

A - Moço lindo Juliette.   E parece ser educado.

J - É.  Só o tinha visto uma vez e nem tivemos tempo para conversar muito.  Gostei de conversar com ele.

Vamos?  Há muito trabalho lá em casa.

A casa estava limpa.  A vizinha tinha tratado desse pormenor.   Tínhamos só que desfazer as malas e comprar mantimentos.

Felizmente moro num bairro onde tudo é acessível.   O mercadinho fica no final da rua e fazem a entrega das compras em casa.

J - Ana, leva os meninos para dentro para eles dormirem uma sesta enquanto eu vou ali no mercadinho fazer umas compras básicas.

Fui ao mercado.  Lá estava a dona Rosa.  Por aqui nada mudou.  As pessoas continuam as mesmas.
Fez uma grande festa quando me viu e quis saber das novidades lá de Portugal.   Ela era da região do Norte.  Há muito tempo tinha emigrado para Angola mas quase todos os anos ia à sua terra de férias.

Fiz as minhas compras.  Comprei as frutas que só aqui há.  Aí que saudades de uns maboques,  uns loengos,  umas pitangas e outras.
Vou dar a experimentar aos gémeos.
Comprei leite,  yogurtes, cereais, verduras,  um pouco de carne e peixe e alguns itens de higiene e limpeza.

J - Dona Rosa, a senhora manda entregar lá em casa?  Depois venho comprar outras coisas.  Preciso de ver o que faz falta.   Não tenho nada.

R - Mando sim Juli (cá na rua todos me tratam por Juli), já de seguida.

Fui para casa e pouco tempo depois chegaram as compras.

Vinha um saco extra com bolachas, chocolates e uns pacotes de leite achocolatado.  Um carrinho e uma boneca e ainda um bilhete.

- Para os meninos.  Sejam bem-vindos.  Rosa.

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