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Rodolffo deixou Juliette em casa e dirigiu-se à sua.
A história ou parte dela que ouviu de Juliette era muito parecida com a sua.
Ela não conhece o violador e ele não sabe quem violou.

Era mau demais se a história fosse a mesma.  Só havia uma pessoa que podia resolver este enigma.  Luís.
Mas Luís sofria de amnésia e não conseguia explicar nada.

Hoje era sábado.  

Rodolffo resolveu visitar Luís.
Ele tinha acabado de chegar do hospital.  Ultimamente além de tudo o resto tinha crises de ansiedade.  Talvez porque tudo estava confuso na sua cabeça.

Luís estava com sua mãe no quarto quando Rodolffo chegou.
De imediato ficou agitado e crise de falta de ar.
Também ainda tinha dificuldade em falar.  As palavras raras eram articuladas com dificuldade.

Rodolffo sentou-se ao pé dele e aos poucos conseguiu acalmá-lo.

Rodolffo notou em cima de uma mesinha um caderno com vários desenhos e palavras soltas.

Luís pediu a Rodolffo que lhe chegasse o caderno.

Logo nas primeiras páginas,  uns desenhos aleatórios.  Uma porta, uma cama com uma mulher deitada.

Luís apontava o desenho e olhava para Rodolffo que não entendia nada.

Na folha seguinte,  um copo e umas bolinhas ao lado do mesmo.

Depois um desenho de um homem e uma mulher que pareciam rir.

R - Desenhas muito bem, mas eu não entendo nada.

Luís começou a ficar agitado novamente e Rodolffo chamou a mãe dele despedindo-se em seguida.

Saiu dali ainda mais confuso pois agora os desenhos não saíam da cabeça dele.

Se ao menos o Carlos e o Sérgio dissessem o que se passou naquela noite, mas eles alegam que não sabem de nada.

Com estes pensamentos entrou num mercadinho e comprou biscoitos e bombons.

Passou em casa de Juliette e foi recebida por Ana.

A - Benvindo Rodolffo.   A minha menina está tão feliz - segredou Ana ao ouvido dele.

Rodolffo deu-lhe um beijo e foi para as traseiras da casa onde Juliette estava numa espreguiçadeira e os gémeos brincavam na relva.

Assim que o viram vieram a correr.

R - Trouxe bombons.  Estão lá na Ana.

Eles saíram a correr e Rodolffo aproveitou para dar um beijo à sua namorada.

J - Já a estragar os meus filhos com mimos?

R - Não só os filhos.  A mãe também.
Estava com saudade.

J - Desde ontem?  Piegas.

R - Pois sou e que interessa isso se tenho um namorada linda!

J - Estava ansiosa para te contar.  Daqui a uma semana começo a trabalhar na mesma empresa que tu.

R - Sério, conseguiste a vaga?

J - Sim.  Deram-me uma semana para me organizar e começo na segunda feira seguinte.

R - Muito bom amor.  E eu vou poder estar contigo sempre.

J - Sempre!!!!  Nem vamos trabalhar no mesmo andar!

R - Mas pelo menos ao almoço vejo-te.  Eu vou almoçar sempre a casa com a minha mãe.

J - Vamos ver a minha disponibilidade.

Rodolffo e Juliette conversavam quando toca o telefone.
Era a mãe do Luís pedindo para ele ir lá.  O filho tinha-se lembrado de algo que só queria dizer pessoalmente.

R - Amor, preciso ir a casa do Luís.  Parece que ele lembrou de algo e quer me falar.

Rodolffo chegou num instante e logo foi deixado sózinho com Luís.

Este parecia calmo.  Assim que o amigo chegou mandou-o sentar a seu lado e começou a explicar os desenhos.

Rapaz/rapariga = Luís e Eva
Copo com comprimidos = droga
Rapaz/rapariga = Rodolffo  e Juliette
Cama/porta = quarto boate

Rodolffo ouvia a explicação um tanto atabalhoada de Luís e de olhos arregalados perguntou:

R - Eu e Juliette no quarto?
Luís disse que sim.

Levantei-me e comecei a andar às voltas.

R - Não pode ser verdade.  Deus, diz que não é verdade.

Luís ficou nervoso e escreveu no caderno em letras grandes

          PERDÃO

Rodolffo não sabia o que dizer ou pensar.  Como é que ia encarar a Juliette agora.  Ela tinha dito o quanto odiava o homem que a violou.
Não,  eu portei-me muito mal mas isto é um castigo muito grande.

Apesar de tudo Rodolffo confortou Luís e deu-lhe o seu perdão.   Saiu dali e foi para a  beira rio.  Não podia ir de novo para casa de Juliette.   Não saberia o que falar.

Já era noite quando chegou em casa e sua mãe notou os olhos vermelhos.

M - Que aconteceu filho?  Estavas tão feliz esta manhã.

Rodolffo deitou a cabeça no colo da mãe contou tudo, mesmo o que se passou naquela noite.  Desta vez não escondeu nada. 

M - Isso é muito grave filho!  Vais ter que ter muita paciência e pedir a Deus que a Juliette te perdoe.  Não vai ser fácil para ela ainda mais depois de ter confiado em ti.  Saber que tu és o causador da mágoa dela, não vai superar tão cedo.

Não pressiones.   Deixa o tempo curar as feridas dela.

R - Mas o que faço, conto a ela ou escondo?

M - Esconder nunca deu resultado.  Mais cedo ou mais tarde ela fica sabendo.   Imagina se Luís resolve falar com ela?

É melhor ela saber por ti e preparares-te para a raiva dela.

Domingo a seguir ao almoço fui à casa de Juliette.   Precisava resolver este assunto urgentemente.

Assim que entrei pedia baixinho a Ana.

R - Ana, preciso de falar com a Juli.  Podes sair um pouco com os meninos até ao jardim aqui em frente?  Depois eu passo lá para avisar quando sair.
Ela vai precisar muito do teu apoio depois da nossa conversa.

A - Está bem, mas, não estou gostando.

Ana saiu com os gémeos e eu pedi a Juli para se sentar no sofá comigo.

R - Vou ser directo.  Esta nossa conversa pode ser um ponto final ou um recomeço não nossas vidas.
Peço que me ouças sem interrupção senão não conseguirei falar tudo.

Vivi durante estes anos todos atormentado com isto e agora que descobri a verdade, ela ainda dói mais.

Depois disto farei o impossível para minimizar os estragos mas fica desde já ciente de que não desistirei nunca.

N/A

Violação em Portugal é igual à estupro.

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