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Sábado chegou, Ana disse a Juliette que estava indo almoçar com as crianças à casa de Marta.

J - Logo hoje que eu estou em casa.

A - Juli, o Rodolffo quer falar contigo sobre as crianças e eu acho que está mais que na hora.  Não adianta não contar porque a Madalena já começou a ligar os pontos.
Está na hora de se entenderem.

Não sentes nada por ele?  Diz-lhe.
Sentes?  Diz-lhe também.

Esquece o passado.  Vive o hoje que tem tudo para ser bonito.

Ana saiu com as crianças.   Juliette foi preparar alguma coisa para ela almoçar.
A campainha da porta tocou, era Rodolffo

J - Entra.   Fica à vontade.

Juliette foi à cozinha, desligou o fogão e trouxe café e àgua.

J - Queres café ou àgua.  Serve-te.

Sentaram-se os dois no sofá.   Rodolffo serviu café para os dois e começou a conversa.

R - Juli, precisamos contar aos nossos filhos que eu sou o pai.  O Gabriel não faz perguntas mas a Madalena é muito esperta.

J - Já percebi.  Ela também já me fez as mesmas perguntas.

R - E precisamos de alterar o registo deles.  Eu quero ser pai também no papel.

J - Com tantos problemas nem me lembrei disso.  Vamos resolver sim.

R - Então estamos de acordo.  Da próxima vez que estivermos juntos com eles contamos está bem?

J - Sim.  Pode ser.

R - E nós Juli?

J - O que tem nós?

R - Como ficamos.  Eu amo-te e sei que também gostas de mim.  Dá-me uma chance.

J - Eu gosto de ti nas olho para ti e só me vem à cabeça aquela noite.  Eu fecho os olhos e vejo um homem em cima de mim extremamente violento que me tapava a boca enquanto me machucava.  Eu quis gritar e nem isso consegui.  Eu tive que ceder para não me machucares mais.

R - Mas eu não era eu.  Eu estava drogado.  Nunca consciente eu faria tal coisa, tu sabes. 
Eu já me puni estes anos todos.  Nunca mais consegui ter uma relação estável com ninguém.   Mesmo inconscientemente eu sei que machuquei, que fui escroto, um ser abominável mas eu estou aqui, tentando ser um homem bom, um pai exemplar,  um companheiro para a vida.

Quero ser essa pessoa com a tua ajuda.
Vamos tentar.

Rodolffo segurou as mãos de Juliette e olhou-a nos olhos colando a sua testa na dela.

R - Por favor!

Juliette recostou-se no sofá e fechou os olhos.  Rodolffo fez o mesmo e assim permaneceram alguns minutos.

J - Almoças comigo?

R - Se quizeres.

Rodolffo segurou na mão de Juli e viu lágrimas nos seus olhos.  Com as duas mãos segurou-lhe o rosto e beijou-lhe os olhos.

R - Não chores mais por esse assunto.  Vem cá.

Abraçou-a e ela então chorou mais forte e soluçou.   Ele não disse nada só a manteve no abraço.

Juliette foi lavar o rosto e terminar o almoço.
Almoçaram sem tocar mais no assunto.
Falaram da competição da empresa.

R - O parvo do Júlio pensa que tem o prémio garantido.

J - O que será que está no envelope?

R - Eu não disse que o Heitor tem umas ideias esquisitas? 

J - Quem tu achas que tem capacidade para ganhar, ou melhor dizendo,  para chegar lá porque ninguém sabe o que foi pedido.

R - Eu né?  E se não for eu é o Alberto.

J - Quem é Alberto?

R - O ruivo.

J - Muito bonitinho.  Dás-te bem com ele?

R- Com todos.  Só não gosto do Júlio.

J - E quer dizer que se tu ganhares eu vou ter que ser tua secretária?

R - Eu prefiro que sejas minha mulher mas não sendo possível,  secretária já está bom.

Há uns dias eu notei que Juli não tirou a aliança de compromisso tal como eu.  Hoje mesmo está com ela.

R - Juli, porque não tiraste a aliança?

J - Porque ela é bonita e eu gosto dela.  Tu também não.

R - Mas para mim ainda tem o mesmo significado.  Para ti passou a ser um adorno normal.

J - Tu é que estás a dizer.

R - Então ainda posso ter esperança? 

J - Ainda preciso de tempo.

R -  Quanto quiseres mas diz-me:  eu posso dar-te carona para casa?  Custa-me tanto vir embora e deixar-te lá à espera do transporte.

J - As pessoas vão falar.

R - Que se fo.... , mas podes sair e ir para a paragem do autocarro e eu saio um pouco mais tarde e apanho-te.

J - Não.   Eu  não devo nada a ninguém para me esconder.  Saio contigo.

R - Essa é a minha Juli.

J - Queres ficar aqui até as crianças chegarem?

R - Sim.  Podemos ver um filme.

Juliette sentou-se no sofá e eu acomodeí-me e deitei a cabeça no colo dela.

O filme começou,  Juliette passava os dedos por todo o meu cabelo e não foi preciso muito para eu adormecer.  Juliette encostou a cabeça no sofá e adormeceu também.

Foi assim que Ana e os gémeos os encontraram.
Ana abriu a porta e ao ver a cena não pode deixar de sorrir.  Pôs a mão na boca pedindo silêncio aos gémeos e subiram para os seus quartos.

A - Vamos deixar os papás dormirem e vamos tirar uma soneca também.

Os gémeos aceitaram e logo todos dormiam.


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