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J - Rodolffo estás a deixar-me assustada.  Que aconteceu de tão grave?  Ontem estava tudo bem.

R - Vou contar tudo mas não me interrompas por favor.

- Quando me contaste que os gémeos foram fruto de uma violação e não conhecias o pai fiquei a pensar sobre.

- Como sabes ontem fui conversar com o Luis.  Ele tem dificuldade em falar e conversa através de desenhos e escrita pois as palavras na maioria das vezes são imperceptíveis.

- Então ele a seu modo conseguiu explicar-me o que aconteceu na noite em que nos conhecemos naquela boate.

- Tanto eu como tu fomos drogados por ele e pela Eva.  Por isso te sentiste mal só que ela depois de te colocar no quarto voltou dizendo que tinhas ido para casa num táxi de uma pessoa conhecida.

- Quanto a mim por ter ficado sem par disseram que tinha uma prostituta à minha espera para me divertir.
Não sei quando nem como cheguei ao quarto e do que se passou a seguir não lembro nada.

- No dia seguinte reparei na mancha de sangue na cama e fique apavorado.  Encontrei um fio com um escapulario e tentei encontrar a dona através dele mas não consegui.

Juliette a esta altura tinha lágrimas a escorrer pela face.  Rodolffo também.

- Entreguei o escapulário na recepção da boate e voltei depois mas ninguém me deu informações.

- Luís hoje confirmou que essa pessoa eras tu.  O meu mundo caiu na hora.

- É verdade que tens um escapulário?   Juliette retirou de dentro da blusa o fio que era de sua mãe.

- Mostra-me a foto.

Juliette abriu o escapulário e vendo a foto Rodolffo baixou a cabeça colocando ambas as mãos nela.

- Meu Deus, é verdade!

Juliette permanecia calada tentando digerir tudo o que tinha ouvido.

A esta altura os dois choravam copiosamente.  Rodolffo tentou segurar as mãos de Juliette mas esta afastou-se imediatamente.

R - Diz alguma coisa.  Xinga-me, bate-me mas diz alguma coisa.

J - Sai da minha casa.

R - Juli, vamos conversar.  Os dois fomos enganados e drogados.

J - SAI JÁ DA MINHA CASA!

Com dor no coração sai dali e fui ter com Ana e as crianças.   Ela percebeu que eu tinha chorado mas não me questionou.
Dei um beijo nas crianças e elas foram.

Ana chegou a casa e percebendo que Juliette estava a chorar foi por as crianças a dormir a sesta.

Depois que confirmou que os dois tinham pegado no sono foi ter com Juliette  que estava com o rosto e os olhos vermelhos do choro.

Sentou-se no sofá e logo Juliette se deitou no colo dela.

A - Se quiseres falar eu estou aqui para te ouvir.

Juliette chorou por muito tempo e depois resolveu contar tudo a Ana.

Apesar de desiludida pois gostava muito do Rodolffo, Ana tentou minimizar a questão.

A - Lembra-te que tu e ele estavam drogados e semi inconscientes.

J - Mas ele parecia um lobo devorando a sua presa. Não sei até que ponto ele estava tão inconsciente.  Pareceu-me que ele sabia bem o que fazia e que já não era a primeira vez.

A - Tu não disseste que as drogas eram diferentes?  A reacção também pode ser diferente.   Não que eu o queira desculpar mas o Rodolffo que nós conhecemos hoje não faria tal coisa.

J - Nunca mais o quero ver.  Não vou aceitar o emprego.  Vou procurar outro.

A - Não te precipites.  Se não quiseres não tenhas contacto mas empregos não há por aí aos pontapés e quem sabe vocês nem se encontram.

J - É bem possível.   Vamos trabalhar em andares diferentes.

- Ai que ódio.  A minha vontade era ter-lhe dado uma bela duma surra da qual ele jamais esquecesse.

A - O tempo tudo cura.  Quem sabe um dia vocês se perdoam.

J - Nunca.  Não quero saber nada dele.

A - Esqueceste-te de algo importante.   Os gémeos.   Ele não disse nada?

J - Não.  Não tocou no assunto.

A - Mas vai tocar.  Quando cair a ficha ele vai querer vê-los.  E se queres o meu conselho,  por muita raiva que tenhas não a canalises para a relação pai/filhos.

Juliette ficou calada.  Era muita coisa a digerir.

Ana colocou uma almofada debaixo da cabeça da Juli e logo após ela adormeceu.
Colocou uma manta por cima dela e saiu sem fazer barulho.

Vinham aí tempos conturbados pensou ela.  Era preciso gerir o caos agora instalado e só ela poderia ter a sabedoria certa para aconselhar os dois.
Sim, os dois, porque ela via sinceridade no Rodolffo.   O passado lhe daria bagagem para ser um homem melhor no futuro.

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