♡♡♡ 28 ♡♡♡

62 7 6
                                    

Os dias de descanso acabaram.  Segunda- feira chegou e eram horas de voltar ao trabalho.

Depois de me actualizar com Micaela entrei a fundo no trabalho.

Rodolffo estava imerso em papelada quando o Dr. Heitor chegou e reuniu connosco sobre as prioridades.

Dr. H - Rodolffo,  vou ter que me ausentar por 4 dias.  Quero que assumas o meu cargo enquanto estiver fora.

R - Concerteza Doutor.  Espero não decepcionar.

Depois do almoço regressámos cada um aos seus afazeres.  Uma semana fora do escritório e havia muito trabalho acumulado.
Eu precisei ficar mais meia hora fora do horário.   Havia um assunto pendente que não podia ser adiado.

Rodolffo esperou eu terminar e regressámos juntos a casa.

Havíamos decidido por enquanto ficar em minha casa.  A de Rodolffo ficaria para as nossas escapadas nocturnas.  Pretendíamos mudar mas precisávamos fazer pequenas remodelações por causa dos quartos dos gémeos.

No início do ano iremos procurar um colégio para Madalena e Gabriel.
Queremos um em que eles possam terminar o ensino médio.

Micaela já me tinha sugerido o Colégio das Descobertas.  Era um estabelecimento particular, um pouco caro, mas muito bem cotado a nível nacional.

As crianças estão a completar 5 anos e precisam de conviver com outros aprendizados.   Por outro lado, Ana também já precisa de algum descanso.  Duas crianças o dia inteiro é muito cansativo.

Hoje em casa, enquanto Rodolffo brincava com os filhos, eu e Ana preparávamos o jantar.

A - Juliette, hoje fui com os meninos ao parquinho, a meio da manhã e fiquei com a sensação de estar a ser vigiada.

J - Como, vigiada?  Viste alguém?

A - Por momentos pareceu-me que um homem estava a olhar fixamente para nós.  Chamei os gémeos e quando voltei a olhar já não o vi.

J - Viste como era?

A - Não.   Estava atrás de uma àrvore, mas eu juro que parecia que nos vigiava.

J - Isso é assustador.  Como pode, num local público.   Havia mais gente?

A - Sim.  Havia várias crianças com vários adultos.
Talvez seja imaginação minha.

J - Fica atenta e não deixes que eles se afastem de ti.  Se não estiver muita gente não fiques lá.

Jantámos, mas aquele assunto não saía da minha cabeça.

Mais tarde, no quarto contei ao Rodolffo.

J - Achas que os nossos filhos estão em perigo?

R - Será que não é cisma da Ana?  Amanhã passo na delegacia de polícia e vou saber se já houve algum incidente do género.

J - Tenho medo que alguém possa fazer mal a eles.

R - Sossega.  Não deve ser nada demais.

Nessa noite Juliette demorou a pegar no sono e o pouco que dormiu foi bem agitado.

De manhã tomaram café juntamente com Ana e pediram para ela hoje não sair.  Iriam tentar averiguar o assunto.

Rodolffo deixou Juliette no escritório e seguiu para a delegacia.

Explicou o assunto ao comandante e ele garantiu que nunca houve qualquer incidente nos vários parques da cidade.  No entanto para aquele específico prometeu mandar uma patrulha passar por lá com mais frequência.  Se fosse necessário iria destacar um elemento para lá mas sem fardamento.
A delegacia estava para receber novos recrutas e era uma boa oportunidade pois ninguém os conhecia.

Ana esteve dois dias sem sair com as crianças mas hoje teria que perder o medo.
Saiu logo após o café da manhã pois começava a fazer muito calor e ela não queria as crianças debaixo de sol escaldante.

Tudo correu normalmente.   Ana olhava para todos os lados mas não viu nada de especial.

Voltou para casa mais confiante.
À noite contou a Juli e Rodolffo e ambos relaxaram.

R - Talvez tenha sido impressão tua e o homem nem estivesse a vigiar.

A - Pode ser, mas que foi suspeito, foi.

Os dias passaram e o Natal aproximava-se.

Juliette em criança tinha por hábito escrever ao menino Jesus a pedir os presentes.   Queria que os filhos tivessem também essa experiência.

J - Crianças, hoje é dia de escrever a carta a pedir os presentes de Natal.  Para a semana fazemos o presépio.

A Madalena vai escrever com o pai e o Gabriel escreve comigo.  A Ana escreve a dela e depois eu e o pai também escrevemos.

M - Oba!  Eu quero uma...

J - Psiuuu!  Segredo Madalena.   Ninguém pode saber os pedidos senão não vale.

M - Mas podemos pedir quantos presentes?

R - 2 cada um.  E cada um pede mais um para dar a um menino que não tenha nada e não tenha ninguém para escrever a carta.

G - É verdade papá.   Lá no parque tem um menino que não tem pai nem mãe.  Ele vai sempre sózinho.

R - Infelizmente Gabriel, há muitos meninos assim.

Estas palavras de Rodolffo fizerem remoinho na minha cabeça.  Estou a ter uma ideia que preciso partilhar com Micaela.

No dia seguinte cheguei ao escritório e logo fui procurá-la.

J - Micas.  Tenho uma ideia que quero partilhar contigo.

M - Diz.

J - A empresa costuma fazer festa de Natal para os funcionários?

M - Sim.  Inclusive está marcada para dia 22 de Dezembro.

J - E se convencesse-mos o Dr. Heitor a fazer a festa mas em vez de ser para adultos fosse para crianças?  Temos um orfanato aqui com bastantes crianças.
Podíamos participar todos angariando brinquedos.  Por vezes temos em casa brinquedos novos que os nossos filhos nem ligam assim como roupas.
Fazíamos um lanchinho com todos.

M - Eu acho uma excelente ideia.   Vamos planejar e apresentar o assunto ao dr. Heitor.

Juliette ficou satisfeita e na sua cabeça as ideias iam surgindo aos magotes. 
Era comidas,  aparelhos para brincar, palhaços, música.   O ideal era mesmo um circo mas isso requeria uma grande verba.

Natal por aqui é sinónimo de circo.   Mais uma ideia nesta cabeça doida.

Circo - lanche e presentes.  Haverá alguma coisa melhor para as crianças?

Lado lunar Onde histórias criam vida. Descubra agora