♡♡♡ 15 ♡♡♡

76 11 7
                                    

No dia seguinte assim que cheguei à empresa liguei para Juliette.

R - Bom dia Juli.  Liguei só para pedir desculpa por ontem ter ido ver os nossos filhos sem pedir autorização.
Não fiques brava com a Ana pois a falha foi minha.

J - Está tudo bem.  Podes ir à hora que quiseres.   As crianças não têm culpa dos erros dos adultos.

R - Obrigado.  Estás bem?  Quando quizeres temos que conversar sobre eles.

J - Estou bem,  sim.  Quando me sentir preparada,  conversamos.  Por hora não consigo.

R - Entendo.   Fica bem.

J - Tchau.

Ouvir a voz dele deixou-me um misto de emoções.
Eu odiava uma pessoa que não conhecia.  Agora que conheço não consigo odiar.   A mágoa é grande mas não é ódio. 

Não imagino o futuro daqui para a frente.  Quer queira quer não vou ter que o ver entrar lá em casa para ver os filhos.  Ou será melhor que os vá buscar quando os quiser ver?

Preciso de encontrar qual a maneira mais fácil para lidar com esta situação.

Rodolffo ficou satisfeito por Juliette autorizar a sua visita aos filhos.

Começou por ir à hora do almoço,  mas, como o tempo era curto optou por aparecer no final da tarde depois de sair do trabalho.

Tanto ele como Juliette saíam à mesma hora mas como ele tinha automóvel chegava primeiro.  Até  pensou em oferecer carona para ela mas teve medo de ser mal interpretado.

Juliette chegava cerca de meia hora depois e sempre que ele estava lá ela ia directamente para o quarto.
Hoje foi um desses dias.  Ana entrou logo de seguida.

A - Juli, as crianças vão perguntar porque vocês não se falam.  Principalmente a Madalena que percebe as coisas a léguas de distância.

J - Ana, eu não consigo estar ao pé dele.  Eu queria esquecer mas não posso.

A - Pois mas tratem de resolver isso.
Amanhã combinei com a mãe dele levar as crianças ao jardim para estarem com ela.  Tudo bem para ti?

J - Sim.  Eu quero que eles convivam com ela também.  Deixa eu ir tomar banho para ver se acalmo as ideias.

A - Eu não vou dizer, mas que eu tinha muito que falar isso tinha.

J - Então não digas.

Juliette deu um beijo na Ana e entrou no banheiro.

Rodolffo estava nas pinturas com os filhos quando Ana chegou.

R - A Juli já  chegou?

A - Sim.  Está no banho.

R - Mais cinco minutos e já vou embora.   Não quero que ela tenha que estar fechada no quarto enquanto estou aqui.  Ela nem veio ver os filhos.

A - Vem depois. 

A semana passou sem novidades.

Era segunda feira e hoje ia conhecer o Dr. Heitor.

Cheguei à minha sala e tinha outro buquê na secretária.

Juli

Hoje chega o chefão.  Não estejas ansiosa, ele é tranquilo.

Estarei aqui se precisares e esperando o dia do teu perdão.

Tem um bom dia

R

Juliette estava realmente ansiosa.  No pouco tempo que conviveu com Rodolffo ele ficou a conhecer todas as vulnerabilidades dela.

Por um momento ela sorriu ao olhar para as rosas brancas.
O branco é sinal de paz por isso ele escolheu a rosa branca.

O Dr. Heitor chegou logo de seguida e Micaela entrou no gabinete dele acompanhada de Micaela.

M - Bom dia Dr.  Esta é Juliette,  a sua nova secretária.

J - Muito prazer Dr. Heitor.

H - Benvinda.  Já conhece a empresa?

J - Sim.  Já cá estou há uma semana.

H - Então vamos começar a trabalhar.  Micaela, convoque todos os engenheiros para uma reunião hoje às 15 horas sem falta.
Quem não estiver a horas não participa.

M - Vou agora mesmo.  Licença.

Micaela saiu e Heitor ficou de conversa com Juliette.   Queria saber donde era e o que já tinha feito.

J - Nunca trabalhei nesta àrea mas eu aprendo depressa e sou muito dedicada.

H - Ninguém nasce ensinado e quem disser o contrário mente.

A manhã passou rápido.  Heitor era uma pessoa agradável de conversa e parece que tinha por hábito conhecer os seus funcionários e saber das dificuldades deles.

Juliette contou da sua estada em Portugal,  o seu trabalho lá e o seu curso que por hora estava suspenso.

H - Temos que ver isso.  Eu gosto de pessoas que querem aprender mais.
O saber nunca é demais.

- Olha Juliette,  são horas de almoço!
Vou almoçar com a minha mulher.  Encontramo-nos às 15 horas na sala de reuniões.

Ele saiu e eu estava um pouco tensa.
Novos desafios sempre me causam isso.
Desci para comer qualquer coisa no café.

Pedi um café com leite e uma sanduíche de queijo.

Logo depois chegaram vários outros funcionários.

Um homem alto, loiro tipo crossfiteiro chegou,  fez o pedido ao balcão e logo se sentou na minha mesa.

Jú - Prazer, sou Júlio,  engenheiro da empresa.

J - Juliette.

Jú - Já te tinha visto algumas vezes.

J -Não sou invisível.  - disse,  começando a comer a minha sanduíche.

Jú - És secretária do chefe.  Não sabes o que o velho quer?  Logo hoje que eu ia tirar a tarde para sair com uma gatinha.

J - Não faço ideia, mas ele não obriga ninguém a ir.

Rodolffo entrou naquele momento e não gostou de ver Júlio com Juliette.

Ela olhou para ele, fez que sim com  a cabeça e ele entendeu como um salva-me.

Pediu um café e foi sentar-se com eles.

R - Boa tarde.  Tudo bem Juliette?

J - Agora sim.

Júlio não gostou de Rodolffo ter aparecido e deu a desculpa de que precisava desmarcar o compromisso da tarde.  Tinha que ir embora.

Assim que ele saiu Juliette suspirou de alívio.

J - Aff!  Que homem chato.  Obrigada por me salvares.

F - Estava a incomodar-te?  Cuidado que ele não é boa pessoa.  É casado mas vive de casos extraconjugais.

J - Só a conversa era mesmo chata.
Obrigada pelas flores.

R - De nada.  Se eu pudesse faria mais.

J - Está na hora.  Temos reunião.

R - O que achaste do dr. Heitor?

J - Foi muito atencioso comigo.   Conversámos toda a manhã.

R - Ele é assim.  Eu já tive alguns bons papos com ele.

A reunião deve ser mais uma das ideias estranhas dele.  De vez em quando gosta de baralhar tudo.

Lado lunar Onde histórias criam vida. Descubra agora