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O engenheiro Fernandes havia chegado à empresa dois dias depois do início da competição.   Apresentado a toda a equipe logo foi esclarecido que por ser o mais novo integrante do grupo, estava fora da disputa.

Homem dos seus 50 anos, grisalho, alto e de boa aparência.
Era sempre discreto e parecia um pouco tímido.  Foi praticamente ignorado por todos os engenheiros à excepção de Rodolffo e Alberto.

Sempre cordiais, faziam de tudo para que ele se integrasse na equipe.

Entrava sempre antes da hora e saía quase sempre depois do horário.

Por vezes trazia um ramo de flores que pedia à recepcionista que distribuisse por todas as mulheres da empresa.  Contando com Micaela e Juliette havia mais 6 moças na empresa.
A mais velha era Micaela, todas as outras andavam na casa dos 25/30 anos.

Hoje trouxe chocolates.  Micaela vinha a entrar e a recepcionista Rute entregou os chocolates e pediu por favor para ela distribuir.

M - Mas este homem é cá um galã!  Flores, chocolates, uhmmm, gostei.

Na sala de reunião dos engenheiros e aproveitando a ausência do Fernandes, Júlio destilava veneno.

J - Agora para agradar à mulherada é só trazer flores e chocolates.  O velhadas dever querer engatar alguma e então joga para todo o lado.

Todos os outros riram à excepção de Rodolffo que logo disse:

R - Gentileza é coisa que não faz parte do teu vocabulário,  não é? Porque um homem não pode ser gentil com as colegas de trabalho? A nossa geração tem muito a aprender com a geração do Fernandes.
Mas isso o teu mini cérebro não entende.

Jú - Mulher a sério não gosta dessas lamechices.  Um homem tem que ir logo directo ao ponto.  Convenhamos que aqui só tem uma gostosa que vale a pena.  Faz-se difícil mas eu sei bem como amanssá-la.
Não tarda o papai aqui consegue provar o pitéu.

R - E quem é ela?

Jú - A gostosa da Juliette.

Rodolffo levantou-se e chegou ao pé de Júlio,  segurou-o pelo colarinho e disse:
- tocas num fio de cabelo dela e eu acabo contigo.  Fica longe dela ou não respondo por mim.

Jú - Quer dizer que também estás de olho nela?

R - Não interessa os meus sentimentos.  Respeita-a como ela e todas as outras merecem.

Rodolffo abriu a porta para sair e deparou-se com Fernandes que ia a entrar.

F - Está tudo bem Rodolffo?

R - Está.  Obrigado.

No final da tarde de regresso a casa com Juliette, Rodolffo contou-lhe o sucedido.

J - Está descansado que com ele posso eu bem.  Vamos falar hoje com os meninos?

R - Sim.

Chegámos a casa, chamámos os dois e sem muitos rodeios contámos que Rodolffo seria o pai deles.  Não adiantava muita explicação pois eles não iam entender.

Gabriel veio abraçar o pai sem dizer nada e Madalena batia palmas.

M - Eu sabia.  Se a avó Marta é mãe do Rodolffo ele tinha que ser meu pai.

J - E estás contente?  E tu Gabriel,  estás contente?

M - Eu estou muito feliz.

G - Eu também.  Eu gosto do pai.

Rodolffo ao ouvir Gabriel chamá-lo de pai não se conteve e duas lágrimas rolaram dos seus olhos.

Abraçou os dois filhos e Juliette juntou-se a eles.

Apesar da relação dos dois não ter avançado eles agora tinham uma óptima relação de amizade.

Madalena aproveitou para mostrar a sua desenvoltura.

M - Pai, agora vens viver aqui nesta casa?  Os pais vivem juntos.

Rodolffo olhou para Juliette e ficou sem reacção.

J - O pai agora precisa de estar na casa da avó Marta.  A avó está sózinha.

M - Então a avó também pode vir para cá. - disse saindo com Gabriel para ir brincar.

R - Juliette,  não imaginas a sensação boa de ser chamado de pai.

J - Imagino.  Quando me chamaram mãe pela primeira vez também me senti assim.

R - Obrigado pelos filhos lindos que me deste.
Como reagiste quando soubeste que estavas grávida?

Quando soube já tinha 3 meses.  A médica disse-me que se quisesse abortar tinha que ser rápida mas não tive muitas dúvidas apesar das circunstâncias.

R - Nunca vou conseguir compensar-te por tanta felicidade.
Falta só aceitares-me para estar completo.

Juliette sorriu e eu aproveitei para lhe dar um selinho.  Ela retribuiu.

J - Vai buscar a tua mãe e jantar aqui.

R - Sério?

J - Sim.  Hoje temos que comemorar o dia em que os meus filhos ganharam um pai.

R - E eu ganhei a namorada de novo?

Rodolffo aproveitou e passou os braços pela cintura dela.  Juliette olhou-o  longamente nos olhos e segurou o rosto dele com as duas mãos.

J - Vamos tentar mas com calma.  Ainda não me sinto confortável.

Rodolffo beijou-a apaixonadamente e a seguir ficaram presos num abraço que durou até as crianças aparecerem.

R - Quem quer ir buscar a vó Marta para jantar?
O último a chegar ao carro não tem sobremesa.

As crianças correram e Rodolffo foi o último.

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