MY GINGER | Harry Styles

17. Os parasitas sempre voltam

Ginger Ale

ACORDEI ASSUSTADA COM UMA ESTRANHA sensação de vazio, fitei o teto do meu quarto. Deitada no lado direito, estava sozinha na cama, e apenas o lençol ocultava o meu corpo. Harry tinha ido embora. Teria ido embora assim que adormeci ou hoje de manhã?

Era só sexo certo? Era óbvio que ele teria ido embora, mas mesmo assim não consegui evitar dar um sorriso triste ao enfiar a cabeça no travesseiro.

Apesar de ele não ser a pessoa certa para mim, no sexo tínhamos uma sintonia avassaladora.

Tomando coragem para me levantar, avistei minha camiseta velha e usada sobre a cadeira e a coloquei, a barra chegava até as minhas coxas e meus seios ficavam marcados. Porém, o que mais me chamou a atenção no espelho foi o meu pescoço. Havia marcas por todo ele, e eu estava...dolorida? Com quanta força Harry me quis?

Ele me fodeu com vontade. Vontade de não nos deixar pensar. De não me deixar fugir. Ele me comeu como se descontasse raiva dele sobre a vida. E, sua raiva, me encheu de prazer.

Senti uma dor insuportável na panturrilha esquerda e berrei. Uma maldita câimbra se irradiava pelo músculo. O quão sedentária eu era para morrer por causa de um sexo que exigiu tudo dos meus músculos?

A porta do quarto se abriu e Harry apareceu por ela. Não sabia dizer qual confusão era maior, a minha expressão de surpresa ou a dele diante da minha cara de dor. Ele tinha ficado.

— Harry... — Minha voz quase não saiu.

— Um pouco mais de entusiasmo depois de ontem, por favor.

Seu cabelo estava amarrado em um coque e vestia uma camisa branca simples e uma calça preta. Ele tinha ido buscar suas roupas? 

Sentada na pequena poltrona eu esfregava a panturrilha que ainda doía.

— Está tudo bem?

— Merda, não — reclamei. — Tô com câimbra — admiti e desviei o olhar para minha perna, exposta a partir do joelho.

— Estica a perna — mandou, se aproximando. Não consegui disfarçar o desconforto. — Vou alongar, se esforçou muito sem se aquecer, ou está com falta de vitaminas. — Me olhava.

— Ah — o que mais eu responderia quando suas mãos grandes dominavam meu pé e o forçava para frente? Senti meu músculo se alongar e a dor se intensificou. — Cacete, Harry — resmunguei de dor. Ele riu.

Harry Styles riu em uma manhã qualquer, comigo enquanto me massageava.

— Se esforçou muito ontem, Ginger. — Tinha malícia na voz. Eu fitava o pé e concordava mentalmente. — Não está acostumada a pegar pesado?

— Cala boca.

Harry ainda sorria.

— Peguei leve — murmurou. — Agradeça por isso.

— Então, quando pega pesado, a mulher vai parar no hospital? Ai! — reclamei, pois movimentou meu pé para os lados, de propósito, o músculo da panturrilha ardia. No entanto, era gostoso ter suas mãos me massageando dessa maneira.

— Ja passou a dor?

— Sim, está melhor. — Tirei minha perna de suas mãos e o encarei. Ficamos assim por longos segundos silenciosos e desconfortáveis. — Pensei que tivesse ido embora.

— Eu não iria simplesmente fugir enquanto você dormia. — falou, parecendo ofendido.

— Hum, então você nunca escapou depois de ficar com alguma mulher?