24. Um dia de vida

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Ginger Ale

A LUZ DO SOL AQUECIA O QUARTO QUANDO ABRI OS OLHOS. Não sabia que horas eram, mas tinha a sensação de que já passava do meio-dia. Fiquei alguns segundos olhando para as partículas de pó flutuando pelo ar, ausente, ainda um pouco confusa por tudo que tinha acontecido nas últimas horas.

Harry estava completamente em cima de mim. O peito dele era uma parede ardente de carne e músculos; os ombros largos me envolviam e os braços me seguravam pela cintura com gentileza. O rosto estava escondido abaixo do meu, afundado no meu pescoço. Dava para sentir o hálito quente dele roçando a minha pele. Nossas pernas estavam entrelaçadas. Um dos meus braços passava por baixo do pescoço dele, o outro repousava suavemente na cabeça dele, acariciando suas mechas. Senti as mãos dele embaixo de mim, presas entre o colchão e o meu corpo, segurando-me com delicadeza, mas, ao mesmo tempo, com certa firmeza. Era impossível saber onde eu começava e ele terminava.

Tentei me mexer, mas, no mesmo instante, o cheiro do cabelo dele atingiu o meu nariz com força total. O perfume de Harry me envolveu intenso e vibrante. Eu não saberia como descrevê-lo. Era... vigoroso, insidioso e selvagem como ele.

Harry ainda estava dormindo, perdido em um sono profundo, e eu afundei as mãos no cabelo dele, lentamente. Era incrivelmente fofo, macio e agradável ao toque. Enquanto eu o acariciava com o máximo de cuidado, pensei tê-lo ouvido suspirar bem baixinho.

— Harry, preciso levantar agora. — Falei gentilmente no ouvido dele, esperando que surtisse algum efeito. Mas minha voz pareceu se misturar aos sonhos dele. Harry exalou no meu pescoço e soltou um gemido baixo, então se agarrou ainda mais a mim. — Harry — repeti, ele me apertou mais. Tive certeza de que ele estava esfregando o nariz na minha pele. Então, de repente, ele trouxe a mandíbula para mais perto de mim. E os lábios pousaram no meu pescoço. Harry moveu os lábios no meu pescoço, abrindo-os e pressionando-os com tanta delicadeza que me contorci e me contraí ao mesmo tempo. Então seus dentes acariciaram meu pescoço. Deixei escapar um gemido quando ele me deu uma leve mordida.

— Você pode ir biscoito Ginger, mas me deixe dormir mais um pouco — falou com a voz arrastada.

— Certo, pode voltar a ter sonhos eróticos comigo — sussurrei brincalhona. A boca de Harry voltou a morder meu pescoço e eu senti meus músculos se contraírem, agitados. Agarrei seus cabelos e o empurrei levemente. Ouvi um gemido baixinho enquanto ele caía de costas no colchão, e eu escapuli da cama. No Instante seguinte ele estava apagado de novo.

Enquanto o observava, meus olhos se fixaram em um pequeno caderninho preto, jogado entre suas calças. Sabia que era onde ele escrevia suas músicas, um impulso me levou a pegá-lo, atraída pela curiosidade de conhecer um pouco mais da sua mente. Abri o caderninho com cuidado, como se a qualquer momento ele pudesse se transformar em um monstro e me atacar.

As páginas estavam repletas de palavras escritas à mão, algumas rabiscadas, outras cuidadosamente traçadas. Eu estava um pouco confusa no começo, como eu poderia imaginar Harry não era nem um pouco caprichoso ou organizado, e sua ordem de escrita era totalmente aleatória. O final do caderno, era na verdade onde estavam suas primeiras letras.

Cada página parecia conter um pedaço da alma de Harry, suas emoções mais profundas, suas experiências mais íntimas. Enquanto eu folheava, me senti como se estivesse entrando em seu mundo privado, um lugar onde apenas ele e sua arte habitavam.

MY GINGER | Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora