20. Novas descobertas

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Ginger Ale

EU SABIA QUE HARRY ERA FAMOSO, muito famoso, é claro que sabia...mas minha ficha começou cair nesta manhã, quando percebi que ele havia parado a cidade de Nova York.

— Moço — virei meu rosto do trânsito e chamei pelo taxista — quanto tempo você acha que ainda vai levar? Eu tenho que estar no café Veniero em quinze minutos.

— Aqui está sempre com trânsito, mas hoje... É sexta-feira e vai ter show no Madison Square Garden, daquela banda britânica, alguma coisa com Hell no nome. Você deve conhecer.

— Hotter than Hell? Conheço sim.

— A cidade toda está um caos por causa deles. Tem garotas na fila a dias.

Até aquele momento, não tinha me ocorrido que, seu show desencadearia um efeito dominó que acabaria por afetar a mim e a milhões de pessoas que tentavam se deslocar pela cidade.

E sua fama parecia rir um pouco mais de minha inocência enquanto avançamos de maneira lenta pelo mar de carros. Ver a importância que Harry e a banda tinham, mesmo em um lugar tão grande e movimentado como aqui, me afetou de jeitos inesperados. Uma imagem promocional do single na lateral de um ônibus. A foto da banda em uma posição de destaque na Times Square. Um adolescente ou outro perambulando com a camiseta deles, que se tornara tão familiar. Era adorável e inquietante ao mesmo tempo.

Eu tinha chegado atrasada, mas pelo visto o diretor que queria me conhecer também tinha ficado preso no trânsito. Ou ele não fazia questão de sair no horário para encontrar uma Zé ninguém como eu.

Voltei minha atenção para a garçonete, que ainda estava esperando para anotar meu pedido.

— Não vou querer nada por enquanto...estou esperando alguém — disse educadamente.

— Ok. Bem, se mudar de ideia, sabe onde me encontrar. Só gostaria de dizer que shippo muito você e Harry. — A garçonete ficou corada.

— Obrigado.

— Eu sou muito fã dele, fiquei tão chateada que não consegui ingresso para nenhum dos shows que terão aqui...— prendi a respiração. Ela não estava prestes a me pedir um ingresso, não é? Eu não sei se teria esse tipo de influência com Harry. — Você pode dizer a Harry que eu o amo muito muito muito?

— Eu irei dizer sim. — Seu sorriso se alargou, de orelha a orelha.

— Muito obrigada! Você é muito gentil. — exclamou ela antes de deixar minha mesa e seguir para outra.

— Ginger? — chamou um homem de terno, a caminho da mesa. Não era muito comum ver pessoas de terno em Los Angeles, a cada dez engravatados, nove trabalhavam como agentes. E nunca se podia confiar em metade deles. Mas estávamos em Nova York, não achar alguém de terno era o incomum. — Dorian Steinberg. — Foi então que o reconheci. Puta merda. Dorian Strindberg, o famoso diretor de Dezesseis noites.

— Claro, claro. Eu sei quem é você. Agradeço por ter conseguido me encaixar na sua agenda. Como vai, Dorian? — Diase toda atrapalhada, enquanto o diretor do momento em Hollywood se sentava na minha frente.

— Neste momento? Mergulhado no mundo do rock'n roll. E pude dizer que o caminho até aqui foi um sinal do universo para mim. A banda de Harry está indo de vento em popa, hein? Estamos todos na maior euforia. Vou dar uma passadinha no Square Garden amanhã. Todo mundo está maluco por seu namorado. Essa música nova, "My Ginger", é uma maravilha. E vou te dizer — disse ele acendendo um charuto, sem medo de ser expulso do café — foi por isso que pensei em você. Quando te vi no clipe, eu soube...soube que era a garota que estava procurando. E aqui, te vendo pessoalmente...tudo se confirmou. 

MY GINGER | Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora