21. Eu estou com a banda

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Ginger Ale

O SUBSOLO DO MADISON SQUARE GARDEN abrigava um labirinto de túneis sinuosos. Cômodos utilitários e corredores abafados que se estendiam a perder de vista. Os rapazes foram instalados com um conjunto de camarins bem amplos: guarda-roupa, cabelo e maquiagem, bufê e um espaço para a banda de abertura.

A multidão acima de nós já estava tão barulhenta que o teto parecia tremer. Iriam fazer mais quatro shows e depois seguir para Chicago. Tentei imaginar quantas garotas estridentes seriam necessárias para lotar o Square Garden cinco dias seguidos, mas estava além da minha compreensão.

Desmond, meu segurança durante a turnê, me guiava pelas entranhas da arena como se tivesse estado lá uma dúzia de vezes, o que talvez ele tivesse feito.

Acabamos na porta de um camarim, que estava aberta e entramos. Harry tinha acabado de tirar sua roupa, ficando apenas com sua cueca boxer da Calvin Klein.

— Façam valer a pena. — O estilista encarou isso como a profissional que era e entregou o conjunto da Gucci com uma careta de desaprovação. A pobre assistente parecia ter engolido a língua e ficou ocupada olhando para qualquer lugar, menos para baixo da cintura de Harry. Eu o encarei enquanto vestia a calça cor de vinho, suas infames botas, depois quando ele enfiava a camisa preta para dentro, enquanto deixava aberto pelo menos uns quatro botões e então vestia o blazer da mesma cor da calça, com algumas aplicações nas mangas.

Nessa nova fase os fãs não iriam receber Harry com seu cabelo longo e calças jeans apertadas, mas sim com cabelo curto, lindos conjuntos de alfaiataria, unhas pintadas e muitos anéis. Meu Deus. E como isso era sexy também... Esse homem transpirava sensualidade. Sangrava.

Nesse momento ele se virou para mim e isso mexeu comigo. O jeito como ele me olhava mexia comigo.

— Ginger — Eu adorava o jeito como ele pronunciava meu nome. A forma como saboreava. Como se pudesse sentir seu gosto.

— Harry.

Harry olhou para mim com aprovação, usava o vestido colado de onça que ele havia me comprado e uma bota preta que ia até meus joelhos. Sarah havia me ajudado com a maquiagem, o clássico olho preto esfumado e meio borrado na linha da água. Podia estar um pouco mais borrado que o normal, e meu cabelo um pouco mais bagunçado, por conta da garrafa de vinho que eu havia divido com ela antes de dar a hora do show.

Ele então veio na minha direção, irradiando uma arrogância natural que fez meus joelhos tremerem. Deu um sorriso quando estava a meio metro de distância e passou a mão devagar pelo cabelo, a voz envolta em uma declaração sensual.

— Você está mesmo tentando me matar, né? — Arrumei minha postura enquanto encarava Harry, sem desviar o olhar. Eu me sentia sexy para caramba. Mordi o lábio inferior. Ele se aproximou. As chamas se alastraram. Harry estendeu a mão e puxou meu lábio, a ponta do polegar, provocando um arrepio por todo meu corpo.

E então me chocou ao passar um braço em volta da minha cintura e me puxar para si. Um pequeno suspiro subiu pela minha garganta. Ele afundou o rosto no meu cabelo, e quase morri naquele momento quando percebi que ele estava me cheirando. Franzi o cenho, confusa. Ele apenas riu, deu um passo para trás e segurou minha mão.

—  Vamos, a banda de abertura já está acabando. — Corri para acompanhá-lo. Minhas botas de salto alto ressoaram no piso e segurei seu pulso com a mão livre, enquanto a outra estava presa em seu aperto.

O grito da multidão abalou o prédio, que parecia louca de desejo por ver Hotter than Hell em pessoa. Não que eu pudesse culpá-los.

Angelov conversava com Mitch, que parecia estar levando uma bronca. Olhei para Harry, sem ter certeza, querendo perguntar o que estava acontecendo.

MY GINGER | Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora