18. Ponto de fuga

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Ginger Ale

MINHA MÃE TINHA ME ACHADO. E estava cavando um buraco de volta para minha vida.

Eu me segurei na bancada de madeira quando senti minhas pernas tremendo. E o coração... o coração respondeu. Rápido. Forte. Batendo agitado. O coração... sempre tomando decisões.

Não sei como consegui chegar naquela casa, porque estava tremendo e meu coração batia com tanta força que eu não conseguia ouvir nada.

Dei alguns passos, nervosa. Estava com um nó na garganta. E então eu o vi. Estava com Angelov e os integrantes da banda. Pareciam estar de saída, todos na porta.

Seu olhar abandonou o grupo e se fixou em mim. Ele não esperava me ver ali. Olhei para sua boca, notei como se contraía. Seus ombros se enrijeceram de repente. E seu peito subia a cada respiração. E depois... depois...corri para longe daquela casa. Dele. Deles.

Que merda eu estava pensando ao vir aqui? Só porque transamos Harry agora era meu amigo? Meu ombro para chorar? Ele ainda era o mesmo Harry babaca do começo, só que agora tinha interesse em mim para não me tratar tão mal, mas não era meu amigo.

Me afastei o mais rápido que pude.

— Ginger... — Harry segurou meu pulso. Ele parecia meio confuso, com a testa franzida, como se estivesse tentando entender que eu realmente estava lá.

— Eu já estou indo embora. Foi um erro.

— Calma. — Respirou fundo. — O que seria um erro? Vir aqui? Aconteceu alguma coisa? Você está bem? — sussurrou baixinho.

— Estou, Harry. — respondi.

— Esta...? — Saboreou a minha resposta lentamente. Passei o dedo pela minha franja, tentando não o deixar perceber que a minha mão estava tremendo.

Fechei os olhos por uns segundos. Estava exausta. Ver minha mãe tinha sido isso, exaustivo. Foi como jogar pelos ares todas aquelas emoções adormecidas, guardadas no fundo da gaveta, cobertas de poeira. Quase pude sentir como cada uma delas me golpeou quando os olhos dela me atravessaram.

Harry diminuiu a distância que ainda nos separava e me abraçou. Parecia tão pequena em seus braços...

— Fica tranquila — sussurrou.

— Não era para você estar me consolando. Falei que não tem nada errado — Menti. Harry afastou um pouco e eu me segurei para não abraçá-lo de novo.

— Não precisa me contar se não quiser. Mas eu sei que algo está errado. Você é muito transparente, mais do que pensa.

— Não quero falar disso.

— Certo, é bem vinda para ficar...se quiser — Concordei um pouco em dúvida, mordendo o lábio inferior. Afinal eu tinha ido até ele, não tinha? O porque ainda não estava pronta para entender.

— Parece que atrapalhei sua reunião. — Falei e olhei para Angelov e os meninos da banda, reunidos do lado de fora.

— Nos já tínhamos terminado. Falando nisso, já esteve em Nova York?

— Não. — olhei para Harry confusa — por que?

— Porque minha querida... — Angelov falou se aproximando de nós — É lá que estaremos daqui a três dias.

— Faremos uma pequena turnê promocional aqui na América do Norte para o single My Ginger, e depois na Europa. — Explicou Harry.

— E então vamos começar a trabalhar nos bastidores do documentário. Temos muito o que fazer nesses próximos meses.

MY GINGER | Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora