27. E é oficial

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Ginger Ale

DORMI NO VOO PARA LA ENROSCADA numa poltrona super confortável no canto da primeira classe, gentilmente paga pela Hotter Than Hell, para ida até os estúdios de Dorian. Minha primeira reunião oficial do elenco! Eu ficaria por cinco dias, enquanto a banda seguia viajando com a turnê.

Por um momento cheguei a achar que meu papel para este filme tinha sido mandado para o inferno, Harry fora extremamente mal educado com Dorian, mas eu estava novamente no controle.

Quando despertei, estávamos aterrissando e um sedã luxuoso me aguardava. A sede da empresa de produções de Dorian ficava no último andar do número 9.000 da Sunset Boulevard, uma torre icônica que marcava a fronteira entre Beverly Hills e West Hollywood. Alguns paparazzis na porta gritaram pelo nome de Harry enquanto me fotografavam.

— Nome? — perguntou o recepcionista na portaria, num tom grosseiro.

— Ginger Ale. Vim para falar com Dorian, DS Studios. — Hoje todo o elenco estaria reunido para a primeira leitura conjunta do script.

Enquanto esperava sentada, um burburinho do lado de fora das portas giratórias começou a crescer. Os paparazzi de prontidão na frente do edifício, de repente ganharam vida, subindo um por cima do outro como animais famintos lutando para ganhar alimento. Senti uma pequena pontada de ansiedade, que se transformou em borboletas no estômago quando vi quem era.

— Bom dia. — Nash Wilder se aproximou casualmente da recepção. — Sou Nash Wilder — disse, com educação. — Tenho uma reunião na DS Studios. Onde devo assinar?

Vestindo um blazer sobre uma camiseta cinza desbotada e calças jeans escuras, ele parecia ao mesmo tempo confortável e cheio de estilo. Ele era ainda mais bonito pessoalmente do que na tela, com seu cabelo muito preto, o maxilar forte e a pele perfeitamente bronzeada contrastando com os olhos muito azuis. Mas era bonitinho demais, pensei comparando com um certo alguém. Falta tempero.

Pegando seu cartão de entrada temporário, Nash virou-se para olhar o próprio reflexo no grande espelho do saguão e de repente me notou sentada ali.

— Ginger. — Eu conhecia ele, afinal ele era o galã de Hollywood, mas Nash não tinha como me conhecer. Notando minha cara confusa, se explicou — Faço uma pesquisa rápida do pessoal com quem vou trabalhar. Só precisei escrever seu primeiro nome e a internet me bombardeou com fotos suas... — Eu tinha me tornado conhecida, mesmo que fosse pelos motivos errados. — Podemos subir juntos? Eles não lhe deram um cartão de entrada? — perguntou Nash, percebendo que não tinha nada nas mãos. Ele se virou para o recepcionista. — Esta é Ginger Ale. Ela vai subir para a DS Studios comigo. Pode liberar a entrada dela?

O recepcionista abriu um sorriso de satisfação ao entregar uma prancheta para mim.

— Certamente. Contanto que ela assine aqui — rabisquei minha assinatura e devolvi para ele, com um olhar furioso. Poderia ter feito isso assim que cheguei. — Tenham um bom dia — O recepcionista sorriu.

Eu não tinha tido um bom dia. E nem uma boa semana.

Não foi um ensaio ou uma leitura de script, foi uma tourada, um combate mortal numa arena, e eu era o touro. Enquanto todos podiam fazer a cena completa e Dorian avaliasse apenas no final, eu era interrompida a cada fala. E quando eu cantava, ele parecia explodir de infelicidade. Estava sendo negligente. Falava rápido demais. Não conseguia reagir com emoção suficiente às falas de Nash. Parecia emotiva demais. Uma vez atrás da outra, Dorian repetia as mesmas três palavras para mim, as quais passei a odiar tanto quanto veneno: Faça de novo.

Refazia cada cena, uma vez após a outra, determinada a fazer certo, com total profissionalismo. Eu cantava, num minuto estava lendo uma cena de amor apaixonada com Nash, depois pulava diretamente para uma cena dramática em que a jovem vocalista se entregava ao seu vício. A montanha-russa emocional era intensa.

MY GINGER | Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora