Retorno para casa
Saímos no Rio Kzk e logo depois estávamos em Angkor Wat, a última cidade que visitaríamos no Norte, antes de voltarmos para casa, após os contatos e ajuda que fornecíamos as cidades, estávamos saindo, quando alguns soldados vieram nos escoltar até o palácio. Eu estava um pouco preocupada, me sentia cada vez mais cansada e usar qualquer poder que não fosse o relacionado a agricultura me exauria, eu não seria capaz de nos defender.
A própria Carachi, a Rainha, veio falar conosco.
- Eu os convoquei por que preciso de vossa ajuda. Ora, não me olhem com esta cara. Vocês acreditam que podem andar por nossa cidade e não serem notados? Só não nos importamos desde que estejam interferindo só com camponeses, prostitutas, órfãos e vadios, mas o fato é que preciso de vocês. Venham comigo.
Fomos levados até um quarto suntuoso onde estava o rei deitado na cama.
- Este é Urartu meu marido, ele sofreu um grave acidente a muitos anos, e sofre com isso.
- Senhora eu nunca tive o dom da cura, meus poderes estão relacionados com a terra.
- Eu fui informada sofre isto. O que gostaria de pedir é algo diferente. Normalmente ele está muito bem e saudável, ele só fica assim de cama quando isto aqui está se desfazendo. E me mostrou algo que se parecia com a pele do rosto do Rei, olhei com mais atenção e percebi que o homem deitado não possuía rosto.
- O homem mais brilhante que conheci criou esta estrutura, ela se liga tão profundamente a face do meu marido que corrige não só a aparência, mas também a saúde dele, porém a estrutura tem uma duração. O corpo lentamente absorve os nutrientes e ela se torna quebradiça e se desfaz e é necessário trocar; mas este homem morreu e nosso estoque está no fim, somos obrigados a deixá-lo assim, até que surja uma aparição oficial para que ninguém desconfie. É na condição de uma mulher que ama seu marido e desesperada por vê-lo sofrer que peço ajuda.
- Pode contar com nossa discrição. Querida, estou pensando e Nok deve ajudar.
- Ilara não deve sair da cidade nesta época, mas Mírian vem com certeza, Tâminä poderia ser útil.
- Carachi seria possível providenciar vinho, Lìä tem se cansado muito ultimamente.
- Enviei as mensagens e as pessoas que eu acredito que possam ajudar virão. Nós faremos o transporte deles de forma rápida até o Estivernor e gostaria que garantissem o mesmo até aqui. Enquanto esperávamos passeamos pela cidade, conhecemos os rios e lagos da região, então meus amigos chegaram e traziam entre outras coisas vários equipamentos. Saka estava com roupas simples de viagem, sem seus adereços e finalmente encontrava um interesse genuíno com Nok, a surpresa e o encantamento que o norte nos provocava e o co-regente de Helike parecia vê-la pela primeira vez.
Deixamos nossos amigos encontrando uma resposta para Carachi e retomamos o caminho para casa, no delta do Rio Ístria encontramos Aleks, que nos guiará pelas terras altas. As trilhas pelas montanhas são difíceis, mas a paisagem é maravilhosa. Com a subida o ar parece fugir do pulmão, e estamos com dor de cabeça, mas parece que Ꞧicḣḁrð é quem sofre mais, reclama de náuseas, falta de apetite, eu sinto que seu coração está mais acelerado e quando apresenta sangramento nasal, Aleks nos oferece algumas folhas, o chacchado, que devemos mascar, segundo ele é o melhor remédio para o mal da altitude. Algumas trilhas eram bem-feitas e marcadas em pedra, e para transpor as falésias, abismos ou os vãos que se abrem são imprescindíveis as Q'eswachaka, as pontes pênseis de cordas trançadas de fibra têxtil, q'oya , que segundo Aleks é uma tecnologia de mais de quinhentos anos e são sempre restauradas, para evitar acidentes.
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Avassaladora
FantasyUma batalha está prestes a irromper, o exército das sombras avança sobre os mitanianos e a esperança de detê-los recai sobre duas mulheres, cujo passado ainda é desconhecido, inclusive para elas mesmas. Vencer as sombras, porém, será apenas um obst...