Avassaladora

Capítulo 22

CAPÍTULO 22

O nosso retorno foi alegre, eu não havia percebido a saudades que sentia de casa, muitas pessoas estavam no entreposto para nos receber e eu não acreditei quando vi as crianças humanas, elas eram quase adultas agora. Na cidade mítica existiam mais novidades, algumas mulheres, meninas e meninos das cidades humanas aceitaram o nosso convite e vieram para o Sul. Ellìë estava animada para me contar tudo e falava sem parar.

- Quando eles chegaram estavam muito assustados, agrediam como forma de defesa, não permitiam que as pessoas os amassem, com medo de serem abandonados novamente, roubavam, escondiam comida, pareciam animais feridos e acuados, mas sabíamos que se vieram nos procurar no fundo desejavam algo diferente. E nós somos pacientes.

Lwnä iniciou um programa de treinamento físico, eles possuíam muita raiva e naquele momento, segundo ela, era para colocar essa agressividade para fora. No início foi meio caótico e depois foram se disciplinando.

Eu resolvi desenvolver atividades com a terra, eles aprenderam a plantar e cuidar das mudas, lidar com a mãe terra é uma forma de se integrar com o todo e plantar e ver seu esforço gerar frutos, saber que seu trabalho pode gerar vida é muito libertador, para eles foi uma atividade muito prazerosa.

Jòsëph'v os levou para escaladas, natureza e escaladas juntas. Eles aumentaram e melhoraram as trilhas fizeram bancos perto de nascentes, abriram clareiras com vistas para a cidade e plantaram pequenas flores em locais onde atualmente fazemos lanches em família, criamos hábito de fazer estas caminhadas, e alguns rapazes e algumas meninas são guias conhecem as plantas, árvores e animais e gostam de nos explicar tudo sobre o local.

- E Krun?

- Ele foi incrível. Você sabia que ele aprendeu a tocar um daqueles instrumentos humanos? A noite na fogueira ele tocava para alegrá-los, e mostrava como tocar. Como percebeu o interesse do grupo ele os levou a oficina e muitos fizeram seus próprios instrumentos e Krun os ensinou a tocar.

Ash mostrou se extremamente habilidosa com as letras e assumiu o lugar de auxiliar os demais com os estudos em Spes, assim, Ianca retornou e pode orientá-los nas escolhas de suas aptidões, estudos e várias oficinas e atividades foram oferecidas nas cidades da federação.

Eles foram por iniciativa própria formaram uma comissão e voltaram para o norte, para as suas cidades de origem, para falar de suas experiências e às vezes aparecem mais pessoas procurando por ajuda.

- Vocês criaram algo maravilhoso aqui, não sei se teria essa capacidade.

- Como foi você que descobriu a combinação de poderes, eu confio na sua capacidade em resolver qualquer enigma deste mundo. Eu vi o sorriso de Ellìë se iluminar. – Ꞧicḣḁrð, eu vou ficar com Zamira estou morrendo de saudades de minha filha. Me despedi e saí.

Saí da conversa com Lìä e Ꞧicḣḁrð pensando em Krun e fui procurá-lo. Parei a uma certa distância, ele estava treinando com Kai e Ezra.

Eu havia entendido a pergunta de Lìä, mas não sabia o que responder, ele realmente é paciente comigo, orientou os humanos com cuidado e fiquei incomodada com toda a demonstração de atenção das mulheres com ele.

Confesso que vê-lo sem camisa, suado, sorrindo e vindo feliz em minha direção me deixou com o coração acelerado, ele se sentou no chão na minha frente, está ofegante, os músculos bem definidos do exercício tão próximo das minhas mãos, tive vontade de tocá-lo e de ser tocada, eu nunca pensara num homem desta forma antes.

- Hei linda, pensando em começar a treinar, sou bom professor? Ou só admirando a paisagem?

- Não sei, acho que os dois. Krun sorriu.